STF EXERCE PODER LEGISLADOR: A DEMOCRACIA ESTÁ EM PERIGO NÃO SE TRATA DE UMA EXCEÇÃO. O BRASIL VIVE UMA JURISTOCRACIA
Três ministros do STF, a saber Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e
Rosa Weber, transcenderam as prerrogativas de suas importantes funções para,
novamente, exercer funções do Legislativo. Não se trata de uma exceção. O
Brasil vive uma juristocracia. A divisão dos poderes funciona como uma balança,
que precisa estar sempre equilibrada, para que a democracia não seja ameaçada.
Os legisladores, inquestionavelmente, devem ser eleitos pelo povo, para agirem
como seus representantes. Juízes do STF não chegam à tal condição mediante voto
popular. A função exige notório saber jurídico, crivo que não permite a
candidatura de qualquer um. Os onze ministros da mais alta Corte brasileira,
são, portanto, indicados pelo Executivo e aprovados ou não pelo Legislativo
após sabatina. Logo, um juiz não é um representante escolhido diretamente pela
população, autorizado a legislar. Sua função é a de, com a existência do Foro
Privilegiado, julgar aqueles que se encontram sob esta proteção, e ser a
instância determinante da Justiça Brasileira. Não é de hoje, porém, que os
ministros se arvoram à posição de legisladores e tomam decisões, criando
jurisprudências, não raro frontalmente opostas às decisões do Legislativo nos
mesmos tópicos. Um exemplo recente é a união entre pessoas do mesmo sexo. O
Legislativo sempre vetou as tentativas de se mexer na Constituição, que define
que casamento é a união entre um homem e uma mulher. Numa sociedade
democrática, uma mudança precisaria ser aprovada na Câmara e no Senado. Não o
sendo, gostando ou não, os progressistas teriam que aceitar que os
representantes eleitos pelo povo consideraram que tal pauta não contempla ainda
as esperanças e convicções da população. A sociedade então deveria mudar
primeiro, absorvendo estes novos valores, para que o conceito mudasse no
eleitor, se tornando em seguida visível no Parlamento. É um processo muitas
vezes lento. Mas a democracia não é atropeladora. E funciona para os dois
lados. Conservadores também possuem pautas que consideram importantes e que não
contam com anuência Parlamentar. O modo de modificá-las é eleger pessoas
afinadas a estes conceitos. A esquerda já trabalha no campo cultural há muito
tempo, ciente de que a modificação se inicia na prospecção perante o cidadão
comum, principalmente no ambiente estudantil. É a tática-mor da guerra
cultural. A novidade agora é a intrusão de um STF notavelmente progressista num
debate que não lhe cabe, assumindo posições parciais e direcionadas,
contrariando o rito parlamentar e impondo decisões alheias à vontade popular. Mais
uma vez isto ocorreu neste último 29 de Novembro. Três ministros, julgando um
recurso num caso de uma clínica clandestina de abortos, entrando num mérito que
não constava na ação, legislaram, permitindo que procedimentos abortivos sejam
realizados até o terceiro mês de gestação. Aborto é assassinato. Um feto não é
uma extensão do corpo de sua mãe, e não surge de forma espontânea, mas sim,
como consequência de um ato que pode ser evitado, ou realizado com proteções
que existem justamente para esta finalidade. O Supremo brasileiro, entretanto,
trata um feto de três meses de vida, um ser vivo, como um estorvo descartável,
que pode ser eliminado como um excremento. Nós, o povo brasileiro, nunca demos
autorização para que juízes criassem leis. O papel que lhes cabe é cumpri-las,
ministro Barroso. Se o senhor quer que as leis sejam modificadas, candidate-se
em 2018 e se submeta ao escrutínio das urnas. Esperamos uma reação firme dos
deputados e senadores. E maior respeito e senso de proporção aos juízes da
Corte Suprema do Brasil. Vocês estão desequilibrando a balança da democracia e
colocando-a em perigo.
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