COMO É A VIDA DA ÚNICA FAMÍLIA BRASILEIRA NA COREIA DO NORTE? CLEITON SCHENKEL, DIPLOMATA GAÚCHO, VIVE COM A MULHER E O FILHO PEQUENO EM PYONGYANG, FORMANDO A ÚNICA FAMÍLIA BRASILEIRA NA COREIA DO NORTE
O atual ministro brasileiro da pasta das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes, confirmou a14 dias atrás em Pequim, China, que manterá o encarregado de
negócios enviado pelo Itamaraty, na #embaixada do Brasil em Pyongyang, #Coreia
do Norte. Isso independente das notícias produzidas pelo presidente Kim Jong-un
como, por exemplo, ter testado a poderosíssima bomba H; continuar a lançar
mísseis que sobrevoem o território japonês ou ser acusado de provocar a 3ª
Guerra Mundial se confrontando com os Estados Unidos. O diplomata em questão é
Cleiton Schenkel, gaúcho de 46 anos e que mora há pouco mais de 12 meses na
capital norte-coreana acompanhado da esposa, servidora pública licenciada, e do
filho pequeno. Vale frisar que
somente Schenkel integra o corpo diplomático brasileiro na pequena e fechada
nação asiática. As três pessoas citadas acima compõem a única família
brasileira na Coreia do Norte; sendo que, a exceção é a esposa do embaixador
palestino, nascida no Brasil, mas que saiu bem nova de sua terra natal. Cleiton
já serviu nas cidades de Harare (Zimbábue), Genebra (Suíça), e em junho de 2016
substituiu o embaixador Roberto Colin, que hoje presta serviços em Tallinn, na
Estônia. O gaúcho chefia seis colaboradores da Coreia do Norte frente a
representação diplomática do Brasil, inaugurada em 2009, e que está localizada
no térreo de um sobrado, que também é a residência de Schenkel e sua família. O
encarregado de negócios se diz um observador político do Brasil em Pyongyang,
que aliás é a única nação das Américas a possuir embaixadas nas duas Coreias.
Trabalho e diversão: Como todo bom
gaúcho, Schenkel não larga do seu chimarrão e trabalha no horário das 9h às 18h
diariamente, atualizando os funcionários de Brasília sobre as consequências da
política da Coreia do Norte internamente e no exterior. Muito embora haja uma
série de sanções internacionais contra os norte-coreanos, o Brasil em 2016 de
acordo com o MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços),
gerou aproximadamente R$ 34 milhões em negócios com o governo local. Nas horas
vagas, o diplomata brasileiro assiste através da internet os jogos do Grêmio,
ouve MPB e caminha com a família pelas ruas do denominado bairro diplomático,
que inclusive é onde está situada a embaixada do Brasil. Em toda a região
circunvizinha há um número limitado de restaurantes e um único pólo de compras
para pessoas de outras nacionalidades, onde produtos importados, como
alimentos, são disponibilizados em quantidades mínimas. Os cinemas da cidade
não passam filmes norte-americanos, mas somente nacionais e sem legenda. A internet local também sofre restrições,
mas libera portais como o do Facebook, Google e Instagram. Limitações diversas:
A família de brasileiros não pode andar com tanta liberdade assim na capital
norte-coreana, o que ocorre somente nos limites do bairro diplomático, pois
fora desse quadrilátero, toda e qualquer incursão é monitorada ou acompanhada
de funcionários do governo da Coreia do Norte. Até mesmo para se locomover no
metrô ou ir aos museus se faz necessária a emissão prévia de autorizações. A
maioria dos vôos que chegam ao país tem origem ou escala na China e por falar
em visitas, até o momento nenhum parente dos Schenkels conseguiu ir visitar a
família nessa parte complicada do globo. O diplomata brasileiro até agora não
pretende retornar com a família ao Brasil, mas ao conceder entrevista a BBC
Brasil, o Itamaraty disse estar atento ao clima de guerra na nação asiática e
que fará de tudo para proteger a família brasileira que vive por lá, mantendo
assim, diálogo constante com o Encarregado de Negócios do Brasil em Pyongyang.
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