PASTOR LEANDRO QUADROS FALA SOBRE HOMOSSEXUALISMO
Leandro Soares de Quadros nasceu em Palmeira das Missões, RS, em 16 de
junho de 1979. Formado em Comunicação Social, pós-graduado em Jornalismo
Científico, atualmente ele cursa o mestrando em Teologia na Argentina. Leandro
foi instrutor bíblico durante oito meses, em 1999. Depois foi para a rede Novo
Tempo de comunicação, onde atuou como consultor bíblico, conselheiro
espiritual, produtor e apresentador de TV e rádio. A esposa se chama Nayara e
eles têm uma filhinha que completa um ano neste mês, a Yasmin. “O prazer de
minha vida é estar com minha esposa, filhinha e dar boas risadas com meus
irmãos, pais, avós e cunhados”, diz ele. O apresentador do programa “Na Mira da
Verdade”, um dos mais apreciados da TV Novo Tempo, gosta de jogar futebol, mas
a leitura é sua atividade preferida. “Estou sempre sublinhando uma Bíblia nova
(estou na quinta Bíblia) para memorizar novos textos e fazer novas cadeias de
textos para estudo. Dá-me grande paz ao coração ler os escritos de Ellen White,
nos quais posso aprender novas referências bíblicas para estudar as verdades
divinas e conhecer mais sobre mim mesmo, para saber lidar com minhas emoções”,
diz. Seu livro preferido é a Bíblia e, mesmo lendo outros materiais excelentes,
ele nunca deixa de priorizar a Palavra de Deus. “Aprecio livros apologéticos e
uma boa teologia sistemática. Um livro que me ajudou muito em meu trabalho foi
o Questões Sobre Doutrina, da Casa Publicadora Brasileira. Os que transformaram
minha vida foram: Vida de Jesus, Caminho a Cristo, Mente, Caráter e
Personalidade (v. 1 e 2), Parábolas de Jesus e O Desejado de Todas as Nações,
todos de Ellen White. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Michelson
Borges, Leandro Quadros fala um pouco mais de sua vida e atividades: Você não
nasceu em lar adventista. Conte como foi sua conversão. Não sou de família
adventista, porém, hoje meu pai é batizado (meu irmão é adventista desde 1996,
assim como eu) e minha mãe, irmã e avós estão com o coração mais sensível ao
evangelho. O que fez com que me convertesse foi uma experiência sobrenatural
que tive com Deus (a conversão não necessita de uma experiência incomum para ocorrer).
Em 1996, eu voltava de um treino de futebol quando, ao parar na frente da
Igreja Adventista, senti uma vontade enorme de entrar. Pensei: Não posso ir a
essa igreja do jeito que estou – de bermuda, chuteira, camiseta e cabelo
comprido na altura do ombro. Vou embora. Ao dar dois passos (lembro-me como se
fosse hoje), ouvi uma voz em minha mente dizendo: “Se você não entrar na igreja
hoje se arrependerá depois.” Isso me assustou e decidi ser obediente. Fui muito
bem recebido e me sentei no penúltimo banco da igreja em Palmeira das Missões,
RS. Ao ouvir o pastor falar sobre o batismo de Jesus, senti um forte desejo de
ser batizado e de expressar publicamente minha fé nEle. Por incrível que
pareça, mesmo tendo uma baixa autoestima tal que me impedia de levantar o braço
numa sala de aula para fazer perguntas, fui até a frente do jeito que estava e
aceitei a Cristo como meu Salvador pessoal. Estudei a Bíblia durante três
meses, fui batizado e hoje estou aqui. Lembro-me de que, no início daquele
“primeiro amor”, estudei a Bíblia por 20 horas seguidas, ao ponto de minha mãe
pensar que eu estava virando um fanático. Hoje ela e eu sabemos que Deus estava
dando início ao meu preparo para o tipo de trabalho que realizo. Minha vida
sofreu uma transformação drástica. Um indivíduo que só pensava em futebol e que
não conseguia conversar com a própria mãe sobre os problemas pessoais hoje se
dedica à pesquisa e apresenta um programa ao vivo. A religião me tornou mais
culto e deu um sentido real à minha vida. Fez-me amar mais as pessoas e a
valorizar minha família. O que mais lhe chamou a atenção na mensagem
adventista? O embasamento que essa mensagem tem na Bíblia. Fiquei impressionado
com o respeito que a Igreja Adventista tem para com o texto bíblico a ponto de
usar vários deles para entender um único assunto. O estudo sistemático da
Bíblia como é feito na Igreja Adventista chamou-me muito a atenção. Além disso,
a forma como as pessoas me receberam na igreja mostrou-me que a maioria dos
adventistas vive aquilo que prega, ou seja: pregam o amor de Cristo e amam as
pessoas do jeito que elas são (Jo 13:35). E seu gosto pela apologética, como
começou? Foi aos poucos. Logo que me tornei adventista, passei a dar estudos
bíblicos de casa em casa e também no presídio de minha cidade natal. Quatro
