Header Ads

MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

IDENTIDADE ANTROPOLÓGICA DA IGREJA DE CRISTO - ESDRAS COSTA BENTHO TEÓLOGO, BACHAREL E LICENCIADO EM TEOLOGIA COM ESPECIALIZAÇÃO EM HERMENÊUTICA; GRADUADO EM PEDAGOGIA (EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES), E ESCRITOR. ATUALMENTE CONCLUINDO O MESTRADO EM TEOLOGIA PELA PUC, RJ, ATUA COMO PROFESSOR NA FAECAD, RJ, TRABALHA COMO EDITOR DE BÍBLIAS E REVISOR SÊNIOR PARA EDITORAS CRISTÃS. É AUTOR DOS LIVROS “A FAMÍLIA NO ANTIGO TESTAMENTO – HISTÓRIA E SOCIOLOGIA” E “HERMENÊUTICA FÁCIL E DESCOMPLICADA”, E CO-AUTOR DE “DAVI: AS VITÓRIAS E DERROTAS DE UM HOMEM DE DEUS”, TODOS TÍTULOS DA CPAD

A igreja é constituída de pecadores redimidos por Cristo que, à semelhança de Isaías, está diante do Trono, mas treme em sua humanidade impura. A igreja deve reconhecer sua grandeza – ela é Corpo de Cristo – mas jamais pode se esquecer de suas limitações e fraquezas – o pecado ainda é uma realidade latente, não obstante sua transformação à semelhança de Cristo (Ef 4.13). A identidade antropológica da ekklēsia não reduz sua grandeza, pelo contrário a traduz. De acordo com Pascal, a verdadeira religião é aquela que permite que conheçamos nossa mais íntima natureza, sua grandeza, insignificância e a razão para ambas; para o cientista e teólogo francês, a fé cristã é a única que tem esse conhecimento [1]. É na relação celíflua com o Logos que os membros da ekklēsia conhecem o verdadeiro propósito de sua criação, redenção e glorificação. Nesse inaudito e glorioso convívio a índole carnal cede para “o novo homem” (ton kainon anthrōpon) que “segundo Deus” (kata Theon) foi criado em verdadeira justiça (dikaiosynē) e santidade de vida (hosiotēs) (Ef 4.24). Em Cristo, a ekklēsia vive e reflete a verdadeira humanidade, “o novo homem segundo Deus”; o poema (poima) que foi criado en Christō (Ef 2.10). Ao “ter sido feito semelhante aos homens” (homoiōthēnai), Jesus tornará os redimidos semelhantes (homoioi) a Ele (Hb 2.17; 1 Jo 3.2; Fp 3.21). Nenhuma instituição humana cumpre essa função, somente a ministração salvífica da Santíssima Trindade é capaz de transformar pecadores redimidos à semelhança do Filho de Deus, e convertê-los em Corpo de Cristo! Não são os programas litúrgicos, as inúmeras festividades, o estatuto, as tradições, os bons costumes e as convenções sociais da igreja que transformam pecadores à imagem de Cristo, mas o relacionamento entre o homem e Deus através do sacrifício vicário de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da ação noutética do Santo Espírito. Diante da realidade da igreja contemporânea mais e mais pessoas são agregadas ao rol da igreja local sem uma profunda transformação de natureza, caráter e vida. Mas há uma Igreja dentro da igreja. Assim como o trigo e o joio são coisas distintas embora cresçam juntos, assim também há muitos joios na igreja local que crescem com os trigos da Igreja universal, santa e uma. Ainda que esta seja a natureza transformacional da ekklēsia – organismo espiritual, santo e universal – a igreja também vive suas limitações locais como corpo e membro uns dos outros. A natureza una, espiritual e santa do Corpo de Cristo opõe-se à realidade social, cultural e humana da igreja visível, principalmente enquanto estivermos in partibus infidelium, isto é, entre os infiéis. O sentido de opor neste caso não é o de “oposição”, “impugnação”, mas como no latim opponere, isto é, “pôr na frente”. É possível, portanto, distinguir satisfatória e adequadamente a natureza da Igreja universal da local. Assim como é possível distinguir a Igreja, comunidade dos redimidos, da congregação de Israel no deserto. Bultmann afirma que a “pergunta pelo conceito de Igreja” é decisiva para o cristianismo [2]. E a resposta para essa pergunta acha-se principalmente nas páginas neotestamentárias. Notas 1. PASCAL, B. Mente em chamas: fé para o cético e indiferente. Brasília: Editora Palavra, 2007. p. 173. 2. BULTMANN, Rudolf. Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Teológica, 2004, p.140.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.