BANCADAS CATÓLICA E EVANGÉLICA SE UNEM EM PROTESTO CONTRA A LIBERAÇÃO DO ABORTO PELO STF
A prática do aborto no primeiro trimestre da gravidez foi liberada de
maneira indireta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou um caso específico
na última quarta-feira, 30 de novembro, e criou jurisprudência na esfera
jurídica. A reação, em todo o Brasil, foi de crítica intensa por parte de
ativistas pró-vida ao STF, por conta da decisão que contraria o texto da
Constituição Federal, que veda a interrupção da gestação, exceto em casos de
estupro ou de risco à vida da mãe. As bancadas evangélica e católica se uniram
e lançaram um comunicado, no qual repudiam a postura da corte suprema: “Não há
direito que se sobreponha ao direito à vida”, frisam os parlamentares cristãos.
O documento, assinado pela Frente Parlamentar Evangélica, Frente Parlamentar
Mista Católica e a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família, foi
apresentado durante uma manifestação pública no Salão Verde da Câmara. Segundo
informações divulgadas pela Frente Parlamentar Evangélica, os manifestantes que
compareceram ao ato empunhavam faixas, cartazes e bandeiras, e gritavam
palavras de ordem contra o aborto. O deputado federal João Campos (PRB-GO)
discursou, destacado que a decisão do STF abre um “grave precedente”, pois
ignora a deliberação legislativa sobre o assunto, consolidada na Constituição
Federal. A nota frisa que lutarão contra “qualquer tentativa de liberação do
aborto”, pois a legislação brasileira protege os direitos do cidadão “desde a
concepção”. O documento ainda convoca os cristãos de todo o país a intercederem
a Deus por essa questão e organizarem manifestações contra às iniciativas de
liberação do aborto. O ato dos parlamentares transpareceu uma postura de
enfrentamento à decisão do STF, que vem desempenhando uma postura de legislador
em assuntos que as leis brasileiras não se pronunciam especificamente, como a
união de pessoas do mesmo sexo. Pressionado, o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), reagiu à decisão do STF após intensas críticas feitas pelos
deputados da bancada evangélica, e de acordo com informações do jornal Valor
Econômico, irá instalar uma Comissão Especial para tratar o tema. Maia declarou
que, quando o Congresso avaliar que o STF interferiu em suas prerrogativas e
legislou sobre um assunto, deve-se rapidamente votar uma medida para corrigir
isso. “Temos que responder ratificando ou retificando essa decisão”, resumiu.
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