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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

TOMANDO POSSE DO LUGAR PARA JESUS? ORA, NÃO ADIANTA EM NADA EU DECLARAR QUE MINHA CIDADE PERTENCE A JESUS, SE EU VIVO EM CONTENDAS COM O PRÓXIMO - LEANDRO BUENO PROCURADOR DA FAZENDA/PROFESSOR. MEMBRO DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

Na semana passada, eu estava fora do país, e quando voltei comprei uma revista semanal, que dizia que o prefeito da cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia, havia publicado um decreto no primeiro dia útil do ano (dia 2), entregando as chaves da cidade a Deus. Além disso, no decreto declarava-se ainda que todos os principados, potestades, governadores deste mundo tenebroso, e as forças espirituais do mal, nesta cidade, estarão sujeitas ao senhor Jesus Cristo de Nazaré. Aí, fiquei pensando sobre esse assunto e resolvi escrever este texto. Sem querer adentrar na boa intenção do prefeito, que eu acredito, e sem querer discorrer sobre a questão da laicidade que, a meu ver, foi ofendida com esse decreto, tenho que há algo mais profundo a evidenciar uma heresia que tenho visto em alguns segmentos evangélicos, que é uma forma deturpada de ver a questão da batalha espiritual. Explico. A Bíblia nos ensina que nós temos 3 inimigos espirituais a serem vencidos, a saber, o diabo, o mundo, e a carne (nossa natureza pecaminosa). Infelizmente, dentro desta batalha espiritual contra tais inimigos, inseriu-se uma ideia equivocada de “dominação de territórios”. Ou seja, é como se o cristão tivesse que declarar que  determinado lugar geográfico é do senhor Jesus e isso fosse uma forma profética de proteger o local contra toda sorte de entidades malignas. E ao que parece esse tipo de heresia fez escola em diversos lugares, tal é a quantidade imensa de placas e totens onde vemos escrito, a cidade “X” é do senhor Jesus. E por que digo que é uma heresia? Porque estou certo de que se queremos, de fato, que um lugar seja de Jesus, o que devemos fazer é exatamente manifestar os valores do Reino de Deus naquele lugar, ou seja, a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria e a dignidade da pessoa humana. Ora, não adianta em nada eu declarar que minha cidade pertence a Jesus, se eu vivo em contendas com o próximo, praticando atos de adultério, fornicação, impureza, idolatria, inimizades, porfias, dissensões, heresias, etc., que são as chamadas obras da carne como nos alerta o apóstolo Paulo, em Gálatas 5. Assim, no contexto do que estou escrevendo, penso que algo que fala muito mais alto para aqueles que ainda não conhecem a Jesus é o TESTEMUNHO PESSOAL que o cristão deve passar em todos os lugares, e não apenas, nas quatro paredes de sua igrejas. Infelizmente, temos visto muitos cristãos que parecem não saberem viver fora de suas igrejas, em um mundo plural e que muitas vezes rejeita por completo os valores cristãos. Daí, a necessidade que temos de buscar em Deus sabedoria quando queremos trazer elementos de nossa fé para o âmbito público. Quando falo isso, não significa que devemos nos amoldar aos valores deste mundo caído em que vivemos, mas, sim, que devemos saber o momento de falar, de colocar nossas ideias, até para evitar escândalos, ridicularizações desnecessárias, etc. Concluindo, pego o exemplo da igreja primitiva e veremos que o primeiro lugar em que os cristãos foram assim chamados foi na Antioquia, porque suas atitudes diárias tinham plena coerência com o amor de Deus que eles pregavam, a ponto de serem tidos como os “pequenos cristos”. Ou seja, por aonde eles andavam, as pessoas iam se convertendo, por ver Jesus na vida daqueles irmãos. Agindo desta forma, estaremos declarando por onde quer que estejamos que a mensagem de Jesus está sendo trazida ao local. Amém.

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