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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

TEOLOGIA BÍBLICA- MARK DEVER PASTOR DA IGREJA BATISTA EM WASHINGTON – SERIE O QUE É UMA IGREJA SAUDÁVEL


O que significam para você estas palavras em itálico: “Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, por- que haveremos de vê-lo como ele é” (1Jo 3.2)? Se você leu cuidadosamente toda a linha histórica bíblica apre- sentada no capítulo 3, talvez saiba que as palavras em itálico indicam como, no final dos tempos, a igreja refletirá o caráter santo e amável de Deus, sem a influência deturpadora do pecado. Se você estivesse assentado em um templo dos mórmons, ouviria que as palavras “seremos semelhantes a ele” significam que nos tor- naremos deuses! Qual é a diferença entre essas duas interpretações? Uma se forma com base na teologia de toda a Bíblia; a outra não. Nocapítuloanterior, dissemos quea pregação expositiva é essen- cial à saúde de uma igreja. Contudo, todo método, por melhor que seja, está aberto ao abuso. Nossas igrejas deveriam se interessar não somente com a maneira como ensinamos, mas também com o que ensinamos. Essa é a razão por que a segunda marca essencial de uma igreja saudável é a teologia bíblica exata, ou seja, uma teologia que é bíblica. Do contrário, interpretaremos versículos isolados dando- lhes o significado que desejarmos. Exatidão é uma palavra antiquada. Todavia, devemos prezar a exatidão — exatidão em nosso entendimento do Deus da Bíblia e de seus caminhos para nós. Paulo usou a palavra “sã” diversas vezes em suas cartas pastorais dirigidas a Tito e a Timóteo. Essa palavra significa “confiável”, “exato”, “fiel”. Em sua raiz, ela é uma imagem extraída do mundo médico sig- nificando inteiro ou saudável. A teologia bíblica exata é uma teologia fiel ao ensino de toda a Bíblia. É confiável einterpretacomexatidãoas partes em relação ao todo. Em sua primeira carta dirigida a Timóteo, Paulo disse que a sã doutrina é a doutrina que se conforma ao evangelho e se opõe à im- piedade e ao pecado (1Tm 1.10-11). Depois, ele contrastou as “falsas doutrinas” com “as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade” (1Tm 6.3). Em sua segunda carta dirigida a Timóteo, Paulo o exortou: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus” (2Tm 1.13). Depois, ele ad- vertiu Timóteo, dizendo: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2Tm 4.3). Quando Pauloescreveua Tito, outropastorjovem, compartilhou as mesmas preocupações. Paulo disse a Titoque cada homem institu- ído como presbítero da igreja tinha de ser apegado “à palavra fiel, queé segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem” (Tt 1.9). Os falsos ensinadores têm de ser repreendidos “severamente, para que sejam sadios na fé” (Tt 1.13). E, finalmente, Tito deveria falar “o que convém à sã doutrina” (Tt 2.1). Os pastores devem ensinar a sã doutrina — a doutrina que é con- fiável, exata, fiel à Bíblia. E as igrejas são responsáveis por cuidarem que seus pastores se vejam como pessoas que prestarão contas pela sã doutrina. Não podemos delinear neste livro o que constitui a sã doutrina, visto que isso exigiria de nós uma reprodução de toda a Bíblia. Mas, na prática, toda igreja decide em que assuntos as Escrituras exigem concordância plena, em que assuntos elas permitem discordância, em que assuntos elas permitem liberdade completa. Na igreja em que sirvo, em Washington D. C., exigimos que todo membro creia na salvação tão-somente pela obra de Jesus Cristo. Também confessamos os mesmos (ou bem semelhantes) entendi- mentos sobre o batismo de crentes e a estrutura da igreja (ou seja, quem possui a palavra final nas decisões). Concordância quanto ao batismo e a estrutura da igreja não são essenciais à salvação, mas, no aspecto prático, são proveitosos e dão saúde a toda a vida da igreja. Por outro lado, nossa igreja permite alguma discordância em as- suntos que não são essenciais à salvação ou à vida prática da igreja. Todos concordam que Cristo voltará, mas há diversas opiniões so- bre o momento exato de sua vinda. Finalmente, nossa igreja permite completa liberdade em assuntos menos centrais ou menos nítidos, tais como a legitimidade da resistência armada ou a questão relacio- nada ao autor da Epístola aos Hebreus. Existe um princípio