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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

UM GUIA CRUCIAL: COMO MANIFESTAR O CARÁTER DE DEUS-- MARK DEVER PASTOR DA IGREJA BATISTA EM WASHINGTON – SERIE O QUE É UMA IGREJA SAUDÁVEL


Confesso que não sou muito bom nas coisas práticas de minha casa — fazer prateleiras, conectar os fios do aparelho de som, descobrir o que fazem todos os botões de meu telefone. Nem mesmo acho os manuais proveitosos. Geralmente tenho de me entregar à bondade e ingenuidade dos amigos e da família. Sou grato pelo fato de que minha falta de habilidade em algumas dessas áreas práticas não é um impedimento para eu seguir o guia crucialo que a Bíblia diz a respeito de como a igreja pode manifestar o glorioso caráter de Deus. O princípio básico é bem simples: temos de ouvir a Palavra de Deus e segui-la. Somente dois passos: ouvir e seguir. Ouvindo e seguindo a Palavra de Deus, refletimos a imagem e manifestamos o caráter e a glória de Deus, como embaixadores de um rei. Ou como um filho. Imagine um filho cujo pai viajou para um lugar distante e escreveu-lhe uma série de cartas, instruindo-o a res- peito de como ele deveria manter o nome da família e conduzir os seus negócios. Mas suponha que o filho jamais tenha lido as cartas de seu pai. Como ele aprenderia a representar o pai e conduzir os seus negó- cios? Não aprenderia. Issotambém acontece com uma igreja local que ignora a Palavra de Deus. Desde que Adão foi expulso do jardim, por não obedecer à Pala- vra de Deus, toda a humanidade tem estado dividida em dois grupos: os que obedecem à Palavra de Deus, e os que não lhe obedecem. Noé obedeceu. Os construtores da Torre de Babel não. Abraão obedeceu. Faraó não. Davi obedeceu. Muitos de seus filhos não. Zaqueu obede- ceu. Pilatos não. Paulo obedeceu. Os falsos apóstolos não. E poderíamos continuar citando pessoas da história da igreja. Atanásio obedeceu à Palavra de Deus. Ário não. Lutero obedeceu. A Igreja de Roma não. Gresham Machen obedeceu. Emerson Fos- dick não. Certamente não reivindico possuir discernimento infalível e divino quanto a esse último grupo. Contudo, a história bíblica nos ensina com segurança que a distinção entre o povo de Deus e os im- postores está no fato de que o povo de Deus ouve a Palavra de Deus e leva-a em consideração. Os outros não. Foi isso que Moisés, com grande empenho, comunicou pela se- gunda vez, conforme diz o texto de Deuteronômio, enquanto estava às portas da Terra Prometida, com o povo de Israel. Ele começou re- cordando-lhes que permanecera com os seus pais quarenta anos eque estes não tinham ouvido a Palavra de Deus. Por isso, Deus os castigou com a morte no deserto. Os três discursos, que no relato seguem por quase trinta capítulos, podem ser resumidos de modo bem simples: “Ouçam. Atentem. Escrevam. Recordem o que Deus disse. Foi Ele quem os salvou da escravidão no Egito. Portanto, ouçam a Deus”. No capítulo 30, Moisés ressalta a importância de tudo que dissera, para incutir-lhes este único mandamento: “Escolhe, pois, a vida” (v. 19). Opovo de Deus achará vida completa exclusivamente porouvir a Palavra de Deus e prestar-lhe obediência. Isso é simples. A mensagem de Deus para a igreja do Novo Testamento não é diferente. Ele nos salvou da escravidão do pecado e da morte quando ouvimos a sua Palavra e cremos (Rm 10.17). Agora, ouvimos a sua Palavra easeguimos. Porouvirmos eseguirmos oque Ele disse, refle- timos crescentemente o caráter e a glória de Deus. Alguém talvez se oponha, dizendo: “Isso parece mostrar a igreja focalizadaemsimesma. Aigrejanãoéchamadaafocalizar-senosou- tros — em missões e evangelização?” Certamente, a igreja é chamada a essas coisas. Isso faz parte da manifestação do caráter de Deus. Jesus disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Ou, como Ele disse em outra ocasião: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21). Quando fazemos missões, evangelização e a obra do reino, fazemos isso de conformidade com a Palavra de Deus; e, nesse caso, em conformidade com Mateus 4.19, João 20.21 e várias outras passagens. Não fazemos essas coisas porque algum teólogo as imaginou etodos concordam que era uma boa idéia. Pregamos, evangelizamos e fazemos a obra do reino porque Deus diz, em sua Palavra, que devemos fazer essas coisas. Afinal decontas, ahistórianãoédivididaprincipalmenteentreos que evangelizam e os que não evangelizam. Isso não é fundamental- mente oque define a igreja. A história está dividida entre os queouvem a Deus e os que não O ouvem. Essa foi a razão por que Mateus narrou o que Jesus disse a Sata- nás quanto ao homem viver “de toda palavra que procede da boca de Deus”(Mt 4.4), bemcomoaspalavrasfinais de Jesus aos seus discípu- los —“Fazei discípulos de todas as nações, batizando-os... ensinando- os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20). Essa foi a razão por que Marcos relatou a parábola de Jesus sobre a semente plantada em diferentes solos, como uma parábola sobre a Palavra de Deus (Mc 4). Alguns a aceitarão; outros não. Essa foi a razão por que Lucas descreveu-se a si mesmo como testemunhaoculare ministro da Palavra (Lc 1.2) e registrou esta pro- messa de Jesus: “Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” (Lc 11.28). Essa foi a razão por que João narrou as últimas palavras de Jesus dirigidas a Pedro como uma exortação repetida três vezes: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.15-17). Apascentá-las com o quê? Com a Palavra de Deus. Essa foi a razão por que, quando a igreja primitiva se reunia, con- forme o livro de Atos, eles se dedicavam à “doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Essa foi a razão por que o apóstolo Paulo disse aos crentes de Roma: “A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). Essa foi a razão por que ele disse aos crentes de Corinto que “a mensagem da cruz” é o “poder de Deus” para a salvação (1Co 1.18), pois “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co 1.21). Também foi a razão por que, posteriormente, Paulo disse a essa mesma igreja que ele não mercadejava nem adulterava a Pala- vra de Deus, e sim manifestava a verdade, tendo em vista a felicidade eterna deles (2Co 2.17; 4.2). Essa foi a razão por que ele disse aos crentes da Galácia: “Se al- guém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1.9). Essa foi a razão por que ele disse aos crentes de Éfeso que eles ha- viamsidounidosa Cristodepoisqueouviram“apalavradaverdade, o evangelho da... salvação” (Ef 1.13). Também lhes disse que Deus “con- cedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evange- listas eoutros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.11-13). Essa foi a razão por que ele disse aos crentes de Filipos que, por causa de suas cadeias, “a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor porminhasalgemas, ousamfalarcommaisdesassombroapalavrade Deus” (Fp 1.14). Essa foi a razão por que ele disse aos crentes de Colossos: “Habite, ricamente, emvós apalavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mu- tuamente em toda asabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16). Essa foi a razão porque ele disse aos crentes de Tessalônica: “Ou- tra razão ainda temos nós para, incessantemente, dargraças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes” (1Ts 2.13). E, posteriormente, os instruiu: “Irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2Ts 2.15). Essa foi a razão por que ele disse a seu discípulo Timóteo que os presbíteros que este escolheria para a igreja tinham de ser aptos “para ensinar”, enquanto os diáconos que serviam em sua igreja deviam conservar “o mistério da fé com a consciência limpa” (1Tm 3.2, 9). Em uma carta subseqüente, Paulo disse a Timóteo que seu trabalho se concentrava em coisa essencial: Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, re- preende, exorta com toda a longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar- se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sen- tindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (2Tm 4.2-4). Essa foi a razão por que ele se regozijou com Tito pelo fato de que Deus “manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi con- fiada por mandato de Deus, nosso Salvador’ (Tt 1.3). Essa foi a razão por que ele encorajou Filemom a ser ativo em compartilharsua“fé”. Nestecaso, apalavrafénãoserefereaumestado emocionalmente subjetivo, e sim a um conjunto definido de crenças (Fm 6). Essa foi a razão por que o autor de Hebreus advertiu: “A palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). Essa foi a razão por que Tiago relembrou aos seus leitores que Deus, “segundo o seu querer... nos gerou pela palavra da verdade” e que não devemos ser somente ouvintes “da palavra”, enganando-nos a nós mesmos (Tg 1.18, 22). Essa foi a razão por que Pedro lembrou aos santos espalha- dos em diversas regiões que eles haviam sido “regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente”, e que “a palavra do Senhor... permanece eternamente” (1Pe 1.23, 25). Essa também foi a razão por que ele disse, em sua segunda epístola: “Nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca ja- mais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.20-21). Essa foi a razão por que João escreveu: “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.5-6). E por que ele disse: “E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos” (2 Jo 6) e declarou que não tinha “maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” (3Jo 4). Essa foi a razão por que Judas gastou quase toda a sua epístola advertindo seus leitores quanto aos falsos mestres (Jd 4-16) e prome- teu que o Senhor viria para “exercer juízo contra todos e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impia- mente praticaram e acerca de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores proferiram contra ele” (Jd 15). Finalmente, essa foi a razão por que Jesus, no livro de Apoca- lipse, elogiou a igreja de Filadélfia: “Conheço as tuas obras... que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome” (Ap 3.8). A igreja acha sua vida à medida que ouve a Palavra de Deus. Acha seu propósito à medida que vive e manifesta a Palavra de Deus. A tarefa da igreja consiste em ouvir e, depois, ecoar. É isso mesmo. Opri- meiro desafio que as igrejas enfrentam em nossos dias não é descobrir como podem ser “relevantes”, “estratégicas”, “sensíveis” ou mesmo “ousadas”. O seu desafio primordial é descobrir como ser fiel — como ouvir, confiar e obedecer. Em última análise, somos semelhantes ao povo de Israel quando se preparava para entrar na Terra Prometida. Deus está nos dizendo: “Igreja, ouça, siga!” A boa notícia é que, diferentemente do Israel ét- nico, temos a completa revelação de Deus em Jesus Cristo. E temos o Espírito de seu Filho, oselo eapromessa de nossa redenção. Portodos esses motivos, desejo que continuemos ouvindo, enquanto avança- mos para a segunda parte deste livro. Oque mais Deus nos ensina, em sua Palavra, arespeitode uma igreja saudável? As nove marcas de uma igreja saudável, que discutiremos agora, nãosão,eu espero,apenas idéias minhas. São umatentativa de im- pulsionar-nos, todos, a continuarouvindo. Olhe novamente o sumário e perceberáoquepretendodizer:pregaçãoexpositiva(oubíblica),teologia bíblica, um entendimento bíblico das boas-novas, um entendimento bí- blicodaconversão,umentendimentobíblicodamembresia, umentendi- mento bíblico da disciplina eclesiástica e assim por diante. Ainda que você não concorde com o que eu disser nos capítulos seguintes, espero que discorde por achar que a Bíblia afirma algo diferente do que eu acho que ela diz. Em outras palavras, espero que você também permita que o seu ouvir a Palavra de Deus guie os seus pensamentos sobre o que uma igreja local deve ser e fazer.

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