LÍDER DO HEZBOLLAH ACUSA ARÁBIA SAUDITA DE IMPOR RENÚNCIA DO PREMIÊ DO LÍBANO SAAD HARIRI, ANUNCIOU NO SÁBADO (4), SUA RENÚNCIA AO CARGO, ACUSANDO O HEZBOLLAH E SEU ALIADO IRÃ DE "CONTROLE" NO LÍBANO E CITANDO AMEAÇAS CONTRA SUA VIDA
O líder do grupo xiita Hezbollah, Hassan Nasrallah, acusou neste domingo a Arábia Saudita de impor a renúncia do primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri.
Nasrallah criticou o fato de Hariri ter anunciado a renúncia em Riad, capital da Arábia Saudita, e não do Líbano. E acusou o governo saudita de ter escrito o texto da declaração feita pelo ex-premiê, muito crítico ao Hezbollah.
"A renúncia de Hariri não tem nada a ver com a situação política interna do Líbano. Não é verdade que os ministros impunham condições. O motivo vem da Arábia Saudita", afirmou Nasrallah em um discurso transmitido pelas emissoras de televisão do Líbano.
O líder do grupo xiita, aliado do governo da Síria e do Irã, disse que a renúncia sugere que a Arábia Saudita quer "criar uma atmosfera de tensão no Líbano".
Além disso, Nasrallah negou a existência de ameaças contra a vida de Hariri, um argumento usado pelo ex-premiê para renunciar.
O pai de Hariri, o ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, foi assassinado em 2005 em um atentado. São julgados pelo crime cinco integrantes do Hezbollah.
Em tom irônico, Nasrallah perguntou por que Hariri não volta ao Líbano e sugeriu que ele está "preso" em Riad. Ontem, a casa real saudita anunciou a prisão de dezenas de príncipes, ministros e empresários do país por acusações de corrupção.
Apesar da crise no país, o líder do Hezbollah pediu que os libaneses tenham calma, paciência e que não prestem atenção em especulações e rumores. E garantiu que sua preocupação é a segurança e a estabilidade no Líbano. Por esse motivo, é preciso atuar com "calma e responsabilidade".
"O presidente, Michel Aoun, está em contato com todos os grupos parlamentares e políticos, assim como com o presidente do parlamento, Nabih Berri. Esperamos o regresso de Hariri ao país na quinta-feira, se as autoridades sauditas permitirem", afirmou.
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