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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

DEUS REALMENTE ZOMBA DOS QUE NÃO CONFIAM NELE? POR QUE O SALMISTA DAVI DISSE QUE SIM? POR FERNANDO PEREIRA

Quando cursei psicanálise aprendi com um dos meus professores que as piadas/anedotas já foram alvo de sérios estudos, inclusive do próprio pai-inventor desta ciência que estuda o subconsciente humano, Sigmund Freud, que desenvolveu o estudo “O chiste e sua relação com inconsciente”. Em seu estudo, Freud classificou as piadas em duas categorias: as “ingênuas” (que é produzida pelo jogo das palavras) e os “chistes tendenciosos” (que se baseia num veio erótico e/ou preconceituoso).  No primeiro caso, o humor consiste no trocadilho, e, no segundo, na aversão às diferenças e/ou estereótipos traduzidos no modo de ser, se vestir, falar, andar, agir de um modo geral. Você deve estar se perguntando qual a relação entre o que foi dito na introdução com o que está proposto no título deste texto. Pois bem, vamos lá. A Bíblia, no livro dos salmos, mais precisamente no de número dois, nos relata, no versículo quatro, o seguinte: “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles”. Duas palavras/verbos precisam destacadas: “rir” e “zombar”. Conforme meus professores de português, “quem ri, ri de algo, de alguém e/ou para alguém”, e quem zomba, “zomba de algo, de alguém e/ou para alguém”. Logo, a pergunta a ser feita é: de quem Deus rirá e/ou zombará (a ideia é a mesma nas duas frases do versículo)? Se olharmos o contexto do que está sendo dito, à luz, sobretudo do que diz a última frase do versículo 12 do mesmo capitulo (“bem-aventurados todos aqueles que nele confiam”), logo saberemos que o Senhor “rirá”/”zombará” dos que nele deixam de confiar.  À luz do que significa “zombar”, palavra utilizada pelo tradutor da bíblia, o salmista diz que Deus, grosso modo, à luz do que eu conheço a cerca do que entendeu Freud , se referirá aos que nele não confiam, usando um tom de zombaria, ou seja: quem deixa de confiar no Senhor, ganha contornos de uma piada pelo modo como age, e pelo que decide. À luz da expressão antropomórfica ­– quando se atribui a Deus comportamentos/sentimentos que são próprios dos seres homens – do salmista, chegaremos à conclusão de que, na verdade, Deus não faz dos que nele não confiam uma piada, mas é o salmista é que acha inconcebível alguém deixar de confiar no Senhor para ser arvorar em sua própria força e/ou sabedoria. E por que o salmista acha isso? Porque suas experiências com Deus fixaram nele essa mentalidade/paradigma. Embora no texto hebraico o autor seja omitido, os apóstolos, no Novo Testamento, deixam claro que quem escreveu o salmo dois foi Davi (At 2.24-25). O contexto do salmo deixa claro que o rei Davi falava de seu reino (o que também é uma referência ao reino de Cristo/messiânico), de como Deus o escolhera e ungira/untara para tal, e de como os reis inimigos almejavam derrubá-lo. Ele se via em uma situação, humanamente falando, de perigo. Mas não temia, pois era escolhido de Deus, e sua confiança não estava fixada a nada que está ligado tão somente a esfera terrena. Nessa época ele já havia tido muitas experiências em guerras das quais ele saíra vencedor, ele já havia vencido os leões, os ursos, já havia matado o gigante Golias… Ou seja, seu modo de agir estava estritamente preso à vontade de Deus, e suas experiências o haviam feito experimentar as intervenções poderosas do Senhor. Lição: A lição que eu aprendo com Davi neste salmo é a de que, para vivermos uma vida de paz, precisamos nos meter em experiências com Deus para construirmos uma mentalidade que já não veja mais a possibilidade de agir sem que Deus esteja no negócio, e também para não temermos o que de mal possa nos acontecer, pois se por acaso vier nos acontecer, acontecerá segundo a vontade de Deus, e sempre para o nosso bem – “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum (…) Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos (…)” (Sl 23. 4,5). Precisamos conhecer Deus através de nossas experiências, e não tão somente conhecer sobre ele (Os 6.3; Jó 42.5).

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