JERÔNIMO SAVONAROLA E A SUA QUEDA
Savonarola, acreditando ser a voz de Deus, tinha o hábito de clamar que o Poder Divino o fulminasse se ele estivesse errado, e dizia que iria caminhar sobre o fogo para provar a retitude de suas pregações. Quando um frade franciscano aceitou o desafio, dizendo que achava que também seria queimado, porém que seu sacrifício serviria para tirar a ilusão do povo, Savonarola não se mostrou mais disposto e recuou da prova. Um frei dominicano, discípulo de Savonarola, aceitou o desafio em seu lugar, e o circo foi armado, em Florença, em que a multidão compareceu para assistir a uma tragédia ou a um milagre. O representante de Savonarola, porém, inventou uma desculpa para não caminhar no fogo, e após vários insultos de lado a lado, acabou não havendo a esperada ordália ou ordália, também conhecida como juízo de Deus (judicium Dei, em latim), é um tipo de prova judiciária usado para determinar a culpa ou a inocência do acusado por meio da participação de elementos da natureza e cujo resultado é interpretado como um juízo divino. Amplamente utilizada na Europa durante a Idade Média, foi sucessivamente condenada pela Igreja Católica, por meio de papas. Estêvão VI, em 887/888, Alexandre II, em 1063, e, mais prominentemente, Inocêncio III, no IV Concílio de Latrão em 1215, proibiram que o clero cooperasse com julgamentos por fogo e por água, substituindo-os pela compurgação (um misto de juramento e testemunho) pelo fogo.
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