anos após minha conversão, fui trabalhar na Escola Bíblica, departamento que
atende os interessados dos programas da TV Novo Tempo. Ali, ao responder
dúvidas bíblicas por correspondência, e-mails e por telefone, fui me deparando
com as mais diversas objeções à fé cristã e ao adventismo. Isso me levou a
estudar mais ainda a Bíblia; a ir atrás de boas fontes e, no decorrer das
respostas e debates, ao ver que minha fé era solidificada ainda mais ao
comprovar biblicamente minhas convicções, peguei gosto pela apologética e hoje
faço dela parte de meu ministério. Fale sobre seu chamado para trabalhar na
Novo Tempo e o começo do programa “Na Mira da Verdade”. O “Na Mira da Verdade”
nasceu da vontade de meu amigo Tito Rocha ter na grade de programação da Novo
Tempo (NT) um programa de estudo da Bíblia. Logo que o pastor Odailson Fonseca
chegou à NT, ele também tinha o desejo de colocar algo novo na programação e,
ao ver-me citar de memória algumas referências bíblicas em um culto matinal na
NT, convidou-me para encarar o desafio de apresentar ao vivo um programa de
respostas a dúvidas bíblicas. Aceitei e, pela graça de Deus, no dia 25 de março
de 2009, o programa foi ao ar pela primeira vez e hoje é um dos que têm maior
audiência na TV Novo Tempo, apesar da “pouca idade”. Com pouco mais de dois
anos de existência, o “Na Mira” matriculou 38.452 novos alunos para estudar a
Bíblia (nos seis primeiros meses deste ano de 2011, foram matriculados 10.645
estudantes). Atualmente, é o programa que mais traz pedidos de cursos bíblicos
para a Escola Bíblica da Rede Novo Tempo, com uma média de 1.800 por mês. Nosso
blog tem uma média de 34 mil visitas por mês (com 90 mil páginas visitadas) e,
desde janeiro deste ano até início de julho, os vídeos disponíveis na página
novotempo.com/videos/namiradaverdade tiveram 119 mil acessos. Tito e eu nos
damos muito bem e sentimos que Deus tem atuado em nossa vida para que tenhamos
aquele “sincronismo”. Ele tem sido fundamental para o êxito do “Na Mira”, pois,
graças a ele, nunca começamos um programa sem antes fazer um breve culto de
reflexão e orarmos pela equipe e pelas pessoas que manterão contato com a
Bíblia. Fica claro que você tem ótima memória e o dom de concatenar textos
bíblicos. Sempre foi assim? Ou foi um presente de Deus? Eu era uma pessoa
limitada devido aos problemas emocionais que tive por ter crescido em um lar
desestruturado, mesmo com pais e avós maravilhosos. Lembro-me de que no ensino
médio já não tirava boas notas como no primário e perdi totalmente o gosto pelos
estudos. Minha vida se resumia em jogar futebol, escutar heavy metal (o que
prejudicava ainda mais meu sistema nervoso) e tomar café. Porém, quando aceitei
a Jesus como meu salvador e Senhor, senti uma vontade enorme de dar estudos
bíblicos. Foi aí que fiz uma oração ao Espírito Santo, pedindo: “Deus, ajude-me
a memorizar os textos bíblicos para que eu possa ensinar Sua Palavra às
pessoas.” A partir daquela oração, minha mente passou a memorizar os textos
bíblicos com facilidade. Não decoro nada, apenas memorizo, entendo e reflito
sobre o assunto para argumentar. Deus atendeu-me a oração e hoje posso dizer
que a memória que tenho não é minha, mas um presente dado por Ele! Que outros
milagres Deus tem operado em sua vida? Deus tem efetuado grandes transformações
em mim e me conscientizado de falhas em minha vida para as quais necessito de
mudança. Hoje tenho uma visão maior de quem sou e do que eu preciso (Jesus
Cristo). Sinto mais paz no coração e confiança de que Deus é maior que meus
pecados e imperfeições. Ele me deu uma esposa maravilhosa e uma filha que é um
pedacinho do Céu. Agora, Ele me abriu as portas para a publicação de um livro
que, mesmo ainda não estando impresso, já conta com muitos interessados em
adquiri-lo. Outro milagre é ver minha mãe, a cada dia, entregando-se mais a
Deus, como meu pai já o fez. Ela tinha um coração mais “duro”, mas, hoje, mesmo
sem ser batizada, ajuda as pessoas pelo Orkut, dando-lhes conselhos baseados na
Bíblia. Isso me deixa superfeliz e, ao mesmo tempo, assombrado com o poder de
Deus em mudar o ser humano. O “Na Mira” tem tido boa aceitação do público. Acha
que isso revela a carência da igreja de uma apologética mais popular e o
interesse do público em geral por temas bíblicos? Sua pergunta revela sua
sensibilidade para detectar alguns dos reais problemas que enfrentamos. O
público se interessa por temas bíblicos porque quer ter suas dúvidas
