CASO BBOM: JUSTIÇA CRIMINAL DETERMINA SEQUESTRO DE 49 CARROS E CONGELAMENTO DE R$ 479 MIL
A Justiça criminal determinou
o sequestro de 49 carros da BBom, braço da empresa de monitoramento
Embrasystem, suspeita de ser uma pirâmide financeira . A frota inclui 26
modelos de luxo, como um Rolls Royce, quatro Lamborghinis e três Ferraris. A decisão é do juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara
Criminal Federal de São Paulo, e se sobrepõe a um bloqueio dos bens da empresa
determinado, em julho , pela juíza Luciana Gheller, da 4ª Vara Federal Cível de
Goiânia. A decisão anterior já congelava
a transferência de cerca de cem veículos do grupo Embrasystem, mas os carros
continuam à disposição dos donos da empresa. Agora, os 49 incluídos na nova
sentença ficarão sob a tutela da Polícia Federal. Cavali também ampliou o
volume de recursos financeiros bloqueados de R$ 300 milhões, como havia sido
determinado por Luciana em julho, para R$ 479 milhões. Desses, cerca de R$ 18
milhões já foram sequestrados. Procurados, os representantes da empresa não se
manifestaram. Em outras ocasiões, sempre negaram irregularidades. Ressarcimento:
Surgida em fevereiro, a BBom atraiu em menos de seis meses cerca de 300 mil
investidores, que pagaram taxas de adesão que variavam de R$ 600 a R$ 3 mil reais. As taxas eram chamadas de
pacotes, e cada associado podia comprar mais de um. A promessa era de lucros
expressivos na revenda de serviços de monitoramento de veículos da Embrasystem.
Carros luxuosos, como os sequestrados pela PF, eram apresentados como prêmios a
serem concedidos aos maiores revendedores. Em julho, a Justiça Federal em Goiás
determinou o bloqueio das contas e das atividades da empresa. O pedido foi
feito pela Procuradoria da República em Goiás e pelo Ministério Público do
Estado, para quem a BBom é uma pirâmide financeira sustentada pelas taxas de
adesão e não pela revenda de rastreadores. Segundo os procuradores da República
em Goiás, os associados da BBom venderam 1,5 milhão de equipamentos, mas a
Embrasystem só comprou 69 mil de seu principal fornecedor . Com o bloqueio, os
procuradores da República e promotores esperam conseguir ressarcir quem
investiu no negócio. Nem todos, porém, devem conseguir reaver as verbas, muito
menos os lucros prometidos. No processo de Goiás, é pedida a extinção da BBom
para que os bens dos seus responsáveis sejam usados no ressarcimento. Em São
Paulo, eles podem ser enquadrados em crime contra o sistema financeiro
nacional, por desvio de verbas e por operarem instituição financeria sem
autorização. Os responsáveis também podem ser indiciados por crime contra a
economia popular. Febre das pirâmides: A BBom foi a segunda empresa a ter as
contas e atividades bloqueadas por suspeita de ser uma pirâmide financeira. Um
mês antes, a 2ª Vara Cível de Rio Branco (AC) congelou a Telexfree , que tem
cerca de 1 milhão de associados e informa trabalhar com telefonia por internet
(VoIP), mas não tem autorização da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) para tanto. Em agosto, foi a
vez da Priples , que atua no mercado de anúncios. Pelo menos outras 28 empresas
são investigadas em todo o Brasil por uma força tarefa antipirâmide. A
Multiclick , alvo de inquéritos no Rio Grande do Norte e em Santa Catarina,
pediu à Justiça para não ser bloqueada antes mesmo de qualquer determinação
nesse sentido. O pedido foi negado; Fonte: Portal IG
Nenhum comentário
Postar um comentário