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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

REFORMA PROTESTANTE: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS “POR ISTO, NEM O PAPA É A CABEÇA, NEM SÃO OS CARDEAIS O CORPO DA IGREJA SANTA, CATÓLICA E UNIVERSAL. PORQUE SOMENTE CRISTO É A CABEÇA, E SEUS PREDESTINADOS O CORPO, E CADA UM MEMBRO DESTE CORPO”. JOHN HUSS POR HÉLIO ROBERTO

Em 31 de outubro de 2017 comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante, um dos acontecimentos mais notáveis da História do Cristianismo, tanto no aspecto teológico, quanto no político. Dividiremos a análise desse evento tão importante para o Cristianismo em 3 partes, cuja primeira passamos a explanar a seguir. Tão importante quanto conhecer o teor da Reforma Protestante, é conhecermos o contexto histórico da época em que ela foi deflagrada. A Europa vivia tempos de profunda decadência espiritual, arraigada por uma Igreja corrupta e cuja liderança era devassa, pouco vocacionada e mais política do que religiosa. É desta época a citação do colendo Prof.º Justo Gonzalez, respeitável historiador espanhol, que, ao retratar a situação eclesiástica da Espanha no final do séc. XV, teceu as seguintes palavras: “…Os filhos bastardos dos bispos se moviam no meio da nobreza, reclamando abertamente os sangue de que eram herdeiros. Até o digníssimo dom Pedro Gonzáles de Mendonza, que sucedeu a dom Alonso Carrillo como arcebispo de Toledo, tinha pelo menos dois filhos bastardos. (…) Se isso ocorria no alto clero, a situação não era melhor entre os padres paroquianos, muitos dos quais viviam publicamente com suas concubinas e filhos. E visto que tal situação não tinha a permanência do casamento, eram muitos os sacerdotes que tinham filhos de várias mulheres.” (GONZALEZ, 2011). Não por surpresa, o papa do momento acima narrado, era o famoso Alexandre VI (Rodrigo Borja), considerado um dos papas mais corruptos da história do papado. Tinha várias amantes e filhos, reconhecidos e bastardos. Homem que se vendia facilmente, ora agradando à Isabel, a Católica – Rainha de Castela, ora se aliando à Franca, inimiga declarada de Isabel. Quem pagava mais, de pronto alcançava as graças do ambicioso papa. Como forma de agradar a rainha de Castela, Isabel, nesse período foi concedido à coroa espanhola a autorização para que esta iniciasse a sanguinolenta inquisição católica, conhecida à época como inquisição espanhola. Nesse tempo, a criatividade dos “detentores do poder espiritual” para torturar era sem medida. Citarei, a título de informação, os 5 mais famosos meios de tortura utilizados pela Igreja Católica no período da inquisição: Cadeira da Inquisição: tratava-se de uma cadeira de madeira maciça com cerca de 2.000 pregos e tiras de couro para amarrar o “herege”. Sentava-se o inquirido na cadeira, onde os 2.000 pregos perfuravam todo o corpo do acusado. Era comum, ainda, que os requintes de crueldade chegassem a tal ponto de os pregos serem esquentados para que os furos durassem mais tempo. Segue a foto desse cruel instrumento de tortura: Berço de Judas: Tratava-se de uma pirâmide de madeira, na qual o “herege” era jogado nu, após ser suspenso por cordas, de modo que fosse empalado. Ocorria de duas formas, podendo o acusado ser lançado de uma vez, ou ser solto lentamente, de maneira que fosse rasgado da região do reto até à pélvica. Segue a imagem do berço de Judas, tão utilizado pela inquisição católica: Caixão da Tortura: Tratava-se de uma gaiola de metal, na qual os acusados de blasfêmia eram suspensos em plena praça pública, lá ficando até morrer, e, então, acabavam por serem comidos por animais carniceiros. Segue a imagem do referido caixão: Arranca Seios: Essa ferramenta era esquentada e utilizada para arrancar os seios de mulheres acusadas de aborto e adultério. Os seios eram arrancados e a vítima sangrava até a morte. Veja a imagem dessa ferramenta: A pera: Essa ferramenta era utilizada no início das torturas. Ela era inserida na vagina das mulheres, ou na boca do torturado, e ia-se abrindo até dilacerar as mulheres, ou quebrar o maxilar do acusado. Veja a foto: Essas ferramentas de tortura foram utilizadas no auge da Inquisição Católica, período imediatamente anterior à deflagração da Reforma Protestante. É de se admirar que os ferrenhos defensores do catolicismo romano critiquem o movimento reformista, o que, de certo modo, os torna silentes e tacitamente ratificadores das barbáries praticadas pela Igreja Católica. Ainda quanto ao contexto teológico da época, cerca de 70 anos do evento das 95 teses, o que é pouquíssimo tempo do ponto de vista histórico, o papa Nicolau V, em 18 de junho de 1452, editara uma bula intitulada Bula Papal Dum Diversas, por meio da qual este outorgara ao rei Português Afonso V o poder de escravidão no norte da África. Era vastamente conhecido o interesse do monarca português de dominar a região norte da África. Para tanto, encontrou guarida na autoridade papal para escravizar aquela população local. Veja o que ela diz: “(…) outorgamos por estes documentos presentes, com a nossa Autoridade Apostólica, permissão plena e livre para invadir, buscar, capturar e subjugar sarracenos e pagãos e outros infiéis e inimigos de Cristo onde