GÊNESIS - CAPÍTULO 9 - ESTUDANDO A BÍBLIA DE FORMA EFICIENTE - REALIZAÇÃO: CANAL DA BÍBLIA - MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA E CENTRO DE FORMAÇÃO APOSTÓLICA
O Concerto de Deus com Noé (9.1-17). Rememorativo de 1.28,29, abençoou
Deus a Noé e a seus filhos (1), os quais receberam uma ordem igual de povoar a
terra. Eles tinham de dominar sobre todas as outras criaturas da terra. Além de
vegetais para comer, agora recebem a permissão de comer carne, com certa
limitação. Eles não têm permissão de participar de carne na qual fique sangue
(4). O sangue era símbolo da vida, e no homem particularmente não tinha de ser
tratado de modo leviano. Deus fez o homem conforme a sua imagem (6) e, por
isso, tinha uma condição especial. Tendo esclarecido o papel inigualável do
homem sobre a terra, Deus passa a dar mais destaque à sua relação especial com
o homem estabelecendo um concerto (9) com Noé e seus descendentes. A ênfase
deste concerto estava na misericórdia e não na punição — misericórdia
estendida a todas as criaturas. O fato de um arco... na nuvem (13) ser o sinal
peculiar deste concerto não significa que antes não houvesse arco-íris. Sua
estreita associação com a chuva parece ter sido seu valor primário como sinal
do concerto de Deus de que um dilúvio universal não aconteceria novamente. A
questão é tão importante que é reiterada seis vezes nos versículos 11 a 17. As
nuanças teológicas das experiências de Noé relacionadas ao dilúvio estão
implícitas, mas são claras. A origem da dificuldade acha-se na rebelião do
homem contra Deus, sua imaginação e propensão ao mal. Deus não tolera o pecado
além de certa medida. Há um ponto terminal que resulta em julgamento para o
homem, mas não sem dor para Deus (6.6). Deus deu o primeiro passo na preparação
do julgamento provendo a subsistência dos que vivem obedientemente na sua
presença. Os outros foram julgados porque excluíram Deus de suas vidas. As
experiências de Noé descrevem Deus como Senhor completo de todas as forças
naturais, algumas das quais Ele usa como ferramentas para julgamento ou
salvação. A preocupação de Deus no meio do julgamento é salientada na
declaração de que Ele se lembrou daqueles que estavam na arca. Por mais
perigosa que lhes fosse a situação, eles nunca estavam ausentes dos pensamentos
de Deus. Quando o perigo passou, o Senhor comprovou sua preocupação entrando em
relação de concerto pessoal com o homem e criatura, fazendo livremente
promessas de misericórdias futuras. A relação de Deus com o homem não estava
na natureza de um complexo de forças naturais chamado deuses e deusas
caracterizados por capricho e pirraça. Ele é o Deus-Criador que exige retidão e
pune a corrupção. Seus procedimentos com o homem são profundamente pessoais. 2.
Desintegração Espiritual (9.18-11.26) A despeito das lições do dilúvio, os
homens não foram totalmente verdadeiros a Deus. a) Leviandade na família de Noé
(9.18-29). Noé era lavrador da terra, como fora Caim. Cuidar de plantas se
tornou sua grande paixão e entre elas estava a videira. Esta é a primeira vez
que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja
ligada com uma situação de desgraça. Noé pode ter sido inocente, não conhecendo
o efeito que a fermentação causa no suco de uva nem o efeito que o vinho
fermentado exerce no cérebro humano. Isto não impediu que a vergonha entrasse
no círculo familiar. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A
nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus
que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm
20.30). Um dos filhos de Noé, Cam (22), entrou na tenda. Vendo o pai, ele não o
ajudou, mas irreverentemente desdenhou a seus irmãos a condição de Noé. Os
outros dois filhos imediatamente cobriram a nudez do seu pai (23), entrando na
tenda discretamente, de costas. Recuperando os sentidos, Noé ficou sabendo do
que aconteceu e falou com seus filhos. Ele deixou Cam sem bênção e concentrou
sua reprimenda em Canaã, cujos descendentes historicamente se tornaram um povo
marcado por moralidades sórdidas e principal fonte de corrupção para os israelitas.
A adoração cananéia de Baal desceu às mais baixas profundezas da degradação
moral. Embora os cananeus obtivessem certo poder, como os fenícios, pelo
tráfico marítimo no Mediterrâneo, eles nunca conseguiram se tornar grande
nação. Quase sempre foram dominados por outros povos. A bênção colocada em Sem
(26) tem forte tônica religiosa, e esta linhagem dos descendentes de Noé teve
papel importante na transmissão da mensagem de redenção para o mundo. A mais
proeminente destas nações foi Israel, a quem foi dada a revelação de Deus
preservada na Bíblia. Particularmente no tempo de Davi e Salomão, Israel regeu
sobre os cananeus, usando-os na construção do primeiro templo em Jerusalém. A
benção dada a Jafé (27) envolvia um jogo de palavras, pois o nome significa
"que aumenta". A linhagem de Jafé se multiplicou e desempenhou um
papel superior como portadores de poder político por meio dos persas, gregos e
romanos. Evangelizado por Paulo e outros, de todos os povos este foi o mais
receptivo ao cristianismo e, assim, veio a habitar nas tendas de Sem (27).
Fatos poucos significativos ocorreram nos últimos dias de Noé. Como aqueles que
o antecederam, ele morreu (29).
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