PRESIDENTE TURCO AMEAÇA ISRAEL E CONVOCA MUÇULMANOS PARA LUTAREM PELA PALESTINA DURANTE SIMPÓSIO SOBRE JERUSALÉM, ERDOGAN VOLTOU A PEDIR QUE ONU INTERVENHA
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, exortou recentemente
todos os muçulmanos do mundo para que defendam a causa palestiniana, assumindo
uma posição dura contra Israel. O anúncio veio de forma inesperada, agora que
se encaminhava a normalização das relações entre os dois países, rompidas desde
2010. Em um simpósio sobre Al Quds – termo islâmico para se referir a Jerusalém
– realizada em Istambul, Erdogan disse que “todos os muçulmanos têm o dever de
apoiar a causa palestina e proteger Jerusalém”, acrescentando que a segurança
da mesquita Al-Aqsa não deveria ser deixada nas mãos de “crianças armadas com
pedras”. Segundo o site turco TRT, que reproduziu o discurso, ele fez críticas
à ONU por não intervir diretamente em solo israelense e afirmou: “A única
maneira de alcançar uma paz duradoura no Oriente Médio é o estabelecimento de
um Estado palestino independente e soberano, tendo como capital Jerusalém
Oriental. É, portanto, necessário que a comunidade internacional aumente o seu
apoio à Palestina”. Durante o evento, Erdogan também deu “pistas” que pretende
aproveitar sua presença na Síria para anexar partes do território, numa visível
demonstração que continua com seus planos de restaurar o Império Otomano,
estendendo seu domínio para o Sul, em direção a Israel. No final de novembro, o
ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, pediu aos europeus que adotem
uma política mais dura em relação à Turquia. Sublinhou que desde a fracassada
tentativa de golpe, em julho, o presidente Erdogan recebeu poderes legislativos
que lhe permitem controlar os meios de comunicação, além demitir juízes e
professores. Barbarismo: No último domingo, Erdogan criticou um projeto de lei
debatido em Israel, que proíbe o uso de alto-falantes das mesquitas para chamar
os muçulmanos para a oração desde a meia-noite até as primeiras horas da manhã
do dia. Isso irritou os islâmicos, pois todos os dias ao nascer do sol os
praticantes são chamados a fazer suas preces. Em um telefonema para o
presidente de Israel Reuven Rivlin, Erdogan atacou a iniciativa, dizendo ser
“inapropriada, pois fere a liberdade de expressão e a liberdade de religião”.
Estranhamente, nenhuma das duas coisas estão presentes na Turquia governada por
ele há mais de uma década. No ano passado, quando a lei sequer existia, ele já
falava em invadir Israel para tomar Jerusalém em nome de “todos os muçulmanos”.
Em entrevista recente à televisão israelense, o presidente da Turquia chamou o
tratamento dado por Israel aos palestinos de “barbarismo”. Também insiste que o
governo de Israel precisa “respeitar a santidade” do monte do Templo, onde fica
atualmente a “esplanada das mesquitas”. A fala também ecoa o que vem sendo
imposto pela UNESCO, que nega os vínculos dos judeus com o local. Com
informações de Times of Israel.
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