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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

QUEM FOI MARTINHO LUTERO?

Defensor da idéia de que o perdão divino é um dom a ser aceito e não um prêmio a ser conquistado, Martinho Lutero liderou a Reforma, movimento religioso que, nas primeiras décadas do século XVI, levou à fundação do protestantismo. Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Saxônia-Turíngia, na Alemanha. Era filho de um mineiro que chegou a conselheiro na pequena cidade de Mansfeld. Lutero cresceu num ambiente religioso e de disciplina rigorosa. Depois de estudar em Magdeburgo e Eisenach, ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes em 1505. Decidiu então seguir a vida religiosa e solicitou sua admissão na ordem dos eremitas agostinianos de Erfurt. O convento de Erfurt seguia rigorosamente a regra agostiniana. Depois de estudar teologia durante dois anos, Lutero ordenou-se em 1507. Prosseguiu sua formação na Universidade de Wittenberg e recebeu a proteção do vigário-geral dos agostinianos da Alemanha, Johann von Staupitz, que o enviou a Roma, em 1510, para tratar de assuntos da ordem. Nessa viagem, Lutero ficou chocado com a frivolidade da cúria romana. Depois de doutorar-se em teologia, em Wittenberg, em 1512, dedicou os anos seguintes a atividades pastorais e ao ensino de teologia, enquanto amadurecia sua doutrina sobre a justificação pela fé, idéia fundamental do luteranismo. A ruptura com a hierarquia católica iniciou-se em 1517. Indignado com os abusos na venda de indulgências — que permitia a comutação parcial de penitências em troca do pagamento de uma soma em dinheiro –, Lutero afixou, na porta da igreja do castelo de Wittenberg, as 95 teses que formulara contra o sistema de indulgências. O escrito teve imediata repercussão na Alemanha, cujos príncipes mantinham relações tensas com Roma e com o imperador. O sucesso alcançado por suas idéias encorajou Lutero a atacar, em 1518, os métodos teológicos da filosofia escolástica, apoiado por seu colaborador Philipp Melanchthon. Lutero enviou ao papa Leão X um documento no qual sustentava que as indulgências não haviam sido instituídas por Cristo, mas pelo papado. Nesse mesmo ano, o papa chamou Lutero a Roma, sob a acusação de heresia, mas o príncipe eleitor Frederico III conseguiu que Lutero fosse levado para uma entrevista pessoal com um enviado do papa em Augsburgo. Ali, Lutero se negou a retratar-se e, depois, negou a autoridade divina do papa. Ante sua iminente excomunhão, decidiu registrar suas opiniões por escrito e redigiu, em 1520, três célebres tratados que estabeleceram a base do luteranismo e o início da Reforma: An den christlichen Adel deutscher Nation (A nobreza cristã da nação alemã), De captivitate Babylonica ecclesiae praeludium (Da servidão babilônica da Igreja), escrito em latim e dirigido a clérigos e intelectuais, e Von der Freiheit eines Christenmenschen (Da liberdade de um cristão). Neles, Lutero afirma a salvação do homem apenas pela fé, nega todo tipo de autoridade por parte de Roma e exorta à livre interpretação das Sagradas Escrituras, única autoridade existente. A comunidade cristã constituiria a “igreja invisível” unida pela fé e, no aspecto temporal, estaria submetida ao poder dos príncipes, instituído por Deus. Essa tese foi confirmada pela atitude de Lutero ao apoiar os príncipes contra uma revolta de camponeses reformadores. Em 1521, recusou-se novamente a se retratar perante a Dieta de Worms e, no mesmo ano, foi excomungado. Escondido no castelo de Wartburg, perto de Eisenach, com a cumplicidade de Frederico III, Lutero iniciou a tradução da Bíblia para o alemão. Em 1525, casou-se com a ex-freira Katherina von Bora, e assim rejeitou a imposição do celibato aos clérigos. Na segunda Dieta de Speyer, em 1529, aprovou-se um decreto que aumentava a pressão dos estados católicos contra Lutero e seus seguidores. O protesto contra essa situação criou a denominação protestantes. Disseminado o protestantismo, começaram a se fazer notar divergências entre seus seguidores. Assim ocorreu com o suíço Huldrych Zwingli, a quem Lutero se opôs na conferência realizada em 1529, principalmente quanto ao tema dos sacramentos. Dos escritos de Lutero, sobretudo dos Kleiner Katechismus (Pequeno catecismo) e Grosser Katechismus (Grande catecismo), publicados em 1529, Melanchthon extraiu o material para a Augsburger Konfession (1530; Confissão de Augsburgo), a primeira declaração de fé do luteranismo. Entre 1531 e 1545, Lutero deixou a direção do movimento reformador nas mãos de Melanchthon e retirou-se para sua cátedra de Wittenberg. Em 1534, concluiu a tradução completa da Bíblia, que, juntamente com suas coleções de hinos e salmos, desempenhou papel fundamental na fixação da língua alemã. Apesar de gravemente doente, escreveu diversos textos polêmicos, entre os quais Von den Conciliis und Kirchen (1539; Dos concílios e das igrejas). Lutero morreu em Eisleben, em 18 de fevereiro de 1546. Depois de sua morte, agravaram-se as dissensões não só entre as igrejas protestantes, como no próprio luteranismo. A figura de Lutero permaneceu, porém, como a do grande inspirador da Reforma. Fonte Bibliográfica:

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