DISCUSSÕES SOBRE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA SEMPRE SÃO ANTICRISTÃS AFINAL, SE É CONTRA OS CRISTÃOS, INTOLERÂNCIA NÃO É - RENAN ALVES DA CRUZ RENAN ALVES DA CRUZ É HISTORIADOR, PROFESSOR DE ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL E COLUNISTA DE POLÍTICA E CULTURA DO PORTAL VOLTEMOS À DIREITA
O roteiro é conhecido: um muçulmano comete um atentado terrorista e mata
dezenas de inocentes. O mundo fica em choque. O tema da intolerância volta a
ser discutido. O senso lógico determinaria que a pauta da discussão se ativesse
ao brutal histórico recente – e, convenhamos, nem tão recente assim – de atos
terroristas perpetrados por terroristas islâmicos contra “infiéis”. O
desolador, no entanto, é que numa manobra de contorcionismo retórico, o que
encontramos aos montes são debates, onde “intelectuais” e “especialistas”, sem
o menor pudor fraudam os fatos e a intolerância religiosa que acaba discutida é
a Islamofobia! A receita termina
absurda. Um muçulmano cometeu um ato terrorista legitimado por seu profeta
máximo, por seu livro sagrado e por sua cosmovisão? A crítica recairá sobre os
cristãos fundamentalistas, que se aproveitarão de mais um fato isolado (e tem
acontecidos fatos isolados de terrorismo islâmico aos montes, não é mesmo?)
para verberar intolerâncias contra o Islã paz e amor! Israel se defende das
bordoadas muçulmanas há décadas, no entanto, seus movimentos reativos recebem
sempre virulenta oposição dos inteligentinhos. Os ataques do lado oposto são
sempre sutilizados pela desculpa mentirosa da minoria violenta. No Brasil toda
vez que a sentença “Intolerância Religiosa” é proferida, destina-se a condenar
cristãos. Sempre são eles que perseguem não apenas muçulmanos, mas também
religiões de matriz africana. A ênfase dada faz transparecer que hostes de
justiceiros, munidos de espadas e cruzes, saem pelas capitais brasileiras para
executar umbandistas, ou que a prática recorrente de se explodir, fuzilar ou,
mais recentemente, atropelar pessoas de crença diferente, é feita em nome de
Jesus. A ironia é perceber que a discussão sobre a intolerância religiosa é, em
si mesma, intolerante. Existe apenas num sentido, visando apenas um segmento
que, também religioso, é vítima do que os pretensos nobres alegam proteger. Logo,
discussões sobre intolerância religiosa sempre são anticristãs. Usam a desculpa
da predominância para atestar que o grupo majoritário é sempre o agente persecutório.
Detrás desta máscara, aproveitam para aviltar a religião, que acaba por receber
a culpa daquilo que sofre. Por isso se tornou repreensível e politicamente
incorretíssimo criticar ou zombar de religiões de matriz africana, ao mesmo
tempo em que zombar o cristianismo é cult. Por isso que vilipendiar símbolos de
fé só é crime quando os que o fazem são cristãos em relação a outras religiões.
Quando o movimento LGBT faz indignidades com símbolos católicos, profanando a
crença de milhões de pessoas, em atos voluntários de choque, dessacralização
provocativa e profanação, utilizando objetos de representação indubitável, como
cruzes, hóstias e bíblias, o silêncio em torno é sepulcral. Afinal, se é contra
os cristãos, intolerância não é. E neste particular, a despeito de não ser
católico e não ser representado por seus símbolos, sinto-me também atacado,
porque quem pratica o vilipêndio não segrega. Debater Intolerância Religiosa de
modo sério só será possível quando um ato terrorista muçulmano não se transformar
numa desculpa para atacar cristãos. Ou quando o direito de se sentir ofendido
for igualmente concedido a todos. Por enquanto, a regra permanece: Quando
intelectuais se propõe a debater intolerância religiosa, o viés sempre é
anticristão. O que achou?, comente com sua opinião nos comentários abaixo.
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