MORRE PASTOR VILARINDO LIMA, FUNDADOR DA IGREJA BATISTA CENTRAL DE BRASÍLIA POR TIAGO CHAGAS
O pastor Severino
Vilarindo Lima, 90 anos, fundador da Igreja Batista Central de Brasília (IBCB) faleceu na última quinta-feira, 01 de junho, no Hospital da
capital federal, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Vilarindo Lima estava internado há dois meses para tratar da doença e não resistiu ao comprometimento de outros órgãos. O atual presidente da IBCB, Ricardo Espindola, primeiro neto do
veterano pastor, disse que a piora que o levou à morte foi drástica ao longo da última semana: “De repente, ele foi piorando e, como se fosse uma vela, apagando”, comentou. Segundo informações do jornal Correio Braziliense, o pastor
Vilarindo estava acompanhado pelos filhos e netos no momento de sua partida. e
morreu em paz. O velório será iniciado às 17h00 dessa sexta-feira, 02 de junho, no templo da IBCB na 603 Sul. Já o sepultamento acontecerá amanhã, 03 de junho, no Cemitério Campo da Esperança, após o culto fúnebre. Trajetória: Pernambucano, o pastor Severino Vilarindo Lima nasceu em Umbuzeiro
em 1926, cidade do interior do estado, enfrentou dificuldades na infância e precisou ser criado pela família da madrinha, que se opunha às suas ambições de estudo e trabalho. Espindola conta que o avô foi agredido pelo padrasto quando pediu
permissão para estudar: “Em meio à discussão, o homem atingiu meu avô com um faca. Ele, então, fugiu. Passou por muitas dificuldades, mas aquele foi o primeiro
passo para a mudança”, afirmou o neto. Ainda criança, adotou Campina Grande (PB) como destino, e passou por fome e maus
tratos nas ruas. Acolhido pela dona de uma alfaiataria, aprendeu a costurar e
trabalhou na oficina de confecção até ingressar na Marinha, aos 18 anos, em Natal (RN). Como forma de
garantir sua permanência nas Forças Armadas, ocultou dos superiores seu matrimônio. Ministrava cultos, formou-se em administração e jornalismo e chefiou a alfaiataria da
Marinha na região, confeccionando fardas para autoridades como João Figueiredo, Ernesto Geisel e Juscelino
Kubitschek. Anos depois, o presidente Ernesto Geisel solicitou que Vilarindo
Lima fosse para Brasília, para assumir um cargo no Estado Maior das Forças Armadas (Enfa), além de posiciona-lo como dirigente da alfaiataria
oficial da Marinha. Essa mudança de cidade foi encarada pelo pastor como um propósito de Deus. De acordo com Ricardo, o avô teve uma visão ainda jovem, e a mensagem divina era clara: “Você irá para a cidade de edifícios deitados”. Ao abrir as janelas do apartamento onde morava, em 1969, Vilarindo
percebeu que a previsão se concretizara. Na capital federal, Vilarindo Lima foi convidado por
Antônio Martins Villas Boas em 1970 a frequentar os cultos da Igreja Batista
Central (IBC), que à época contava com 16 membros. Dois meses depois, foi convidado a dirigir
os cultos e terminou empossado presidente da denominação em 1971. Nos últimos anos Vilarindo Lima não podia mais ministrar cultos devido ao Alzheimer, mas ainda frequentava
o templo.