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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

GIROLAMO SAVONAROLA OU JERÔNIMO SAVONAROLA TODA A HISTORIA

Girolamo Savonarola (Ferrara, 21 de setembro de 1452 — Florença, 23 de maio de 1498), cujo nome é por vezes traduzido como Jerônimo Savonarola ou Hieronymous Savonarola, foi um padre dominicano e pregador na Florença renascentista que ficou conhecido por suas profecias, pela destruição de objectos de arte e artigos de origem secular e seus apelos de reforma da igreja católica. Savonarola veio de uma antiga e tradicional família de Ferrara. Devotou-se ao estudo da filosofia e medicina e em 1474, durante uma viagem a Faenza, ouviu um sermão proferido por um padre agostiniano, que o fez resolver renunciar ao mundo, incorporando-se à ordem dominicana na Bolonha sem o conhecimento de seus pais. Savonarola se declarava um profeta, e escreveu sobre suas visões em seu Compendium revelationum, em que ele associava a corrupção do clero com um dilúvio de pecados e libertinagem e o rei Carlos VIII da França a um "novo Ciro". Quando a França invadiu a Itália e ameaçou intervir na Florença em 1494, essas profecias pareceram se realizar e Savonarola conseguiu suporte público para afastar os Médici do poder e declarar a Florença uma "república popular". Em 1495, quando a Florença recusou participar da Santa Liga junto ao Vaticano para se opôr à invasão francesa, Savonarola foi convocado a Roma pelo papa Alexandre VI. Savonarola recusou a convocação e prosseguiu a desafiar o papa, pregando sob uma proibição, declarando Florença uma nova Jerusalém: o novo centro do cristianismo no mundo, e começando uma campanha puritana que é lembrada especialmente em virtude das suas recorrentes "fogueiras das vaidades". Nesses eventos, obras de arte, livros e outros objectos que eram considerados produtos da vaidade humana, luxo desnecessário ou de natureza imoral eram coletados e queimados publicamente. Obras de Ovid, Propertius, Dante, Boccaccio, Botticelli e Lorenzo di Credi, entre outros, foram queimados nesses eventos, que por sua vez não passaram despercebidos pelo Vaticano. Em retaliação, o papa excomungou Savonarola em maio de 1497, e ameaçou uma interdição na Florença. Uma ordália foi proposta por um pregador rival na Florença em 1498 para testar a investidura divina de Savonarola, o que resultou em um fiasco e reverteu a opinião popular contra ele e Savonarola foi preso com mais dois frades seus aliados. Sob tortura, Savonarola confessou que havia inventado suas visões e profecias e em 23 de maio de 1498, a igreja católica e as autoridades civis condenaram os três frades à morte por enforcamento e a serem queimados em praça pública. Durante sua campanha reformadora, Savonarola recebeu apoio de jovens seguidores que passaram a ser conhecidos como "piagnoni", que tentaram manter a sua política durante o século seguinte, mas o movimento foi eventualmente desmantelado pelo reestabelecimento dos Médici no poder. Oposição contra a vida pagã: Sentindo profundamente a perda de valores trazida pelo ideário do Renascimento, como é evidente do poema No declínio da igreja, que escreveu no primeiro ano de sua vida monástica, fortaleceu-se com a instrução dos noviços no mosteiro, em Bolonha, e começou a escrever os tratados filosóficos baseados em Aristóteles e em São Tomás de Aquino. Em 1481, foi designado por seu superior para pregar em Florença. Nesse centro do Renascimento, opôs-se imediatamente à vida pagã e freqüentemente contra a imoralidade prevalecente em muitas classes da sociedade, em especial na corte de Lourenço de Médici. Em 1489, Savonarola retornou a Florença, que seria o cenário de seus trabalhos futuros e sua queda. Interpretação do Apocalipse: Em agosto de 1490, Savonarola começou seus sermões no púlpito da igreja de São Marcos, com a interpretação do Apocalipse. Seus sermões fizeram sucesso, exercendo uma influência crescente sobre o povo. Apesar de sua ascensão no Mosteiro de São Marcos, ele deixou manifesta a sua crítica quanto ao governo da cidade, faltando à visita a Lourenço de Médici — embora os Médici se mostrassem sempre mecenas generosos do mosteiro. Reforma interna do mosteiro: Nesse período, Savonarola começou a reforma interna do mosteiro, quando São Marcos e outros mosteiros de Toscana foram separados da congregação da Lombardia. Savonarola começou a criticar a imoralidade, a vida de prazeres