O CRENTE EM REFORMA TENDO POR CERTO ISTO MESMO, QUE AQUELE QUE EM VÓS COMEÇOU A BOA OBRA A APERFEIÇOARÁ ATÉ AO DIA DE JESUS CRISTO; FILIPENSES 1:6 POR MAYCSON RODRIGUES
Hoje celebra-se em todas as nações o dia da reforma protestante (500 anos). Um dia que nos remete ao retorno às Escrituras, à justificação pela fé somente e à graça de Deus, que é infalível na salvação do crente.
E este crente, hoje, precisa ainda viver em reforma, pois a obra não está completa, “ainda “(Filipenses 1.6). Este crente precisa manter-se de joelhos, apelando ao seu coração para que clame: “santificado seja o nome do Senhor”.
Este crente tem um amor profundo pelas Escrituras, pois dela vem a revelação do Cristo histórico, do Verbo vivo, encarnado e gloriosamente aproximado a nós por amor. Este crente busca a mansidão, a paz e uma vida simples, sem a avidez por ser honrado e louvado por homens, mas sempre se satisfazendo no que Ele fez e faz.
Este crente é um estudioso destas Escrituras e não raso, mas sem soberba, pois entende que a obra da carne não coopera com o trabalho do Espírito. Este crente é um grande leitor, mas transpõe pela graça de Deus toda teoria em prática de vida, não diminuindo a importância da teologia para as construções da ortodoxia (teoria), ortopatia (motivação) e ortopraxia (prática) no viver diário do cristianismo, nem tornando a teologia num ídolo que provoca o senso de ser sempre o certo, o bom e o justo nas relações; antes, sempre se dá a revisão, ao questionamento e à submissão ao crivo da Escritura sobre todo e qualquer pensamento e ensinamento do homem.
Este crente vive possuído no seu interior por um fogo que o alimenta para a vida, e o faz frutificar [a “Coram Deo”, a vida inteira na presença de Deus]. Ele se ocupa também com a escrita, mas num contexto de uma vida que é profunda nele, e que por ele sempre luta e anseia pela verdade.
Está nas ruas, nos campos, na periferia, nos grandes centros, sempre testemunhando e pronto para o debate, com o firme posicionamento pautado no Evangelho e não em achismos, pois entende bem que até neste propósito o Criador é louvado. Está nas empresas, nas lojas, nas grandes, médias e pequenas repartições, públicas ou privadas, trabalhando, produzindo com destreza e buscando assim agradar a Deus.
A reforma lhe trouxe também isto: a compreensão de que Cristo reina sobre tudo e que a redenção o torna num missionário que faz missão para além das delimitações religiosas e eclesiásticas, feitas pela ignorância do homem. Devo estar em reforma e em missão, inclusive no local de trabalho.
Este crente é totalmente grato a Deus – por tudo. Vive esta gratidão vivendo pelo outro, começando pelo casamento, onde o valor inegociável da família é salvaguardado de toda imposição política, ideológica ou cultural. O marido ama a esposa, a esposa é companheira idônea do marido; eles são um no Senhor.
Este crente sabe o peso do seu estado anterior de perdição, e por isso lamenta profundamente, sentindo todos os dias a tristeza por seus pecados que tanto ofendem ao Deus Santo. Ele não nega a sua fraqueza, mas luta contra ela e, por onde está, declara a verdade que não resta outra coisa ao homem que não a sua falibilidade, de modo que este não tem outra esperança a não ser Cristo. A sua voz clama no deserto desta geração: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Romanos 11.36).
Este crente – que não deixou de ser pecador – segue cantando porque creu na obra de Jesus Cristo que o livrou do tormento eterno, através do seu sangue. Ele sabe que está seguro, que tudo está debaixo da Providência de Deus e que, assim, cada coisa coopera para o seu bem.
Este crente permanece no amor de Deus, materializa o amor de Deus no próximo e já não tem mais tempo para ressentimentos; antes, perdoa a todo o que o ofende. Ele descansa nesta fé que dispensa as obras para encontrar a justiça de Cristo, mas por causa da justiça de Cristo, este crente dá razões à sua fé pelas suas obras, que são todas feitas em Cristo – pela graça somente.
Este crente não é perfeito, continua sofrendo e ainda tem muitas obscuridades em sua alma; no entanto, como sabe que a reforma nele continua, se nega a buscar em qualquer outro que não seja Cristo a sua satisfação, sem a necessidade de se ter crédito algum em si. E Cristo o torna totalmente satisfeito.
Este crente, por fim, já sabe do seu fim – e o seu fim é belo, esperançoso e cheio de alegria e paz. Como diz John Piper: “Veja-o no momento letal. Escute o seu suspiro final, em meio à dor sem tamanho, o último sussurro: GANHO! (Filipenses 1.21)”.
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