TRUMP RECONHECE JERUSALÉM COMO CAPITAL E FALA EM “ACORDO DE PAZ PARA OS DOIS LADOS” VATICANO E ONU ESTÃO AO LADO DA LIGA ÁRABE, CONTRÁRIO À MUDANÇA NO STATUS POR JARBAS ARAGÃO
O presidente Donald Trump anunciou na tarde desta quarta-feira (6) que
os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel, cumprindo a
decisão do Congresso americano que aprovou a lei em 1995. O republicano fez seu
pronunciamento tendo ao lado o vice-presidente Mike Pence, um evangélico
praticante que já havia adiantado a decisão na semana passada. Esta era uma
promessa de campanha da chapa, que ele cumpre agora, deixando claro que já
iniciam os preparativos para a mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém,
ainda sem data definida. Em seu discurso, Trump frisou que isso não significa
uma intromissão direta nos debates entre israelenses e palestinos sobre os
limites geográficos disputados. Meu anúncio marca o começo de uma nova
abordagem no conflito entre Israel e palestinos’, insistiu o presidente. “Com
este anúncio, reafirmo o comprometimento da minha administração com um futuro
de paz”, assegurou. Trump explica que os EUA estão “profundamente comprometidos”
em facilitar um “acordo de paz aceitável” tanto para israelenses como para
palestinos. Não descartou apoiar uma “solução de dois Estados” no Oriente
Médio, caso os dois lados concordem. Os palestinos exigem Jerusalém Oriental
como a capital de seu futuro Estado, e a comunidade internacional não reconhece
a reivindicação israelense sobre a cidade, reunificada em 1967, após a Guerra
dos Seis Dias. Vaticano e ONU se pronunciam: Oficialmente, o presidente da
Autoridade Palestina (AP) Mahmoud Abbas procurou diversos líderes que já haviam
manifestado apoio ao seu governo. Desde o papa Francisco até líderes de países
como Rússia, França e Alemanha. A todos, advertiu que a ação teria
“consequências perigosas”, dizendo que o reconhecimento de Jerusalém como
capital representava “um perigo para a segurança e a estabilidade da região”. Um
dos primeiros líderes ocidentais a responder foi o papa, que apelou para que o
“status quo” da cidade sagrada fosse respeitado. “Rezo a Deus para que sua
identidade seja preservada e fortalecida em benefício da Terra Santa, Oriente
Médio e todo o mundo”, destacou. O uso do termo ‘Status quo’, que em latim
significa “o estado das coisas”, era usado em Israel durante o governo do
Império Otomano sobre a região. Ele preconizava a “divisão” da Terra Santa de
modo a respeitar as crenças de judeus, cristãos e muçulmanos, pois todos dizem
ter em Jerusalém uma base histórica e religiosa. A Liga Árabe, que reúne 22
membros se pronunciou contrária à decisão americana e convocou uma reunião de
emergência para debater o tema no sábado (9). Também foi convocada para a
próxima semana uma cúpula de líderes da Organização para a Cooperação Islâmica
(OCI), na Turquia, sobre o tema. “Na quarta-feira (13), o nosso presidente
[Recep Tayyip Erdogan] será o anfitrião em Istambul de uma cúpula
extraordinária de líderes da Organização para a Cooperação Islâmica”, disse o
porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin. A alta representante da União
Europeia para Política Externa, Federica Mogherini, manifestou contrariedade e
instou que a retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos passaria
pela “solução dos dois Estados”. “Qualquer ação que possa minar esses esforços
deve ser absolutamente evitada”, avisou. O presidente da França, Emmanuel
Macron, disse diretamente a Trump, por telefone que a questão de Jerusalém
deveria ser resolvida “no quadro das negociações de paz entre israelenses e
palestinos”. O ministro das Relações Exteriores alemão, Sigmar Gabriel, defendeu
que a Europa imponha com mais firmeza seus valores e interesses e se
contraponha aos EUA em questões cruciais. Destacou, entre elas, o
reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. “Estamos preocupados com
uma possível escalada de tensões”, afirmou Geng Shuang, porta voz do Ministério das Relações
Exteriores chinês. Em abril, o governo russo emitiu um comunicado onde disse
considerar “Jerusalém Oriental como a capital de Israel”. Ao mesmo tempo, a
nota reconhecia “Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado
palestino”. O assunto deve ser abordado na próxima reunião do Conselho de
Segurança das Nações Unidas, que é composto por 15 membros. Os 5 membros
permanentes com poder de veto são os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a
Rússia e a República Popular da China. Com informações das Agências.
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