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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

O QUE É UMA IGREJA... E O QUE NÃO É -- MARK DEVER PASTOR DA IGREJA BATISTA EM WASHINGTON – SERIE O QUE É UMA IGREJA SAUDÁVEL


Na introdução, perguntei oquevocê procuraemumaigreja eoque a Bíblia diz arespeito de como deve ser a igreja, mas não respondi essas perguntas. E os cristãos de hoje estão buscando todo tipo de coisas em uma igreja. Lembro-me de uma conversa que tive durante meus anos de es- tudo na faculdade. Conversei com um amigo que trabalhava para um ministério cristão que não era ligado a qualquer igreja. Ele e eu freqüentamos a mesma igreja durante alguns anos. No entanto, tor- nei-me membro da igreja, mas o meu amigo não. De fato, ele vinha somente aos cultos matinais de domingo e entrava quietamente na metade do culto, em tempo para ouvir o sermão. Um dia, resolvi questioná-lo a respeito de sua frequência parcial. Ele respondeu: “Não obtenho nada do restante do culto”. Perguntei-lhe: você já pensou em unir-se à igreja? Ele pareceu verdadeiramente surpreso com apergunta. Erespon- deu: “Unir-me à igreja? Sinceramente, não sei porque eu faria isso. Sei por que estou aqui; e aquelas pessoas me tornariam menos ativo”. Até onde percebi, ele não falou essas palavras com desdém, e sim com um zelo autêntico de um evangelista talentoso que não desejava desperdiçar uma hora do tempo do Senhor. Expressou alguns de seus pensamentos sobre o que procurava em uma igreja. E, levando tudo em conta, não se envolveria com outros membros de igreja, pelo me- nos não daquela igreja. Elequeria um lugar em que poderia ouvir uma boa pregação da Palavra de Deus e obter seu estímulo espiritual para a semana. No entanto, suas palavras repercutiram em minha mente — “aquelas pessoas me tornariam menos ativo”. Havia muitas coisas queeugostariadeterdito, mastudoquelherespondifoi: vocênunca pensou que, unindo-se àquelas pessoas, sim, elas poderão torná- lo menos ativo, mas você pode ajudá-las a serem mais dinâmicas? Nunca considerou que isso poder ser parte do plano de Deus para você e para elas? Eutambémqueriaumaigrejaemquepoderiaouvirumaboapre- gação a cada domingo. Todavia, as palavras “corpo de Cristo” signifi- cam mais do que isso, não significam? Conforme mencionei no Capítulo 1, a igreja não é um lugar. Não é um prédio. Não é um ponto de pregação. Não é um provedorde ser- viçosespirituais. Éumpovo— opovodanovaaliança, compradopor sangue, o povo de Deus. Essa foi a razão por que Paulo disse: “Cristo amoua igreja ea si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25). Ele não se en- tregouporumlugar, esimporumpovo. Essaéarazãoporqueaigreja em que ministro começa suas reuniões matinais de domingo dizendo: “Sejam bem-vindos a esta reunião da Igreja Batista de Capitol Hill”, e não: “Sejam bem-vindos à Igreja Batista de Capitol Hill”. Somos um povo que se reúne. Sim, isso é algo trivial, mas estamos tentando res- saltar uma realidade mais importante até mesmo nas palavras que usamos para dar boas-vindas às pessoas. Recordar que a igreja é um povo deve ajudar-nos a reconhecer o que é e o que nãoé importante. Sei que preciso de ajuda. Porexemplo, tenho a tentação de permitir que algo como o estilo de música deter- mine oque eu pensoarespeito de uma igreja. Afinal decontas, oestilo de música que uma igreja usa é uma das primeiras coisas que obser- varemos em qualquer congregação. E tendemos a reagir à música em um nível bastante emocional. A música faz com que nos sintamos de determinada maneira. Contudo, o que expressarei a respeito de meu amor por Cristo e seu povo, se eu deixar uma igreja por causa do seu estilo de música? Ou se, pastoreando uma igreja, eu marginalizar a maioria dos membros porpensarque seu estilo de música precisa ser atualizado? No mínimo, poderíamos dizer que esqueci o fato de que a igreja é, em essência, um povo e não um lugar. Ao mesmo tempo, a Bíblia ensina que os cristãos devem ser bas- tante cuidadosos quantoaoqueacontece naigreja — oqueela faz. Na verdade, a última metade deste livro dedica-se a essa questão. Como mantemos essas duas coisas em equilíbrio — preocupar- nos com as pessoas e preocupar-nos com o que elas fazem. Se este fosse um livro a respeito de criar famílias cristãs, falaríamos sobre fazer certas coisas: jantar juntos, ler as Escrituras juntos, rir juntos, orar uns pelos outros e assim por diante. Mas, durante a conversa sobre o assunto, todos lembrariam que os pais cometem erros e as crianças são crianças. A família não é apenas uma instituição; é um grupo de pessoas. Isso também é verdade a respeito da igreja. A sua igreja falha em atender suas expectativas