esclarecidas. As pessoas têm sede de entender a Bíblia. Ao mesmo tempo, nossa
igreja está carente na área apologética. Saímos de um extremo (apologética
agressiva) para outro (quase zero de apologética) e isso tem se refletido
negativamente em nossas igrejas. Vemos membros que não sabem defender os
pilares da fé e muito menos as doutrinas distintivas do adventismo (santuário e
juízo investigativo, imortalidade condicional do ser humano, dom profético
manifestado na pessoa de Ellen White e reforma de saúde). Creio na importância
de materiais devocionais para animar os membros na fé. Porém, a ênfase
exagerada no devocional – que não leva ao estudo sério da Bíblia – está
produzindo adventistas “anêmicos” espiritualmente e despreparados para
enfrentam os duros ataques doutrinários que ainda virão. Conte-nos algumas
experiências marcantes relacionadas com seu trabalho na Novo Tempo. Temos tido
muitas histórias de conversões e de pessoas aceitando as verdades bíblicas
defendidas pelos adventistas. As histórias mais recentes são a da Dra. Ana
Periotto, médica cardiologista que, por intermédio do programa e dos artigos
apologéticos do blog, abandonou o pentecostalismo e hoje é adventista do sétimo
dia na cidade de Santos, SP. Há algumas semanas, o amigo Matheus Amaral foi
batizado em São José dos Campos, SP, por influência direta do programa. Ela era
seminarista e decidiu-se pelo adventismo depois de ter sido confrontado com a
Bíblia. Uma pastora pentecostal que mora em Barreiras, BA, após assistir a uma
explicação que dei sobre o dom de línguas, decidiu reler Atos 2 – texto sobre o
qual ela havia pregado tantas vezes – e, depois de relutar bastante, deixou de
lado o falso dom de línguas e hoje é uma líder fervorosa na Igreja Adventista
do Sétimo Dia. Há ateus que acompanham o “Na Mira” e inclusive estão estudando
a Bíblia conosco. Um deles me disse: “Olha, não creio em Deus e não gosto de religião
alguma. Porém, no horário do programa não recebo nem visitas em minha casa.” Já
recebi contato de três pessoas que abandonaram a maçonaria por intermédio do
programa. Conheço a história de dois ex-mórmons e vários ex-pastores e
ex-testemunhas de Jeová, entre eles a de um professor de História que, mesmo
tendo lido a Bíblia 11 vezes, disse-me por e-mail que agora, sim, conhecia a
verdade e que está se tornando adventista. Lembro-me de uma vez ter chegado a
uma igreja em que uma senhora me abordou, dizendo: “Leandro, eu tinha uma raiva
enorme do seu programa, pois eu era testemunha de Jeová. Porém, graças ao ‘Na
Mira’, hoje estou aqui como membro da Igreja Adventista.” Há muitas outras
histórias. Tenho divulgado essas histórias maravilhosas na newsletter da Novo
Tempo, publicada mensalmente. No blog (www.namiradaverdade.com.br) há muitos
depoimentos de pessoas que têm aceitado as verdades bíblicas e tido outra visão
sobre o adventismo por causa do trabalho apologético que fazemos também pela
internet. Por meio dos artigos do blog, várias pessoas foram batizadas (entre
elas, a Dra. Ana Periotto), o que me leva a crer que o problema não está na
mensagem apologética e apocalíptica que apresentados, e sim na maneira pela
qual tornamos nossa mensagem acessível às pessoas. Vejo evidência disso também
no número de alunos que matriculamos para estudar a Bíblia por correspondência
(como dito anteriormente, pouco menos de 39 mil alunos). Ao longo dos anos,
você tem mantido contato direto com muitos opositores da fé adventista. Quais
são as maiores objeções e qual a sua avaliação de tudo isso? As maiores
objeções que tenho enfrentado dizem respeito às doutrinas fundamentais do
adventismo. Os críticos atacam esses pilares porque, se conseguirem
derrubá-los, acabam com nossa razão de ser adventistas. O dom profético
manifestado na pessoa de Ellen White tem sido seriamente questionado e creio
que precisaremos de mais livros na língua portuguesa para enfrentar o que vem
por aí. Vejo que Apocalipse 12:17 está se cumprindo com maior intensidade. O
texto diz que o “dragão” (diabo) está irado contra a “mulher” (igreja) e isso
tem se manifestado nos ataques que temos recebido. Hoje existe até mesmo uma
Bíblia de Estudo para “refutar os adventistas”, e a minha pergunta é: Nossos irmãos
estão preparados para refutar os mais de 80 textos “reexplicados” por essa
Bíblia? Você já participou de debates teológicos em outras emissoras de TV,
como a RIT. O que pode nos contar sobre isso? Participei de dois debates na RIT
TV (Rede Internacional de Televisão), que pertence ao missionário R. R. Soares.