dos florentinos, enquanto pregava que a população voltasse à vida da virtude cristã. Seus sermões e sua personalidade causavam um profundo impacto na população. Savonarola intensificou suas críticas, agora contra os abusos na vida eclesiástica, da imoralidade de grande parte do clero — sobretudo a vida imoral de muitos membros da Cúria romana —, dos príncipes e dos cortesãos. Em termos proféticos, passou a anunciar o juízo final, numa alusão a Carlos VIII, o rei de França, que tinha entrado na Itália e estava avançando contra Florença. Vida moral regenerada: Cristo foi considerado o rei de Florença e protetor de suas liberdades. Um grande conselho, com representantes de todos os cidadãos passou a governar a república e a lei de Cristo deveria ser a base da vida política e social. Savonarola não interferiu diretamente na política e nos casos de estado, mas seus ensinos e suas idéias eram absorvidos, fazendo com que a vida moral dos cidadãos fosse regenerada. Muitas pessoas trouxeram artigos de luxo, que foram queimados publicamente. Uma irmandade foi fundada por Savonarola para incentivar uma vida piedosa e cristã entre seus membros. Conflito com o papa Alexandre VI: Esses esforços de Savonarola vieram a gerar conflito com Alexandre VI. O papa, como todos os príncipes de cidades italianas, à exceção de Florença, era um oponente da política francesa. Além disso, Carlos VIII o tinha ameaçado freqüentemente com a convocação de um concílio em oposição. Além disso, o pregador dominicano falava com violência crescente contra o papa e a Cúria. Os fatos terminaram por precipitar a exigência papal de que Savonarola pregasse obediência, além de ir a Roma para defender-se. Savonarola desculpou-se, alegando estar com a saúde danificada. As conseqüências seguintes foram a proibição de o dominicano fazer pregações e a devolução do mosteiro de São Marcos à congregação de Lombardia. Em sua resposta, Savonarola procurou justificar-se e declarando que ele sempre tinha se submetido ao julgamento da Igreja; com isso o mosteiro foi retirado da congregação da Lombardia e a conduta de Savanarola foi julgada suavemente, mas a proibição de suas pregações foi mantida. Savonarola desafia a autoridade papal: Em seus novos sermões atacou violentamente os crimes do Vaticano, que aumentaram desse modo as paixões em Florença. Um cisma começou a se prefigurar e o papa foi forçado outra vez a agir. Mesmo assim, Savonarola prosseguiu com suas pregações cada vez mais violentas contra a Igreja de Roma, recusando-se a obedecer às ordens recebidas. Em 12 de maio de 1497, foi excomungado. Queda de Savonarola: Savonarola, acreditando ser a voz de Deus, tinha o hábito de clamar que o Poder Divino o fulminasse se ele estivesse errado, e dizia que iria caminhar sobre o fogo para provar a retitude de suas pregações. Quando um frade franciscano aceitou o desafio, dizendo que achava que também seria queimado, porém que seu sacrifício serviria para tirar a ilusão do povo, Savonarola não se mostrou mais disposto e recuou da prova. Um frei dominicano, discípulo de Savonarola, aceitou o desafio em seu lugar, e o circo foi armado, em Florença, em que a multidão compareceu para assistir a uma tragédia ou a um milagre. O representante de Savonarola, porém, inventou uma desculpa para não caminhar no fogo, e após vários insultos de lado a lado, acabou não havendo a esperada ordália pelo fogo. Morte: Depois deste fiasco, a influência de Savonarola foi diminuindo, e logo seus inimigos o levaram à autoridade secular. Algumas confissões foram obtidas por tortura, e ele foi condenado à morte na forca por heresia. Ele foi para a morte com fortitude e grandeza, um homem que muitos acreditaram que era um santo, mas que era, na realidade, uma vítima digna de pena, sofrendo de auto-ilusão, desobediência e obstinação.Ele morreu em 25 de maio de 1498. Influência cultural: Cogita-se que Leonardo da Vinci teria retratado Savonarola na sua famosa obra A Última Ceia no rosto de Judas Iscariotes. Entre os seus escritos, estão: Triumphus Crucis de fidei veritate (Florença, 1497), seu principal trabalho na apologia ao cristianismo; Compendium revelationum (Florença, 1495); Scelta di prediche e scritti, (Florença, 1898); Trattato circa il Reggimento di Firenze, (Florença, 1848); suas cartas, Archivio storico italiano (1850); poemas (Florença, 1847) e Dialogo della verita (1497).

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