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PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

MUÇULMANOS MODERADOS ERGUEM CRUZ NO IRAQUE PARA CONVENCER CRISTÃOS A VOLTAREM ÀS SUAS CASAS POR TIAGO CHAGAS

Um grupo de muçulmanos moderados que vivem na cidade de Mosul, no Iraque, fez um gesto de tolerância e respeito ao erigir uma cruz, iluminada, no topo de um morro da cidade, logo acima de um mosteiro, na intenção de convencer cristãos que moravam na região a voltar para suas casas. A iniciativa dos muçulmanos – que eram minoria na cidade até 2014, quando o Estado Islâmico expulsou os cristãos do local – não passou despercebida da mídia internacional, que destacou o inusitado gesto e buscou detalhes sobre a motivação dos muçulmanos. De acordo com informações da agência EFE, os moradores do bairro de El Arabi instalaram a cruz sobre o morro onde fica o mosteiro de Mar Guergues (São Jorge, em árabe), na presença de cristãos que resistiram à ocupação de Mosul e não deixaram suas casas. Nessa cidade, uma das que mais concentravam cristãos no Iraque, ao lado de Qaraqosh, o Estado Islâmico tinha por hábito marcar as casas dos seguidores de Jesus com a letra “N”, uma referência ao termo “Nusairi”, que em árabe significa “cristão”. Dessa forma, os militantes extremistas poderiam saber onde os “infiéis” viviam. Um dos líderes do grupo de muçulmanos moderados é Basem al Tai, membro da ONG local Safinat Nuh (“Arca de Noé”). Ele afirmou que essa foi a primeira iniciativa do grupo de cidadãos de Mosul para convidar os antigos moradores da cidade a voltar às suas casas e reconstruir a região, agora livre do Estado Islâmico. Al Tai explicou ainda que o grupo decidiu fazer o gesto na última segunda-feira, 24 de abril, porque é a data em que se comemora o Dia do Mosteiro de São Jorge, como forma de “expressar solidariedade aos irmãos cristãos”. O templo e demais instalações foram destruídos pelo Estado Islâmico. Além disso, Basem al Tai acrescentou que o ato de colocar a cruz no local é um desafio ao Estado Islâmico: “É para lembrar ao mundo seus atos criminosos”, declarou, afirmando que Mosul precisa dos cristãos de volta, pois os considera “o sal do Iraque”. “Estamos preparando outros projetos e trabalharemos para o regresso de todas as famílias cristãs”, garantiu. A ONG Safinat Nuh se dedica a incentivar a convivência pacífica entre muçulmanos e cristãos, e seus voluntários agora atuam para convencer os exilados cristãos a retornarem. Samer Ilyas, escritor cristão e um dos moradores da região, contou que esta ideia dos jovens muçulmanos foi “muito boa”, pois no distrito vivia um grande número de cristãos. “Estamos acostumados a este tipo de atitude de nossos irmãos muçulmanos, e isto também indica os bons habitantes que são e a autenticidade de seus atos”, comentou, acrescentando que “a cidade sem cristãos é como a comida sem sabor”. Somente na última semana, de acordo com o Ministério iraquiano de Deslocados e Migrações, pelo menos 2.063 deslocados iraquianos retornaram a seus lares nos bairros do leste de Mosul.

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