O ABANDONO DAS RELAÇÕES NATURAIS POR CAUSA DISSO DEUS OS ENTREGOU A PAIXÕES VERGONHOSAS... POR MAYCSON RODRIGUES
Uma das distorções mais sérias do plano divino para o casamento e a família é a homossexualidade. Tanto o antigo Israel quanto o mundo do Novo Testamento tiveram de lidar com tal prática. Sodoma e Gomorra, os gibeonitas na era dos juízes, as seguidas aparições de homossexuais ao longo do governo de reis ímpios etc. são uma prova de que o desafio do século XXI não é novo; porém, creio que hoje estamos enfrentando o maior desafio nesta temática em todos os tempos.
Andreas J. Köstenberger, no seu livro “Deus, casamento e família: reconstruindo o fundamento bíblico”, diz o seguinte: “A cultura contemporânea tem visto crescer o fenômeno da homossexualidade. (…) A cultura secular tem aceito cada vez mais a homossexualidade como estilo de vida alternativo, como também muitos da igreja têm assumido uma postura menos rígida. Alguns pastores revelaram sua orientação homossexual, muitos membros de igreja tradicionais discutem energicamente a legitimidade moral da homossexualidade e, pelo menos uma denominação elegeu um homossexual praticante para um cargo de liderança denominacional”. A verdade é que este assunto não pode mais ficar no âmbito silencioso ou na dimensão da vista grossa – chegou o tempo de tratarmos disso e tem que ser já!
Antes de tudo, com base no padrão bíblico de casamento e família definido nos primeiros capítulos de Gênesis, a homossexualidade fica aquém desse padrão em muitos aspectos.
Primeiro, a homossexualidade e a heterossexualidade são evidentemente antitéticas no conceito divino em sua ordem criativa. Deus planeja no Éden o casamento entre homem e mulher, e não deixa nenhuma condição alternativa para o casamento humano: “Portanto, o homem [sujeito do sexo masculino] deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher [sujeito do sexo feminino], e eles [o homem e a mulher] serão UMA SÓ CARNE (Gn 2.24)”.
Outra questão importante no modelo bíblico de casamento que a homossexualidade não pode se enquadrar é a questão complementar da natureza conjugal. Conforme Gênesis 2 e 3, o marido recebe autoridade sobre a mulher, enquanto a esposa é colocada ao lado do homem como “ajudadora adequada” – o que evidencia as diferenças de papéis de cada sexo, e isso dentro do escopo dos desígnios de Deus para o casamento.
Ele estabeleceu tais papéis desde a criação (Gn 2.18,20) e os reafirmou após a queda (Gn 3.16-19) e nos ensinos do NT (Ef 5.22-33; 1Pe 3.1-7). Considerando que os papéis conjugais são ligados de modo imutável e intrínseco ao sexo de cada cônjuge, “parceiros do mesmo sexo não têm como participar desse aspecto do casamento bíblico”, conforme afirma Köstenberger.
Ainda temos um terceiro ponto do plano de Deus para o casamento e a família que a homossexualidade não pode cumprir: o “dever da procriação”. A procriação é um dos fundamentos do casamento, e um dos propósitos do Criador para essa instituição social essencial é demonstrado no mandato declarado por Deus ao primeiro casal humano: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra” (Gn 1.28).
Por questões de ordem natural ou biológica, no entanto, a homossexualidade não consegue se adequar naturalmente a esse componente vital do modelo bíblico de casamento e família, devido à impossibilidade da reprodução.
Vemos até aqui que a homossexualidade não cumpre o padrão divino nas áreas da “heterossexualidade, complementaridade e fertilidade”. Contudo, podemos aferir que os casais homossexuais, em muitos casos, não preservam outros aspectos do casamento estabelecidos na ordem divina criativa como a “monogamia, fidelidade e durabilidade” ¹.
Muito provavelmente, as Escrituras estipulam e aplicam castigos severos aos transgressores devido aos argumentos apresentados acima. Por infringir gravemente o padrão de Deus para a vida humana, esta prática é tratada como uma exemplificação maior do pecado de rejeitar a Deus.
O apóstolo Paulo faz uma conexão entre o ensino de Cristo com o ensino de Deus por meio de Moisés na Torah, afirmando no capítulo 1 da carta aos Romanos que tal prática, além de ser equivocada em si, é também “algo contrário à natureza” (Rm 1.26). Considerando que os atores que praticam tal pecado não consideram seus atos como “contrários à vontade de Deus para o estabelecimento do casamento e da família”, devemos considerar que trata-se de uma rebelião consciente contra Deus, que torna-os, em última instância, dignos do abandono divino para que se amarrem ainda mais às suas paixões e, assim, se distanciem ainda mais do autor e doador da vida.
Entretanto, tendo em vista toda a polêmica que envolve o tema na sociedade atual, é importante que os cristãos verdadeiramente bíblicos e verdadeiramente regenerados tenham um entendimento de que 1) deve-se sempre amar ao próximo independentemente de sua orientação sexual, e isso sem deixar de pregar a verdade do evangelho, pois somente o evangelho pode salvar o pecador da ira de Deus.
2) Precisamos entender que “não é por força nem por violência, mas sim pelo Espírito de Deus” (Zc 4.6), e que 3) somos chamados para uma vida de compaixão, empatia e humildade, que incorre em reconhecer que todo ser humano é pecador por natureza (a começar por nós mesmos) e que somente a graça de Deus pode vivificar-nos para que sejamos os filhos amados que buscam – todo dia – fazer a vontade do Pai, que é o nosso Criador.
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