ABORTO: UM REMÉDIO INEFICAZ PARA A ANGÚSTIA HUMANA O QUE ESTAMOS TRATANDO AQUI É ALGO CLARIVIDENTE: A REMOÇÃO UNILATERAL DA VIDA HUMANA DE DENTRO DE UM VENTRE MATERNO
Esta semana tivemos no noticiário que a primeira turma do STF
descriminalizou a prática do aborto nos três primeiros meses de gestação.
Então, a mulher que entender que não deve ter o bebê que foi gerado, até a
semana 12, pode então procurar uma clínica abortista e realizar o assassinato,
digo, o aborto do feto. Alguém irá se ofender com o meu “equívoco programado”
de confundir as expressões “assassinato” e “aborto”, e talvez se motivará a
sugerir novas expressões eufemistas do tipo “esvaziar o útero” ou “encerrar a
gravidez”, mas, sinceramente, não vai colar comigo. O que estamos tratando aqui
é algo clarividente: a remoção unilateral da vida humana de dentro de um ventre
materno. Eu quero nas próximas palavras tratar da questão humana da gestante,
que é o grande aio argumentativo pró-abortista, e que não pode ser subsumida da
problemática. A mulher nem sempre engravida sob circunstâncias dignas,
naturais. A mulher, nesta era que coisifica gentes e personifica coisas, é sim
objetificada e muitas vezes vítima de assédios que redundam em abusos ou
estupros. A mulher, nesta sociedade absurdamente adoecida na sexualidade, é uma
grande (se não a maior) vítima da degeneração moral e ética do ser humano, e
diariamente corre riscos de lidar com a angústia de uma gravidez jamais
sonhada, nunca idealizada. Temos um desafio pastoral sobre muitas mulheres que,
diante da angústia do bebê não sonhado no seu ventre, se situam entre a cruz e
a espada do aborto ou da gestação completa da criança que, independentemente do
que a sua genitora viveu ou não, culpa alguma tem de estar ali. Mas, se
ignorarmos a alma da mãe que sofre – que lida silenciosa e de um modo agoniante
com a dor e o sentimento de estar vazia e só, mesmo estando preenchida por
outro ser humano que, a despeito de não poder falar, não a deixa sozinha nem
por um instante dessas até 36 semanas – incorreremos no grave erro de, pela
nossa indiferença, matarmos a esperança da pessoa violentada e duramente
oprimida. A causa do que sofre é uma causa do Reino de Deus e nós nos
importamos, pastoreamos, cuidamos e aconselhamos as mulheres que engravidam por
razões da violência e truculência do homem desumanizado, desconstruído de sua
originalidade por causa do pecado. Mas, o grande ponto convergente se dá no
outro sujeito da questão que também sofre (e muito), que também é humano, e que
também clama pelo direito à vida tanto quanto a mulher: o bebê. Como se dá o
processo de um aborto até 12 semanas? A técnica a ser utilizada neste caso é a
de sucção a vácuo. Um aspirador até vinte vezes mais potente que um aspirador
de pó, efetua o esquartejamento do feto, arrancando-lhe os membros pela força
da sucção, que o mata e “limpa” os restos mortais de uma vez. É este o processo
que o STF está considerando “prática lícita” na sociedade. A criança de até
três meses de vida, na atual conjuntura da coisa jurídica, pode ser morta pela
aspiração hostil que a removerá por completo do ventre materno. Sendo que todos nós sabemos que este é
primeiro “avanço” na abordagem da questão pelo nosso sistema político e
judiciário. Então, muito em breve poderemos ter a notícia de que o feto com até
19 semanas pode também ser abortado (até que cheguemos ao feto com até 36 e
depois alcancemos a criança no seu pós-parto, pois há uma questão mais profunda
em voga na discussão – a questão do instinto humano de esmagar quem quer que
nos atrapalhe). E com até 19 semanas, o método é o seguinte [bem mais
complexo]: A criança é desmembrada no útero, com uma espécie de alicate que vai
cortando membro por membro até que, enfim, é realizado o esmagamento do crânio
e a raspagem que remove o que resta. Acima de 20 semanas, o método é mais
bizarro. Melhor não descrevê-lo. Nem toda pessoa está apta a assistir um
processo de aborto, ainda que seja num feto de até 12 semanas. Não há também
como não reconhecer que trata-se de matar uma vida humana, e usurpá-la o
direito de adentrar à existência e ter uma história que pudesse impactar a sua
geração. Moisés, o líder do Êxodo hebraico, foi gerado mesmo quando havia um
decreto faraônico sobre a nação de que todo bebê hebreu macho sofreria um
“aborto” se nascesse, ou seja, se o seu processo gestativo fosse completado.
Imagina se a sua mãe Joquebede, aos seus três meses de vida, decidisse
abortá-lo? Como seria a história da civilização humana? Não seria a mesma,
certamente. E Jesus Cristo? Maria também não podia gerá-lo, de acordo com a
cultura de sua época, pois engravidou milagrosamente, estando ela virgem. Já
pensou se a Maria decidisse pelo aborto do Salvador? Essas mães romperam com a
angústia e geraram os seus filhos. No caso de Maria, jamais se passaria por sua
mente ser mãe naquele momento. Deus, no Éden, utilizou a gestação como um
instrumento redentivo sobre a humanidade (Gênesis 3:15). A gravidez é sagrada
na cultura do Reino e a mulher é o símbolo da manutenção da vida, bem como a
sua multiplicação e perpetuação. A mulher tem um valor incomensurável para
Deus, e a criança no seu ventre é digna do Reino dos céus. Temos de considerar
estas coisas ao tratarmos do assunto, de modo que não dá para ignorá-lo na
nossa cosmovisão. Sobre o aborto, não tem escolha: ou você será progressista no
sentido de tentar empoderar a mulher e dar-lhe a liberdade plena e soberania
sobre o próprio corpo, ou você será conservador e buscará a preservação da
criança unido ao cuidado pastoral à mulher que deseja o seu aborto, a fim de
que ambos tenham o direito à vida garantido.
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