200 MIL MUÇULMANOS PROTESTAM EXIGINDO PRISÃO DE GOVERNADOR CRISTÃO, NA INDONÉSIA OS MANIFESTANTES ESTAVAM PEDINDO PARA QUE AHOK FOSSE PRESO, APÓS UMA QUEIXA DE BLASFÊMIA APRESENTADA CONTRA ELE, EM OUTUBRO
Pelo menos 200 mil muçulmanos foram a Jacarta nesta sexta-feira (2)
para exigir que o governador cristão da cidade seja preso, depois de
supostamente insultar o Alcorão. De acordo com a ABC News, o protesto terminou
pacificamente, apesar de 10 pessoas terem sido presas. Uma manifestação similar
realizada em novembro terminou em cenas violentas, com uma pessoa morta e
dezenas de feridos. Os manifestantes estavam pedindo para que Basuki Tjahaja
Purnama, mais conhecido como Ahok, fosse preso após uma queixa de blasfêmia
apresentada contra ele, em outubro. Ahok, que é um cristão chinês, é acusado de
ter proferido um discurso em setembro, durante o qual ele acusou seus rivais de
usar o Alcorão para enganar os eleitores. Este discurso foi publicado na
internet, onde suas palavras foram editadas para fazer parecer que ele estava
diretamente criticando o livro sagrado islâmico. A Frente de Defensores
Islâmicos, um grupo que faz campanha pela lei da Sharia, exigiu sua prisão. Na
Indonésia, a blasfêmia é crime e dezenas de pessoas já foram condenadas, na
última década. Algumas enviadas para a prisão e lá permaneceram por cinco anos.
A polícia confirmou que está investigando a acusação e Ahok não tem permissão
para deixar o país, embora ele não tenha sido detido. De acordo com a Reuters,
“um mar de manifestantes” vestidos de branco encheu o centro de Jacarta,
cantando e segurando bandeiras, exigindo que Ahok fosse preso. O presidente
Joko Widodo, que acusou os radicais de usarem a raiva da suposta blasfêmia de
Ahok para desestabilizar seu governo, se dirigiu à manifestação. "Que
vocês tenham viagens seguras no retorno. Deus abençoe vocês", disse ele à
multidão. Ahok, um aliado de longa data do presidente, está concorrendo à
reeleição em fevereiro contra dois candidatos muçulmanos. A disputa tem gerado
alta tensão política por várias semanas, com rumores de complôs para minar
Widodo e suas chances de ganhar um segundo mandato em 2019. A Indonésia tem a
maior população muçulmana do mundo, mas reconhece seis religiões e é o lar de
dezenas de grupos étnicos, alguns dos quais seguem crenças tradicionais.
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