O INÍCIO DA MISSÃO AZUSA - A HISTÓRIA DO AVIVAMENTO AZUSA SEGUNDO FRANK BARTLEMAN
Quinta-feira, dia 19 de abril, enquanto estávamos sentados na reunião do meio-dia no auditório Peniel, Rua South Main, 227, de repente o chão começou a mexer-se.  Uma sensação horrorosa tomou conta de todos. Ficamos sentados, muito espantados. Muitas pessoas começaram correr para o meio da rua, olhando ansiosamente para os edifícios com medo que caíssem. Foi uma hora  muito séria.
Eu fui para casa e depois de um período de oração, o Senhor me mostrou  que deveria voltar para reunião que  havia sido transferida da Rua Bonnie Brae para a Rua Azusa,
312. Haviam alugado uma velha casa de madeira que fora antes uma igreja metodista, no centro da cidade, e que durante muito tempo não fora usada para reuniões. Tornara- se um depósito de madeira velha e cimento, mas agora limparam a sujeira e o entulho o suficiente para colocar no meio umas tábuas, em cima de barris velhos. Desta forma, dava lugar para cerca de trinta pessoas, se é que me lembro corretamente. Sentavam-se formando um quadrado, olhando uns para os outros.
Senti  tremenda  pressão  interior  para   ir  à reunião
 
daquela noite. Era minha primeira visita a Missão Azusa. Mamãe Wheaton, que estava vivendo  conosco  naquela  época, iria junto. Ela andava tão devagar que eu mal conseguia esperá-la. Chegamos lá finalmente e  encontrei cerca de doze irmão, alguns brancos e alguns negros. O  Irmão Seymour estava lá dirigindo. A "arca do Senhor" começou a se mover vagarosamente, mas com firmeza em Azusa. No princípio  era  carregada  nos  ombros  de sacerdotes indicados por Ele mesmo. Não tínhamos nenhuma "carroça nova" naqueles dias para agradar as multidões mistas  e carnais.
Tínhamos de combater contra Satanás, mas a "arca"  não era puxada por bois (bestas ignorantes). Os sacerdotes estavam "vivos para Deus", através de muita preparação e oração. O discernimento não era perfeito, e o inimigo tirou algum proveito disto, e trouxe algumas críticas ao trabalho, mas os  irmãos  logo aprenderam a "apartar o precioso do  vil".
Todas as forças do inferno estavam combinadas contra nós no princípio. Nem tudo era benção. Na realidade, a luta foi tremenda. Satanás  procurava  espíritos  imperfeitos,  como sempre, para destruir a obra,  se  possível.   Mas   o  fogo não podia ser apagado. Irmãos  fortes  haviam  se reunido com a  ajuda  do Senhor. Aos poucos levantou-se uma onda de vitória. Mas tudo isto veio de um pequeno começo, uma pequenina chama.
Preguei uma mensagem na minha primeira reunião em Azusa. Dois irmãos falaram em línguas. Muitas benção parecia acompanhar estas manifestações. Em  breve  muitos já sabiam que o Senhor estava operando na Rua Azusa e pessoas de todas as classes começaram a vir às reuniões. Muitos estavam apenas curiosos e não acreditavam, mas outros tinham fome da presença de Deus. Os jornais começaram    a  ridicularizar  e  a  debochar  das     reuniões,
 
oferecendo-nos desta maneira  muita publicidade gratuita. Isto trouxe as multidões. O diabo superou-se a si mesmo outra vez. Perseguições externas nunca fazem mal à obra. Tínhamos de nos preocupar mais com os espíritos malignos que trabalhavam dentro da obra. Até espíritas e hipnotizadores vieram investigar o que fazíamos  e  tentar  nos influenciar. Apareceram então todos os descontentes religiosos e charlatães procurando um lugar para trabalhar. Estes é que nos causavam  mais  temor,  porquanto constituem sempre perigo para  todos  os  trabalhos  que estão sendo iniciados, e não encontram guarida em outros lugares. Esta situação lançou tal medo  sobre  muitas  pessoas que foi quase insuperável e impediu muito  a  ação  do Espírito. Várias temiam buscar a Deus por pensar que o diabo poderia pegá-las.
Descobrimos logo no início que quando tentávamos segurar a "arca" (I Crônicas 13:9), o Senhor parava de trabalhar. Não ousávamos  chamar  muita  a  atenção  do povo para o que o maligno tentava realizar, pois  medo  seria  o resultado. Só podíamos orar. Então Deus  deu-nos  a vitória. Havia a presença de Deus conosco através da oração; nós podíamos contar com ela. Os líderes tinham uma experiência bastante limitada, e a grande  maravilha   é   que o trabalho tenha sobrevivido contra seus poderosos adversários. Mas era de Deus.  E  era  este  o segredo.
Um certo escritor disse bem: "No dia de Pentecostes, o cristianismo enfrentou o mundo; era uma nova religião sem universidade, povo ou  patrocinador.  Tudo  o que era antigo  e venerável se levantou em oposição maciça contra ele, e ele não bajulou ou procurou conciliar-se com nenhum deles. Foi de encontro a todos os sistemas existentes e todos os maus costumes, queimando à medida que passava todas as inumeráveis formas de oposição. Isto realizou só com sua língua  de fogo."
 
Outro escritor disse: "A apostasia da igreja primitiva veio porque os cristãos queriam ver seu poder e governo se espalhar, mais do que a transformação e vida de  cada um  dos seus membros. No momento em que nos regozijamos com as multidões que se aderiram à nossa versão ou conceito da verdade, em lugar de buscar a transformação de vidas individuais de acordo com o plano divino, já estamos  andando na estrada da apostasia que leva à Roma e às sua filhas."

 
 
 
 
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