COM GREVE, LINHAS DE METRÔ EM SP TÊM OPERAÇÃO PARCIAL E RODÍZIO É SUSPENSO
Os usuários do metrô de São Paulo amanheceram nesta quinta-feira (18) sem o serviço devido a greve da categoria contra a privatização das linhas 5-lilás e 17-ouro (monotrilho). A interrupção afeta cerca de 4 milhões pessoas que utilizam o serviço.
No entanto, trechos das linhas 1-azul (entre as estações Ana Rosa e Luz), 2-verde (Ana Rosa até Vila Madalena), 3-vermelha (Bresser até Marechal Deodoro) e 5-lilás (Adolfo Pinheiro a Capão Redondo) estavam funcionando parcialmente por volta das 7h. A linha 15-prata está totalmente fechada, segundo balanço do metrô.
Nas demais estações onde o metrô não circula, uma frota extra de ônibus está atendendo a população, como na estação Itaquera (linha 3-vermelha), que está completamente fechada para a circulação dos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e do metrô.
A doméstica Kilma Taciana da Silva, 30, chegou na estação Itaquera antes das 6h e não conseguiu embarcar nos ônibus lotados que saiam rumo ao centro. "Na última greve, me machuquei na confusão. Não quis arriscar", diz ela que trabalha no Morumbi. A auxiliar de limpeza Cristina Sobrinho, 41, chegou por volta das 4h na estação e se deparou com o embarque para os trens da CPTM fechado. "Tinham seguranças com cassetetes enormes barrando a entrada"
A paralisação ocorre ao longo desta quinta na maior parte das linhas operadas pela companhia. A única exceção é a linha 4-amarela, gerida pela iniciativa privada, que funcionará normalmente.
A auxiliar de limpeza Maria José oliveira, 58, que mora em Francisco Morato (Grande São Paulo), disse que resolveu ir ao metrô mesmo sabendo da greve. Ela veio de ônibus intermunicipal até o terminal Barra Funda, onde seguiria a viagem de metrô até a estação República. "A empresa em que trabalho não paga ônibus municipal. Um funcionário da estação me falou para pegar o trem até a estação Luz e ir caminhando, mas não vou arriscar a minha vida, é perigoso", disse.
Na estação Barra Funda, por volta das 6h, um grupo de pessoas se aglomerava em frente aos portões que dão acesso ao metrô, esperando a retomada do serviço.
O Metrô lamentou a decretação da greve e disse que acionará uma operação de contingência para atuar no dia. Na prática, isso significa que convocará funcionários do alto escalão da companhia capazes de operar os trens e manter as estações funcionando.
A prefeitura liberou o rodízio de carros de passeio. A SP Trans (empresa municipal de transporte) disse que vai ter operação especial dos ônibus para manter o acesso à região central e às principais pontes da capital paulista. No entanto, essa medida depende do quanto a paralisação realmente afetará o sistema.
A CPTM reforçou a operação e antecipou o horário de abertura das estações para às 4h para atender o possível aumento da demanda.
Já a concessionária da linha 4-amarela informou que adequará a oferta de trens nesta quinta-feira diante da greve.
Os metroviários manifestam contra a concessão à iniciativa privada de duas linhas do Metrô, a 5-Lilás e a 17-ouro (monotrilho) feita pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O resultado da licitação será conhecido nesta sexta-feira (19), e uma empresa ou consórcio será responsável pela operação das duas linhas.
Além das linhas 5 e 17, o Metrô pretende ainda conceder as linhas 2-verde e 15-prata, que já estão construídas. Entre as linhas que estão em construção e que também deverão ser concedidas estão a 6-laranja e 18-bronze. Neste modelo, o Metrô iria operar apenas as linhas 1-azul e 3-vermelhas.
Nesta semana, a Justiça do Trabalho chegou a determinar que 80% da categoria deveria trabalhar nos horários de pico da operação e 60% fora do horário de pico. A multa caso descumpram a determinação é de R$ 100 mil.
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