O PERIGO DO PRAGMATISMO ESPIRITUAL - DOUGLAS BAPTISTA É PASTOR, LÍDER DA ASSEMBLEIA DE DEUS DE MISSÃO DO DISTRITO FEDERAL, DOUTOR EM TEOLOGIA SISTEMÁTICA, MESTRE EM TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO, PÓS-GRADUADO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR E BIBLIOLOGIA, E LICENCIADO EM EDUCAÇÃO RELIGIOSA E FILOSOFIA; PRESIDENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TEOLOGIA CRISTÃ EVANGÉLICA, DO CONSELHO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DA CGADB E DA ORDEM DOS CAPELÃES EVANGÉLICOS DO BRASIL; E SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE DA CONVENÇÃO DOS MINISTROS EVANGÉLICOS DAS ADS DE BRASÍLIA E GOIÁS, ALÉM DE DIRETOR GERAL DO INSTITUTO BRASILEIRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
Pragmatismo é uma doutrina filosófica cuja corrente de ideias prega que a validade de uma doutrina é determinada pelo seu bom êxito prático. Se algo dá certo então deve continuar sendo praticado. Pode ser sintetizado como uma "filosofia de resultados". Quem adota esta filosofia faz todo o necessário para atingir seus objetivos.
O pragmatismo não se importa com os meios, apenas com os resultados. O pragmatismo tende a subordinar a concepção da ética. Portanto, quando alguém elege somente os resultados acaba por ferir a ética. Deste modo, o pragmatismo não se importa com a ética de suas ações desde que seus propósitos sejam alcançados.
Infelizmente estes conceitos tem influenciado a liturgia de alguns de nossos cultos. Alguns líderes desprovidos de ética adotam técnicas de manipulação de auditório para promover suposta espiritualidade na Igreja. As ideias do pragmatismo tem sido usadas e abusadas para conceber o falacioso sentimento de Igreja avivada.
Muitos pregadores tem feito uso de jargões para imprimir no culto a falsa sensação de espiritualidade. Expressões como “eu profetizo”, “receba” e “tome posse” tem sido banalizadas em muitos de nossos púlpitos. Perguntas como “tem fogo aí?” ou ainda “os pentecostais já chegaram?” são utilizadas para criar uma aparente atmosfera “espiritual” entre os presentes no culto.
Os pragmáticos espirituais não se importam se tais manifestações são expressões genuínas do Espírito ou apenas arranjos forçados de aparente espiritualidade. Para eles, o que é importa é o resutado, ou seja, o barulho. Se a Igreja pula, brada, gesticula e solta “rajadas” de línguas estranhas, então o culto é identificado como sendo pentecostal.
Tais líderes desprovidos de conhecimento bíblico, não tem nada para transmitir ao rebanho, não tem alimento espiritual para oferecer, e, por isso incentivam tal comportamento para manter os fieis manipulados por uma enganosa espiritualidade. Se alguém questiona estes métodos, imediatamente recebe a alcunha de “crente carnal”, “crente gelado”, "incrédulo" e outros termos de cunho pejorativo.
Quase sempre por trás disto tudo existem pecados ocultos e não confessados na Igreja. Cria-se uma cortina de “espiritualidade” para acobertar as falhas de caráter e de integridade da liderança. Para estes é melhor manter a Igreja na “carnalidade” disfarçada de “espiritualidade”, pois se o Espírito de Deus verdadeiramente se manifestar, então seus pecados serão revelados (1Co 14.25).
Finalizo lembrando que Cristo já nos alertara acerca do perigo do pragmatismo espiritual: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22-23).
Nem tudo que está dando certo tem a aprovação de Deus!
Pense nisso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista