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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

JESUS PROVOU A MORTE ESPIRITUAL? - PAULO RODRIGUES ROMEIRO É UM PASTOR E APOLOGISTA CRISTÃO EVANGÉLICO BRASILEIRO. FOI PRESIDENTE DO INSTITUTO CRISTÃO DE PESQUISAS (ICP) EM SÃO PAULO, E ATUALMENTE É PASTOR PRESIDENTE NA IGREJA CRISTÃ DA TRINDADE

Uma das afirmações de Hagin que merece atenção é a de que a morte física de Jesus não removeria os nossos pecados e por isso ele teve que provar a morte espiritual. Valnice repete com freqüência: "Jesus se tornou o que eu sou para que eu me torne o que ele é... Ele se fez pecado para que eu me torne justiça de Deus".45 Um dos versículos preferidos dos pregadores desse movimento para defender tal posição é 2 Coríntios 5:21. Vejamos o que McConnell tem a dizer sobre esta passagem: A crença dos ensinadores da Fé de que Jesus tornou-se pecaminoso indica uma grosseira interpretação do conceito veterotestamentário do sacrifício substitutivo (baseado na perfeição e santidade da vítima sacrificial). Os animais do sacrifício escolhidos para a oferta pelo pecado tinham que ser um novilho "sem defeito" (Levítico 4:3), um bode "sem defeito" (Levítico 4:23) e uma cordeira "sem defeito" (Levítico 4:32). A pessoa que apresentava essas ofertas santas colocava a sua mão sobre os animais para simbolizar a transferência de seu pecado e culpa (Levítico 4:4, 24, 33). Essa transferência de pecado era simbólica e não literal. A doutrina da identificação, de Kenyon, diz que no momento da transferência do pecado esses animais tornavam-se imundos, tornavam-se pecado. O que acontecia era exatamente o contrário. No momento da transferência, a oferta tornava-se santa ao Senhor; qualquer que tocasse ou comesse a oferta pelo pecado também se tornaria santo (Levítico 6:25-27, 29). O animal sacrificial não se tornava pecado; o pecado era-lhe simbolicamente atribuído. Esses conceitos levíticos de substituição e atribuição são a plataforma de 2 Coríntios 5:21. Jesus não se tornou literalmente pecado; o pecado foi-lhe atribuído simbolicamente. As Escrituras ensinam claramente que o sacrifício de Jesus foi uma oferta substitutiva apropriada porque era uma oferta sem pecado. Pedro baseia-se nos símbolos levíticos quando escreve que somos redimidos com o "precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pedro 1:19). O escritor aos Hebreus também faz o mesmo quando declara que "Cristo... a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus" (Hebreus 9:14). Aqui, novamente, como em 1 Pedro 1:19, "sem mácula" (anomos) refere-se a uma exigência levítica de um sacrifício externamente perfeito (veja Êxodo 29:1, Septuaginta).46 Se a morte física de Jesus não pudesse fazer a expiação mas somente a sua morte espiritual, a encarnação do Verbo perderia o seu propósito. Não poderia Jesus morrer espiritualmente no mundo espiritual? Afirmar que a morte física de Jesus não removeria os nossos pecados é contradizer as Escrituras. Observe Hebreus 10:19, 20: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne" e Efésios 2:13: "Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo". Podemos citar ainda 1 Pedro 4:1; 1 João 1:7; Apocalipse 1:5. No dia 6.7.91, no seu programa de TV, Valnice Milhomens fez um comentário interessante sobre Isaías 53:9: "Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte". A palavra "morte", no texto original, está no plural, "mortes". Valnice disse que havia consultado a Bíblia de Scofield para verificar o que ele tinha a dizer sobre essa passagem. Segundo Valnice, Scofield não havia captado o sentido da revelação, como o fazem geralmente os teólogos. Scofield comentou, na sua Bíblia de estudo, que o vocábulo no plural (''mortes") deve ser entendido como plural de intensidade, morte muito violenta. Para Valnice, entretanto, "mortes" nesta passagem significa que Jesus morreu duas vezes, física e espiritualmente. Ela afirma também que o rico dessa passagem é o mesmo mencionado em Lucas 16:19-31, o que não deixa de ser uma interpretação absurda do texto. Seria oportuno observar aqui o que McConnell tem a dizer sobre este assunto: A maior deficiência desse ensino é que ele é baseado numa única palavra de um único texto da Escritura. Como já observou um erudito, qualquer doutrina que só tem um versículo como base, não tem nenhum. No hebraico, nomes no plural expressam majestade, posição, excelência, magnitude e intensidade. Em Isaías 53:9, "mortes" é um plural de intensidade, usado pelo escritor para indicar que a morte mencionada foi uma morte particularmente violenta. Isto não significa que o rei de Tiro morreu duas mortes e nem que o Messias morreu duas mortes. Outro exemplo dessa forma é Ezequiel 28:8-10, que descreve a violência e a certeza da morte do rei de Tiro: "E morrerás da morte dos traspassados", Keiland Delitzsch declaram que a forma plural para morte usada em Isaías 53:9 e Ezequiel 28:10 é um exemplo de pluralis exaggerativus: é aplicado para uma morte violenta, cuja dor faz como se fosse morrer repetidas vezes (Commentary on the Qld Testament, vol. 7, Isaiah, p. 329). 47 Para corroborar sua crença de que Jesus morreu espiritualmente, Hagin cita Mateus 27:46: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (O Nome de Jesus, p. 25). Este clamor de Jesus na cruz é uma citação direta do Salmo 22:1, que fala do sofrimento e da vitória do Messias. Será que esta separação levou Jesus a perder sua natureza divina e receber uma natureza satânica, tornando-se assim um mero homem? O apóstolo Paulo diz que não, declarando que Deus resgatou a Igreja com seu próprio sangue (Atos 20:28). Em Cristo há uma pessoa com duas naturezas, a divina e a humana. A divina jamais sofreu uma solução de continuidade. A única novidade é que a humana lhe foi acrescentada. No Salmo 22:24, Davi declara: ''Porque não desprezou nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu quando lhe gritou por socorro". Antes de expirar, Jesus clamou: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!" Por acaso seu espírito foi rejeitado pelo Pai? Obviamente, não. Jesus mesmo disse: "Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida..." (João 10:17). E ainda: "E aquele que me enviou está comigo, não me deixou só, porque eu faço sempre o que lhe agrada" (João 8:29). Como, então, entender o seu clamor, dizendo-se abandonado na ocasião de sua morte? Brian A. Onken explica: Cristo tornou-se o substituto legal dos pecadores, recebendo em si mesmo o castigo que eles mereciam. Ao serem colocados sobre o Filho a ira e o juízo de Deus, o Pai não podia ter com ele a comunhão que haviam desfrutado por muito tempo. O Filho foi tratado como se ele fosse um pecador, porque estava em nosso lugar. Entretanto, isso não exige uma mudança em sua natureza ou que ele tivesse sido separado de Deus. Como pode acontecer com qualquer cristão — até mesmo quando ele não experimenta a plenitude da comunhão com o Pai, a realidade do seu relacionamento com ele permanece constante — aconteceu com Cristo.48

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