COMO ERASMO TORCE OS TEXTOS. - MARTINHO LUTERO COM A SERIE NASCIDO ESCRAVO
Você criou uma nova maneira de perder de vista o significado óbvio de um texto. Você insiste que os textos que se manifestam claramente contrários à idéia do “livre-arbítrio” devem ter alguma “explicação” que traga à tona o seu verdadeiro sentido. E nós devemos insistir que tal “explicação” só se torna necessária quando é absurdo manter o sentido literal de alguma passagem bíblica. Em todos os demais casos, devemos aceitar o sentido simples e natural das palavras, guiados pelas regras de gramática e de hábitos de linguagem que Deus criou entre os homens. Se agirmos de outro modo, nada mais restará sobre o que possamos ter qualquer certeza. Não basta afirmar que uma “explicação” deve ser ne- cessária. Em cada caso, compete-nos indagar se existe a necessidade, ou se deve haver uma “explicação”. Se não puder ser provado que isso se faz necessário, nada se terá conseguido.
Um exemplo de suas “explicações” é sua abordagem de Êxodo
4.21: “... eu lhe endurecerei o coração [de Faraó]...”. Você diz que es- sas palavras provavelmente significam: “Permitirei que o coração do Faraó seja endurecido”. E isso, segundo seu entender, porque algumas vezes dizemos algo como “eu te prejudiquei”, quando, na realidade, queremos dizer: “Não te corrigi, quando estavas errado”. Entretanto, o sentido daquelas palavras é óbvio e claro. Elas não precisam de qualquer “explicação”. A Palavra de Deus deve ser interpretada em seu sentido mais claro, conforme as próprias palavras transmitem. Não nos compete reescrever as palavras do Senhor, segundo nossa conveniência, ou nos veremos “explicando” as palavras “Deus criou os céus e a terra”, para que digam: “Ele os pôs em seus devidos lugares, todavia não os criou do nada”! Apoiar essa prática, significaria que qualquer pessoa no mundo poderia tornar-se um teólogo, tão logo quanto abra sua Bíblia.
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