quer que se encontrem, assim como os seus reinos, ducados, condados, principados, e outros bens […] e para reduzir as suas pessoas à escravidão perpétua.” A justificativa à época era que os pagãos não tinham alma, vez que estas pairavam por sobre suas cabeças. Assim, por não terem alma, não eram filhos de Deus, o que chancelava a sua escravidão livre e deliberada. E ainda há incautos que insistem em arrazoar que a instituição Igreja Católica Apostólica Romana corresponde ao corpo místico de Cristo, esquecendo-se, ou fazendo questão de olvidar, que a Igreja de Cristo são as pessoas que o tem como Senhor e Salvador, e não uma instituição governada por homens, sejam quais forem eles. Como apregoa as Escrituras: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” At 2:21 Ademais, as imposições e opressões protagonizadas pelo alto e baixo clero eram como uma moenda psicológica ante uma população majoritariamente pouco instruída e que carregava séculos de tradição supersticiosa gerada pelas ameaças de inferno por parte do pouco confiável clero católico. Para entender o porquê de a população em geral ter pouco ou quase nenhum conhecimento bíblico, faz-se necessário viajar para quase 4 séculos antes da Reforma Protestante, em que o Papa Inocêncio III, em 12 de julho de 1199, na carta denominada “Cum ex iniuncto” aos habitantes de Metz, proíbe a leitura da Bíblia por parte dos leigos, ou seja, de todo aquele que não fosse sacerdote. Confira: “O nosso venerável irmão, o bispo de Metz, nos fez saber com suas cartas que, seja na diocese, seja na cidade de Metz, uma considerável multidão de leigos e de mulheres, de certo modo atraída pelo desejo das Escrituras, fez traduzir em língua francesa os Evangelhos, as cartas de Paulo, o Saltério, os “Moralia in Iob”, de Gregório Magno e diversos outros livros; … assim, porém, aconteceu que em assembleias secretas os leigos e as mulheres presumem arrotar entre si tais coisas e pregar uns aos outros, e nem aceitam a companhia daqueles que não se associam a tais coisas (…) Também se o desejo de entender as divinas Escrituras e o zelo de exortar em conformidade com estas não mereça repreensão, mas antes, recomendação, tais porém parecem merecer censura, porque celebram pequenas reuniões próprias, usurpam para si o ofício da pregação. (…) Os abscônditos mistérios da fé não devem, porém, ser colocados à disposição de todos sem distinção, dado que não podem ser compreendidos de modo indistinto por todos, mas somente por aqueles que podem acolhê-los com uma inteligência crente. (…) Por isso, naquele tempo foi corretamente estabelecido na lei divina que o animal que tivesse tocado o monte Sinai fosse apedrejado, para que evidentemente um simples qualquer ou alguém sem instrução não presuma penetrar na sublimidade da sagrada Escritura ou pregá-la a outros. (…) Sendo pois na Igreja a categoria dos doutores de certo modo singular, não deve qualquer um de modo indistinto reivindicar para si o encargo da pregação.” Essa carta papal simplesmente dizia que os leigos eram incapazes de conhecer as verdades de Deus nas Escrituras, devendo isto ficar a cargo, exclusivamente, do clero. Ora, o povo sequer podia ler a Bíblia, como então contestaria as heresias e mazelas praticadas por muitos dogmas instituídos pela Igreja dominante da época? O Catolicismo Romano já estava tão apartado do verdadeiro evangelho que desconsiderava que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor, e que o Espírito Santo fala e instrui no mais íntimo de um coração temente a Deus. Todavia, como Deus tem controle de todas as coisas, Martinho Lutero era monge e professor de Teologia, motivo pelo qual teve acesso às Escrituras Sagradas, inclusive nas línguas originais. E esse foi o evento mais marcante na vida de Lutero: poder conhecer verdadeiramente a vontade e a Palavra de Deus, percebendo que muitos dos dogmas pregados e vividos naquele momento eram meios de manipulação do povo, que em nada tinham afinidade com a mensagem de Cristo. É bem verdade que Lutero não queria criar uma nova religião, mas corrigir as práticas heréticas do catolicismo romano. Nesse sentido, era comum à época a realização de um debate em praça pública sempre que houvesse uma divergência teológica sobre determinado ponto, de modo que o povo pudesse conhecer as duas posições divergentes. Nesse prisma, Lutero desafia o papa Leão X a um debate em praça pública para dirimir as controvérsias levantadas. Obviamente, o papa não compareceu, o que levou Lutero, no dia 31 de outubro de 1517, a afixar, na porta da Igreja de Wittenberg, suas 95 teses que combatiam as heresias dominantes, estas que iam de encontro à Palavra de Deus, contrariando o que Jesus ensinou, criando dogmas humanos eivados de pecados, sede de poder e deterioração do clero, além de impedir os pequeninos de verdadeiramente conhecerem a Deus. Estava oficialmente deflagrada a Reforma Protestante. Continuamos no próximo artigo… Que Deus te abençoe grandemente, em nome de Jesus! Referências: GONZALEZ, Justo L.. Uma História Ilustrada do Cristianismo: A Era dos Sonhos Frustrados. Vol 5; GONZALEZ, Justo L.. Uma História Ilustrada do Cristianismo: A Era dos Reformadores. Vol 6.

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