IGREJA UNIVERSAL NEGA QUE COLOCARÁ FIEIS COM DÍZIMO ATRASADO NO SPC E SERASA
Igrejas evangélicas e seus polêmicos líderes estão entre os assuntos
preferidos dos criadores de notícias falsas que operam no submundo da internet
brasileira. Manchetes mentirosas com esta temática são tão bem sucedidas no
intuito de provocar indignação dos internautas e atrair cliques que acabam
sendo requentadas ano a ano. É o caso da notória “Fiéis que não pagam dízimos
vão ser colocados no SPC e Serasa”, que surgiu em 2011 e voltou a circular no
início de 2017. O alvo é a Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo
controverso Edir Macedo, que, diz a lorota, teria tomado a decisão de incluir
fiéis “inadimplentes” nos serviços de proteção ao crédito. Reencarnado em sites como Jornal do País e
Pelo Amor de Deus.com, o texto começa assim: “Parece um absurdo, mas o que
esperar da igreja de Edir Macedo? A mais nova agora é justamente da igreja
dele, a igreja Universal do Reino de Deus vai colocar no SPC/SERASA os fiéis
que estão com os dízimos atrasados, a medida é uma forma de diminuir a
inadimplência da igreja que é alta, segundo a igreja o prejuízo mensal é de
quase q bilhão de reais”. Lida cerca de 160.000 vezes só no Jornal do País e
curtida 132.000 vezes no Facebook, a notícia falsa ainda dá “detalhes” da
suposta iniciativa da Universal, cascateando que “quem quiser pode fazer um
acordo com a igreja e renegociar a dívida que pode ser parcelada no cartão de
credito com desconto de 50% nos juros”. Simulando um trabalho de apuração
jornalística, a notícia falsa tem até personagem, um tal José da Silva Pimenta,
dito fiel da Universal, incluído no texto para dar sua opinião a respeito da
medida que o afetaria. “Para José da Silva Pimenta, a media é justa e vai fazer
com que os fiéis fiquem pontuais com Deus, pagar dizimo atrasado é um pecado,
um descumprimento da bíblia e colocar o membro da igreja no SPC/SERASA vai
ajudar o membro a não errar com Deus”, diz a notícia falsa. Ainda em 2011,
quando a informação mentirosa nasceu, a Universal emitiu um comunicado para
desmenti-la. A nota da igreja afirma que “os dízimos e as ofertas são bíblicos
e a Igreja Universal não impõe ou obriga as pessoas a fazerem suas doações”. “O
Departamento Jurídico da Igreja Universal afirma que não há nenhum tipo de
controle de quem oferta ou não dentro da Igreja Universal, por tratar-se de
liberalidade do fiel e, como consequência lógica deste fato, não há como a
Igreja Universal inserir ou deixar de inserir o nome de quem quer seja no
SPC/Serasa”, conclui a mensagem. Já o SPC explica que “como não há um contrato
entre a pessoa física e a igreja regularizando a doação como uma pendência
fixa, logo não há uma dívida oficial a ser quitada. Além disso, o dízimo é uma
doação, e não um produto ou serviço contratado, não podendo então levar o
consumidor à negativação nos birôs de crédito”.
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