em termos do que ela faz, bem como em seguir ou não o que a Bíblia diz sobre a liderança eclesiástica (um as- sunto que abordarei adiante)? Se isso está acontecendo, lembre-se de que ela é um grupo de pessoas que está crescendo na graça. Ame essas pessoas. Sirva-as. Tenha paciência para com elas. Pense novamente em uma família. Se seus pais, irmãos ou filhos fracassam em satisfa- zer suas expectativas, vocês os expulsa repentinamente da família? Esperoqueosperdoeelhesdemonstrepaciência. Talvez pareeconsi- dereseassuasexpectativasnãodevemser ajustadas! Por isso mesmo, deveríamos perguntar-nos se sabemos como amar e perseverar com membros de igreja que têm opiniões diferentes, que falham em satis- fazer as nossas expectativas oupecam contra nós (Você e eu não temos pecados que necessitam ser perdoados?), Éclaroque existe um limite. Há algumas igrejas com as quaisvocê não desejaria unir-se, pastorear ou permanecer como membro. Re- tornaremos a esse assunto na seção em que falaremos sobre as mar- cas essenciais de uma igreja. Por enquanto, o princípio permanece o mesmo: a igreja é um povo. E, independentemente do que procu- ramos ou digamos sobre o que deve ser uma igreja, tudo tem de ser guiado por esse princípio básico e bíblico. Quero dizer mais uma coisa que pode guardar-nos de uma ma- neira equivocada de pensar sobre a igreja, uma maneira de pensar especialmente comum entre os pastores. A igreja não é um lugar; tampouco, uma estatística. Quando eu estava na faculdade, deparei- me com uma carta importante escrita por John Brown, um pastor do século XIX, dirigida a um de seus alunos recém-ordenado em uma pequena igreja. Na carta, Brown escreveu: Eu conheço a vaidade do seu coração e uma das coisas que vai atingi- loprofundamenteéqueacongregação, quelhefoiconfiada, émuito pequena, principalmente quando você a compara às congregações de seus irmãos ao seu redor. Mas sinta-se seguro em uma palavra vinda de um homem já idoso e experimentado. Quando estiver pe- rante Cristo, prestando conta dessa congregação que recebeu, lá no trono de julgamento, você saberá que recebeu o suficiente.1 Enquanto pensava na igreja da qual o Senhor me encarregou, senti a solenidade desse dia de prestação de contas a Deus. Eu que- ria que a igreja por mim pastoreada se tornasse grande? Popular ou bastante comentada? Uma igreja que, de algum modo, parecesse im- pressionante? Estava motivado apenas a “suportar” e “tolerar” o grupo de pes- soas que estava diante de mim, a comprometer meu tempo e a espe- rar por oportunidades para tornar a igreja naquilo que eu achava ela deveria ser? Ter desejos quanto ao futuro da igreja não é mau em si mesmo. No entanto, os meus desejos me levavam a ser indiferente ou inoportuno com os santos que me rodeavam naquele momento? 1. Hay, James; Belfrage, Henry. Memoir of the rev. Alexander Waugh. Edinburgh: William Oliphant and Son, 1839, p. 64-65. Ou eu lembrava o que estava em jogo para as muitas almas, a maioria delas bastante queridas, assentadas diante de mim todos os domingos de manhã, em um salão amplo, que cabia 800 pessoas? Eu as amava e servia, apesar de suas comissões não-bíblicas, suas tradições antiquadas e suas escolhas de músicas (que não eram as minhas favo- ritas) frustrarem minhas esperanças (que eu considerava legítimas) para a igreja? Sei que não são apenas os pastores que caem na atitude de “tolerar” as pessoas que os cercam, comprometendo seu tempo, até que a igreja se torne o que imaginavam o que ela deveria ser. A igreja é um povo, não um lugar, nem uma estatística. É um corpo, unido a Cristo, que é a cabeça. É uma família, unida por ado- ção por meio de Cristo. Rogo a Deus que nós, pastores, reconheçamos cada vez mais a nossa responsabilidade solene pelos rebanhos específicos sobre os quais Deus nos tornou co-pastores. Também peço a Deus que você, cristão, experiente ou novo na fé, reconheça cada vez mais seu dever de amar, servir, encorajar e ser responsável pelo resto da família de sua igreja. Noque diz respeito aos seus irmãos naturais, creio que você já reconheceu onde Caim errou, quando disse sarcasticamente ao Senhor: “Acaso, sou eu tutor de meu irmão?” Contudo, espero muito mais que você reconheça, se ainda não a reconheceu, sua mais elevada responsabilidade para com os irmãos e irmãos da família de sua igreja. Muita gente estava assentada ao redor dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus irmãos e irmãs estão lá fora à tua procura. Então, ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, correndo o olhar pelos que estavam assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe (Mc 3.32-35).

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