TERRA DA CONFUSÃO? “DEUS DEU AO HOMEM DOIS OUVIDOS, DOIS OLHOS E UMA BOCA PARA VERMOS E OUVIRMOS DUAS VEZES MAIS DO QUE FALAMOS.” - LEANDRO BUENO PROCURADOR DA FAZENDA/PROFESSOR. MEMBRO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL
Logo, que eu comecei a ouvir música, na adolescência, uma das minhas
canções favoritas chamava-se LAND OF CONFUSION, da banda inglesa Genesis, que
falava da confusão em que o mundo estava. E estava pensando nesta música essa
semana. Ela me remete a história contada nos versículos 1 a 9 do capítulo 11 de
Gênesis acerca da Torre de Babel, construída pelos descendentes de Noé após o
Dilúvio. Lá, houve uma total confusão, a ponto de ninguém se entender, pois
todos estavam apenas interessados a chegar ao céu. Trazendo isso para a
realidade atual, venho pensando como o mundo está confuso. Inúmeras vozes são
ouvidas a todos momentos, muitas vezes não temos nem tempo de parar para
refletir e pensar o que é bom e o que é mau para nossas vidas. Somos levados
pela maré das coisas. Neste contexto, o que me deixa mais impressionado é ver
como muitas pessoas hoje, neste estado de confusão em que nos encontramos,
brigam com outras, discutem horas a fio, sem nem pararem para ver a procedência
daquilo que estão defendendo. É como se pegassem uma meia-verdade ou até uma
mentira no ar e fizessem daquilo uma espécie de dogma a ser imposto na marra
aos outros que pensam diferente. Não por outra razão a Bíblia nos alerta em
Tiago 3:16 que onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie
de males. E, por isso, é que penso que, nós como cristãos, devemos repensar a
nossa espiritualidade e como temos agido diante deste vendaval de informações e
desencontros a que me refiro. Creio que a melhor forma é olhar para Jesus e
como ele agiu no seu ministério. E o que vejo ali é alguém que tinha tempo para
passar com os seus, cear, olhar para as crianças, ouvir atentamente e sem
pressa as dores e alegrias dos que o rodeavam. Alguém que tinha tempo de se
afastar de todos e de tudo para refletir, orar, no deserto. E imagino como isso
deveria ser difícil, pois a época de Jesus foi uma época extremamente
convulsionada, onde o povo judeu não aguentava mais a imposição dos impostos e
a colonização do Império Romano, e o povo aguardava um grande líder, o Messias
que acabaria com todo aquele jugo. Ou seja, era uma sociedade que estava extremamente
perturbada, como a nossa. E neste processo que me refiro, uma das coisas mais
importantes a meu ver é sabermos reconhecer o valor do silêncio, que como
escreveu João da Cruz, doutor da igreja, “o silêncio é o idioma universal de
Deus.” Somente no silêncio, temos a condição de aquietar o coração, pensar
antes de sair falando bobagens, criando confusões e brigas insensatas. É por
isso que a sabedoria do Oriente Médio, tem um dos ditados que mais gosto: “Deus
deu ao homem dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas
vezes mais do que falamos.”. Concluindo, se hoje nos falta sabedoria, neste
mundo confuso em que vivemos, a peçamos a Deus, que a todos dá livremente, de
boa vontade, como nos ensina Tiago 1:5-8. E saibamos ouvir Sua voz no nosso
interior, no silêncio da nossa oração.
Nenhum comentário
Postar um comentário