CRIVELLA CORTA VERBA DE CARNAVAL E ESCOLAS DO RIO CANCELAM DESFILE DE 2018 MAIORIA DA POPULAÇÃO CONCORDA COM DECISÃO. MÍDIA CHAMOU DECISÃO DE “AGENDA EVANGÉLICA” POR JARBAS ARAGÃO
O prefeito Marcelo Crivella (PRB), do Rio de Janeiro, gerou grande
polêmica ao anunciar que vai cortar metade da verba destinadas às escolas de
samba do Grupo Especial. Dos 24 previstos, repassará apenas 12 milhões de
reais. O alcaide, que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus,
vem sendo criticado por alguns segmentos por tentar impor uma “agenda
evangélica”. Na verdade, a decisão tem a ver com as prioridades do seu governo.
Ele afirmou que deseja aplicar o dinheiro nas creches. Com o investimento,
poderá dobrar a diária, de 10 a 20 reais, paga por criança. Isso possibilitaria
melhorar a alimentação e o material fornecido pelas instituições de ensino
infantil da cidade. Como era
esperado, a medida abalou a Liga Independe das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro (Liesa). Após uma reunião, divulgou uma nota oficial onde anunciou que
não haverá desfiles das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro no Carnaval
de 2018. Os presidentes das escolas de samba e a Liesa querem uma audiência com
o prefeito para tentar “encontrar uma solução para o problema”. A nota destaca
os “benefícios econômicos, financeiros, de geração e renda… proporcionadas
durante o período de preparação e realização dos desfiles carnavalescos”. O
corte de 50% dos recursos públicos tornará inviáveis os desfiles na Marquês de
Sapucaí. Ao divulgar sua decisão, a
prefeitura garantiu que esse remanejamento não significa que as escolas de
samba ficarão sem recursos, apenas não poderiam contar com o aporte de dinheiro
da prefeitura, que enfrenta sérios problemas financeiros. Apesar da reação
negativa da mídia, em especial as ligadas à Rede Globo, que mantém os direitos
de transmissão, a maior parte da população parece concordar com a decisão.
Segundo o site da revista Veja, mais de 80% das pessoas acreditam que o
prefeito “fez bem” em cortar as verbas.