E SE FALTAR O PÃO DE CADA DIA? A MAIORIA DE NÓS DESVIOU O OLHAR DAQUILO QUE É NECESSÁRIO PARA OLHAR O QUE É DISPENSÁVEL. FONTE: GUIAME, EDMILSON FERREIRA MENDES
Sofreremos. A falta de coisas ou pessoas faz isso, provoca dor, tristeza, fome. O pão nosso de cada dia, ensinado por Jesus como uma petição que não poderia faltar em nossas orações, fala sobre confiança, fé, providência, suficiência. Saber que a cada dia podemos contar com nossa porção de bênção acalma o coração.
Pense no estado de ansiedade que vive o homem do nosso tempo. As doenças causadas por síndromes de ansiedade têm derrubado muitas pessoas que julgávamos inabaláveis. Incertezas, dúvidas, conflitos, perdas de posições duramente conquistadas, expectativas frustradas por sonhos que nunca se realizam e, para complicar, o medo de que aquele necessário bocado de pão também falte.
Foi por causa de um bocado de pão que Jean Valjean amargou anos numa prisão. Victor Hugo, em sua clássica obra, Os Miseráveis, nos confronta através do drama de um homem que roubou um pouco de pão porque tinha fome e, em suas lutas pessoais, ao final foi laçado pela graça e o perdão de Deus, transformando-se num novo homem. E tudo aconteceu porque numa fase de sua vida lhe faltou condições de ter o pão.
É preciso confiar na providência e suficiência das bênçãos que o Senhor derrama sobre nós. Ele sabe o que necessitamos diariamente. Pão é alimento fundamental. Pão é partilha, é comunhão, é vida. Portanto todos nós precisamos. Porém a maioria de nós desviou o olhar daquilo que é necessário para olhar o que é dispensável, aquelas coisas que podemos ficar sem.
Talvez por isso mesmo a gente deveria fazer um esforço para priorizarmos e valorizarmos o “pão nosso de cada dia” que o Senhor planejou pra nós. Quando fizermos isto, o Salmo 131 acontecerá em nossas vidas: “Ó Senhor, não sou orgulhoso; não olho com desprezo para outras pessoas nem procuro me fazer de entendido em coisas muito difíceis e grandiosas. Pelo contrário! Meu coração está calmo e tranquilo, como um nenê depois de ser alimentado pela mãe. Acalmei o meu coração e fiquei em paz. Povo de Israel, coloque você também a sua esperança no Senhor, hoje e para sempre.” (BV)
A poesia do salmista coloca tudo numa perspectiva boa e realista. Boa porque o alimento vem da mãe, e quem nesta terra, tem mais carinho com nossa alimentação do que aquela que nos gerou? Realista porque incentiva a nos afastarmos e assim nos defendermos das decepções e humilhações que acompanham as competições para se conseguir as chamadas coisas grandiosas e que, muitas vezes, nem sabemos para quê nos servirão.
O salmista também usa a figura do “nenê” de forma perfeita, pois crianças não se preocupam com o alimento de amanhã. Quando a fome chega, a criança simplesmente muda o tom do choro, que seria a sua oração!, e pronto, o seu “pão nosso de cada dia” é prontamente ministrado a ela regado de amor, carinho e cuidado. Da mesma forma Deus quer nos alimentar diariamente, sabendo que confiamos plenamente nEle.
E se faltar o pão de cada dia? Toda família sabe de uma boa padaria. Existem padarias hoje em dia que dá vontade de entrar e passar o dia. Algumas funcionam 24 horas. Mas mesmo nessas, nas melhores e mais incríveis, tem um dia que você chega e não tem pão. Também existem ocasiões que você compra o pão, chega em casa e, na primeira mordida já reclama, mudou o sabor! Deve ter mudado o padeiro! Não é assim com o Pai nosso que pode nos dar o pão nosso, pois o pão que Ele nos dá é sempre surpreendentemente saboroso. Ajoelhe-se diante dEle em adoração e intimidade todos os dias. Confie e renda-se ao único e suficiente Deus, aquele que pode lhe garantir sua porção diária, bem medida, perfeita, sem nada a menos ou a mais, simplesmente a porção de bênção para uma vida feliz. Enfim, para não faltar, em humildade e submissão simplesmente peça ao Pai: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje!”. Amém!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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