CHINA CORRIGE O NÚMERO DE MORTOS EM WUHAN 50% MAIS DO QUE A CIFRA INICIAL
A cidade chinesa de Wuhan, local de origem da pandemia de coronavírus; atualizou seu número de mortos pelo vírus para 3.689, um aumento de 50%.
As cifras que passam de 2.579 a 3.869, representam um aumento de 1.290 mortos, ou 50% mais do cifra inicial.
Wuhan disse que “as revisões foram feitas de acordo com as leis e regulamentos, bem como o princípio de ser responsável perante a história, o povo e os mortos“.
35% mais mortos em toda a China
No total a China acumula 4.632 mortes, mais 35% dos anunciados nos dias anteriores.
A cidade também corrigiu o número de casos confirmados, contabilizando 50.333, o que supõe 325 mais que no balanço anterior.
Ao publicar o valor corrigido, no entanto, os funcionários de Wuhan insistiram que não tinha havido encobrimento dos números reais.
Razões das «discrepâncias» dos dados de acordo com a China
Segundo funcionários de Wuhan, a primeira razão é que «um número crescente de pacientes no início da epidemia transbordou os recursos médicos e a capacidade de admissão das instituições médicas», pelo que «alguns pacientes morreram em sua casa sem serem tratados nos hospitais».
A segunda argumenta que, no auge da epidemia em Wuhan, os hospitais operaram «para além das suas capacidades» e o pessoal médico «estava empenhado em salvar e tratar os doentes», o que levou a que se informasse «tardiamente, com omissões e erro».
A terceira razão garante que, devido ao rápido crescimento dos hospitais designados para tratar os pacientes de Covid-19 -incluindo provinciais, municipais, privados e construídos temporariamente, «algumas instituições médicas não se ligaram à rede de informação epidémica e não comunicaram atempadamente os seus dados».
E o quarto argumento afirma que a informação registada sobre os pacientes falecidos “foi incompleta e havia repetições e erros” nos relatórios fornecidos.
A quantidade de urnas não coincide com os dados do governo
As pilhas de urnas de cinzas que recebem os familiares dos falecidos nas funerárias de Wuhan estão suscitando perguntas sobre a verdadeira magnitude das vítimas do coronavírus; renovando a pressão sobre um governo chinês que luta por controlar a informação.
As famílias daqueles que sucumbiram ao vírus na cidade central da China, foram autorizadas a recolher suas cinzas cremadas em oito funerárias locais a partir desta semana. Enquanto o faziam, as fotos circulavam nas redes sociais chinesas de milhares de urnas sendo transportadas.
Fora de uma funerária, os caminhões enviaram cerca de 2.500 urnas na quarta-feira e na quinta-feira, segundo o meio de comunicação chinês Caixin. Outra foto publicada por Caixin mostrava 3.500 urnas empilhadas no chão em seu interior. Não está claro quantas das urnas tinham sido enchidas.
Muitas das pessoas que morreram tinham sintomas de Covid-19, mas não foram feitos testes e foram excluídas da contagem oficial de casos, disse Caixin. Também houve pacientes que morreram de outras doenças devido à falta de tratamento adequado quando os hospitais foram oprimidos ao lidar com aqueles que tinham o coronavírus.
56000 cremações
Houve 56.007 cremações em Wuhan no quarto trimestre de 2019, segundo dados da agência de assuntos civis da cidade. O número de cremações foi 1.583 mais do que no quarto trimestre de 2018 e 2.231 mais do que no quarto trimestre de 2017.
Em seis das oito funerárias de Wuhan disseram que não tinham dados sobre quantas urnas estavam esperando para serem coletadas; não estavam autorizados a revelar os números. As chamadas não foram atendidas nas outras duas.
Os números oficiais da China são suspeitos há já algum tempo. A validação pela Organização Mundial da Saúde foi a razão invocada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para suspender o financiamento americano à OMS.
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