BILLY GRAHAM E A CENTRALIDADE DO EVANGELHO DA CRUZ ESSA ERA A MENSAGEM DA IGREJA PRIMITIVA. POR JARBAS ARAGÃO
A morte do pregador Billy Graham foi notícia no mundo todo. Órgãos de comunicação cristãos e seculares anunciaram que ele havia falecido. Algo incomum para um líder religioso, com exceção, talvez, dos papas.
O espaço que ele recebeu da mídia foi maior que as mortes de artistas e cantores de renome. Billy Graham partiu aos 99 anos e, entre as muitas coisas que se podem dizer dele, não havia “manchas” em seu currículo. Foram cerca de seis décadas de ministério e seu nome não apareceu envolvido em nenhum tipo de escândalo sexual ou financeiro. O que devia ser regra, cada vez mais se torna exceção.
Em 2001, Billy Graham lançou o livro “A Caminho de Casa”, onde falava – como sugeria o subtítulo – sobre “Vida, fé e como terminar bem”. Logo na introdução, ele escreveu:
“Sei que não falta muito para que Deus me chame para subir ao céu. Anseio por este dia como nunca — não apenas devido às maravilhas que sei que o paraíso reserva para mim e para todos os fiéis, mas porque sei que, finalmente, todo fardo e sofrimento desse estágio da minha vida irão terminar… a Bíblia afirma que Deus nos mantém aqui por alguma razão. Caso contrário, Ele nos levaria para o céu muito mais cedo. Mas qual é o objetivo Dele, e como podemos alinhar nossa vida a tal propósito?”
Ao olhar a vida de Billy em retrospectiva, algumas lições ficam bastante claras. A principal é que sua vida foi dedicada à mensagem da cruz. Todos as suas campanhas foram centradas nisso, seus livros testemunham disso.
Quando ele escreveu, aos 93 anos de idade – quando já vinha lutando havia uma década com o mal de Parkinson – que ainda procurava “alinhar” sua vida ao propósito divino, isso vai além de palavras. É o testemunho de alguém que entendia a centralidade da cruz na vida do cristão.
Além dos livros, ouvi as pregações de Billy Graham várias vezes. Há muitas disponíveis na internet, dubladas e legendadas. Eram mensagens simples, sempre apontando para a pessoa de Jesus. Não como um gênio da lâmpada que está ali para satisfazer os desejos das pessoas que falarem as palavras certas ou derem algum tipo de oferta. Nem como um líder moral que oferecia boas ideias de como alguém poderia se auto-ajudar. Elas apontavam para o Salvador, morto na cruz, para pagar os pecados e estender o dom da vida eterna a todo aquele que crê.
De muitas maneiras a igreja brasileira vem se esquecendo de que o evangelho significa “boas novas”, a notícia da salvação. Prosperidade, cura, milagres são a tônica da maioria das cruzadas modernas. Contudo, isso nubla a centralidade da cruz.
Essa é a mensagem de Billy Graham. Essa era a mensagem da Igreja Primitiva. Jesus disse aos discípulos para “ir e pregar o evangelho”. Os sinais acompanhariam (Mc 16:17). A ordem era essa: primeiro a cruz que oferece a salvação, o resto vem depois.
Ao falar do céu, o evangelista americano falava com quem anseia, deseja voltar “para casa”. Mas o caminho do céu é só um e passa, necessariamente, pela cruz. Que seu testemunho de vida, lembrado hoje e muitas vezes nos dias que virão, possam nos ajudar a não perder de vista a pessoa de Jesus. E que possamos, independentemente de nossa idade, a cada dia nos perguntar: “como posso alinhar minha vida a tal propósito?”
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