No primeiro deles, pude dialogar com o Dr. Carlos Caldas, da Universidade
Mackenzie, sobre a imortalidade da alma. Após isso, mantivemos alguns contatos.
Dei dos livros de presente para ele a respeito do assunto (um deles foi o
Imortalidade ou Ressurreição?, de Samuel Bacchiocchi), mas, infelizmente, não
tivemos mais contato. O segundo debate foi em agosto de 2011 e o tema foi
alimentação saudável na Bíblia. De um lado, eu defendia que comer errado é
pecado, pois, ao 1 João 3:4 dizer que “pecado é a transgressão da lei”, está se
referindo também à desobediência às leis de saúde. Do outro lado, o pastor
Othoniel Rodrigues, palestrante do Instituto Cristão de Pesquisas (ICP),
defendeu a ideia de que comer mal não é pecado. O pastor Rodrigues e eu
trocamos alguns e-mails bem amigáveis e pretendemos, noutra ocasião, nos
encontrar para bater um papo. Deus está abrindo portas para a igreja mostrar
sua doutrina bíblica em emissoras de irmãos evangélicos. Por isso, temos que
obedecer ao que Deus nos pede em Colossenses 4:5: “Portai-vos com sabedoria
para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades.” E não precisamos
temer “porque o Espírito Santo vos ensinará, naquela mesma hora, as coisas que
deveis dizer” (Lc 12:12). Você esteve recentemente nos Estados Unidos,
visitando locais significativos para a Igreja Adventista. Fale um pouco sobre
isso e sobre o que mais o impressionou lá. Conhecer de perto os lugares
históricos no país que foi o berço do adventismo deu-me um senso de missão
impressionante. Ao conhecer o esforço de nossos pioneiros para levar a mensagem
adventista, senti-me motivado a cumprir minha parte na expansão desse
movimento. Fiquei impressionado com a história da vida de Ellen White. Quando
estive na casa dela, em Santa Helena, Califórnia, soube que em algumas noites,
quando ela recebia visões de Deus, os vizinhos enxergavam uma forte luz pela
janela do quarto dela. Estive lá e a sensação foi incrível! Por que resolveu
cursar jornalismo científico e o que está achando do mestrado na Argentina?
Cursei jornalismo científico porque creio não haver dicotomia entre boa ciência
e religião. Durante a graduação, percebi que poderia ser um religioso e, ao
mesmo tempo, divulgar a ciência e a tecnologia (função do jornalismo
científico). Além disso, as técnicas de comunicação do jornalismo científico
são muito úteis na hora de comunicarmos. Como sou um comunicador no rádio e na
TV (bem como na web), percebo que técnicas aprendidas na pós-graduação podem
ser perfeitamente usadas para comunicarmos a mensagem da Bíblia, que trará
esperança ao nosso mundo em crise. O mestrado na Argentina (em Teologia) é de
excelente nível. Além de poder me familiarizar com o idioma, estou tendo a
oportunidade de aprender com grandes mestres, além de poder ser orientado em
minha dissertação por um dos maiores teólogos que temos no mundo, o Dr. Alberto
R. Timm. O título do meu trabalho é “Críticas aos adventistas na literatura não
adventista brasileira”. Vou apontar as distorções históricas, doutrinárias e
aquelas feitas sobre nosso estilo de vida adventista. Creio que será um
trabalho útil para a igreja e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade para o
público protestante ver o grande número de “bolas foras” que os apologistas
brasileiros dão quando o assunto é adventismo. Quais seus planos futuros. Quero
contribuir para aumentar a área de atuação do programa “Na Mira da Verdade” e
do “Lições da Bíblia”, que apresento no rádio. Além disso, tenho um grande
sonho de continuar publicando meus livros apologéticos e de cursar um doutorado
(se assim Deus o permitir).
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