permeando tudo isso: quanto mais perto chegamos ao âmago de nossa fé, tanto mais unidade esperamos ter em nosso entendimento da fé — ou seja, unidade na sã doutrina bíblica. A igreja primitiva se expressou nestes termos: nas coisas es- senciais, unidade; nas coisas não-essenciais, diversidade; em todas as coisas, amor. Uma igreja comprometida com a sã doutrina se comprometerá a ensinar as doutrinas bíblicas que as igrejas freqüentemente negligen- ciam. Aos nossos olhos, certas doutrinas parecem difíceis ou mesmos causadoras de divisão. Apesar disso, cremos que Deus as incluiu em sua Palavra porque são fundamentais ao entendimento de sua obra na salvação. O Espírito Santo não é tolo. Se Ele reveloualgo em seu Livro, para que o mundo leia, as igrejas não devem pensarque são tão sábias, que fazem melhorevitando certos assuntos. Elas devem exercer sabedoria pastoral e cuidado quando falam sobre certas coisas? Sim. Devem evitar completamente essas coisas? Não. Sequisermos igrejas quesão guiadas pela sã doutrina da Bíblia, temos de andarem harmonia com toda a Bíblia. Por exemplo, a doutrina bíblica da eleição é evitada freqüente- mente como uma doutrina complexa ou profunda demais. Embora isso seja verdade, essa doutrina é inegavelmente bíblica. Ainda que não entendamos tudo a respeito da eleição, o fato de que, em última análise, a nossa salvação procede de Deus e não de nós mesmos é deveras importante. Há inúmeras questões importantes que a Bíblia responde. Toda- via, as igrejas comumente negligenciam perguntas como: • Aspessoas são essencialmente boas ou más? Precisam apenas de encorajamento e auto-estima ou precisam de perdão e de uma vida nova? • O que acontece quando alguém se torna cristão? • Se somos cristãos, podemos ter certeza de que Deus con- tinuará a cuidar de nós? Se isso é verdade, Deus continua a cuidarfundamentadoemnossafidelidadeounasuaprópria fidelidade? Todas essas perguntas não são apenas para teólogos que gostam deestudaroujovensseminaristas. Sãoimportantesparacadacristão. Aqueles de nós que são pastores sabem quão diferentemente pode- mos pastorear nosso povo se mudarmos nossa resposta a qualquer dessas perguntas. Fidelidade às Escrituras exige que falemos sobre esses assuntos com clareza e autoridade, pois o nosso verdadeiro de- sejo é manifestar o caráter de Deus em toda a sua plenitude. Considere:sedesejamosigrejasquemanifestemocaráterdeDeus, não queremos saber tudo que Ele revelou a respeito de Si mesmo, na Bíblia? Se não oqueremos, oque isso diz sobrea nossa opinião quanto ao caráter de Deus? Nosso entendimento do que a Bíblia diz sobre Deus é crucial. O Deus da Bíblia éo Criadore Senhor. No entanto, algumas vezes sua so- berania é negada, mesmo na igreja. Quando aqueles que se declaram cristãos resistem à idéia da soberania de Deus na criação e na salvação, eles estão realmente brincando com o paganismo religioso. Os ver- dadeiros cristãos têm perguntas sinceras sobre a soberania de Deus. Contudo, uma negação tenaz e contínua da soberania de Deus deve nos deixar preocupados. Batizar tal pessoa pode significar o batismo de um coração que, em vários aspectos, ainda permanece incrédulo. Admiti-la à membresia da igreja pode significar que a consideramos como se cresse em Deus, quando, de fato, ela não crê. Essa resistência é perigosa em qualquer cristão, porém é muito mais perigosa no líder de uma igreja. Quando uma igreja designa um líder que duvida da soberania de Deus ou que não entende o ensino bíblico, essa igreja estabelece como seu exemplo uma pessoa que pode ser profundamente indisposta a confiar em Deus. E isso obstruirá o crescimento da igreja. Hoje, a cultura materialista e norteada pelo mercado, que nos cerca, freqüentemente encoraja as igrejas a entenderem a obra do Espírito em termos de marketing e a tornarem a evangelização em anúncios. Deus éremodelado à imagem do homem. Em tais ocasiões, uma igreja saudável tem de ser bastante diligente em suplicar a Deus que seus líderes tenham uma compreensão bíblica e experiencial da soberania de Deus. Devem também rogar-Lhe que seus líderes per- maneçam totalmente comprometidos com a sã doutrina em toda a sua glória bíblica. Uma igreja saudável é caracterizada por pregação expositiva e por teologia bíblica.

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