CENTRAIS PREPARAM GREVE GERAL PARA O DIA 28; VEJA QUAIS CATEGORIAS DEVEM ADERIR O MOVIMENTO
Centrais sindicais organizam greve geral (ou paralisação nacional) para
a próxima sexta-feira, dia 28. Eles dizem que pode ser a maior mobilização de
trabalhadores e de diversos setores da sociedade dos últimos 30 anos no Brasil.
O protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista e a Lei da
Terceirização está sendo convocado por oito centrais sindicais que, juntas,
representam mais de 10 milhões de trabalhadores. Segundo sindicalistas, a
última grande paralisação envolvendo diversas categorias ocorreu em 1986,
durante o governo Sarney, contra o Plano Cruzado. "Esperamos que seja a
maior mobilização já ocorrida até agora", diz João Carlos Gonçalves,
secretário-geral da Força Sindical. "Estamos orientando as pessoas a não
saírem de casa, a não irem ao supermercado, aos bancos etc".Grandes
categorias de várias capitais aprovaram a paralisação em assembleias, entre as
quais metroviários, motoristas de transporte público, motoboys, bancários,
metalúrgicos, professores de escolas públicas e privadas, petroleiros,
funcionários dos Correios, da construção, do comércio e da saúde; "O
momento é muito grave, principalmente depois da aprovação da urgência para a
votação da reforma trabalhista sem que haja uma discussão mais profunda sobre o
tema", afirma Ricardo Patah, presidente da UGT. "Nem na ditadura
foram tomadas decisões tão graves como agora." Boletim assinado pela CUT,
UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB, com tiragem de 2 milhões
de exemplares, está sendo distribuído em cidades do Estado de São Paulo com
críticas às reformas e convocando a greve. Em Belo Horizonte, a paralisação
deve atingir cerca de 500 mil servidores públicos, além de bancários e outras
categorias, preveem os sindicatos locais. Segundo a coordenadora-geral do
Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Beatriz
Cerqueira, as reformas ferem "de morte" direitos fundamentais da
classe trabalhadora. O diretor da CUT em Alagoas, Izac Cavalcante, diz que a
central espera mobilizar pelo menos 100 mil trabalhadores no Estado. Segundo
ele, 75 mil servidores públicos estaduais e cerca de 3 mil bancários deverão
cruzar os braços. O protesto também terá a participação de parte do
funcionalismo público federal e dos trabalhadores das empresas de transporte
público de Maceió. Escolas privadas. Em São Paulo, o Sindicato dos Professores,
representante dos docentes de escolas particulares, contabiliza, até agora,
cerca de 100 escolas que não terão aulas e cujos pais de alunos estão sendo
informados pela direção das instituições. "Na próxima semana, as adesões
devem aumentar", informa Silvia Barbara, diretora da entidade. Mobilização
dessa magnitude na categoria não ocorre há mais de dez anos, diz. Também
indicaram adesão ao movimento na capital paulista os metroviários, motoristas,
bancários, metalúrgicos, químicos, construção, entre outros. Em cidades do
interior, como Sorocaba, cartazes do Sindicato dos Rodoviários informam
passageiros nas rodoviárias sobre a greve geral. No fim de semana, haverá
carreata na zona leste de São Paulo, da CUT, para chamar para o protesto. No
Ceará, Pernambuco, Santa Catarina e Maranhão, está prevista a adesão ao
movimento de bancários e de profissionais de setores essenciais, como
transporte, saúde e educação.
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