ATIVISTAS GAYS ELEGEM SEUS MAIORES INIMIGOS EM 2013; PASTORES SILAS MALAFAIA E MARCO FELICIANO, ENTRE OUTROS EVANGÉLICOS, ESTÃO NA LISTA
Anualmente, os ativistas gays
elegem as figuras públicas que representam os maiores opositores à sua agenda,
e em 2013 há desde pastor evangélico até autor de novela na lista publicada
pelo site LGBT iGay. O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) aparece no topo. Eleito
presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos
Deputados, virou alvo dos ativistas gays por suas opiniões controversas
publicadas no Twitter, e por sua postura assumida contra a homossexualidade. “Feliciano
pautou a comissão com assuntos de interesse da bancada evangélica, entre eles
uma proposição que susta — via decreto legislativo — a resolução do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Outra decisão do Feliciano permite que organizações religiosas expulsem de seus
templos pessoas que ‘violem seus valores, doutrinas, crenças e liturgias’.
Estas são apenas duas ações que justificam minha escolha”, disse Julio Moreira,
do Grupo Arco-Íris, do Rio de Janeiro. A cantora Mara Maravilha,
ex-apresentadora de TV, foi outra lembrada pelos ativistas por ter se posicionado
favorável ao projeto de lei apelidado como cura gay: “[Ela pode] não ser
homofóbica em suas atitudes no cotidiano, mas, como toda pessoa pública, tem de
entender que tudo que uma pessoa com visibilidade fala, vira notícia. E que ela
precisaria medir melhor as consequências de suas declarações, e pensar antes de
declarar algo que incentive a homofobia e a discriminação”, afirmou a produtora
transexual Barbara Aires, uma das votantes na eleição dos maiores inimigos dos
gays em 2013. O deputado federal João Campos (PSDB-GO), autor do projeto que
ganhou da mídia a alcunha de “cura gay”, não foi esquecido pelos militantes
homossexuais: “Ele é o maior inimigo, não tenho a menor dúvida. É o maestro
dessa sinfonia que ameaça o Estado Laico”, acusou Maju Giorgi, colunista do
portal iG. A psicóloga Marisa Lobo, colunista deste portal e uma das apoiadoras
do projeto proposto por João Campos – que previa a derrubada da proibição aos
psicólogos de atenderem homossexuais que procuram ajuda especializada para
abandonar a homossexualidade – foi colocada na lista negra dos ativistas “por
falar a favor da cura gay e viver oferecendo seus serviços para conversão de
homossexuais”, disse Roberta Salles, autora do blog “Dedilhadas”, voltado ao
público LGBT. O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em
Cristo (ADVEC), também não ficou de fora da lista: “[Ele] utiliza os horários
comprados em várias emissoras para demonizar o ativismo LGBT e pregar contra os
avanços e direitos dessa população, com opinião fortemente contrária à
aprovação do projeto de Lei Federal que pune a homofobia [...] Malafaia se
posiciona contra o casamento homoafetivo, embasado em dados pseudocientíficos e
altamente questionáveis. Um dos adversários mais perigosos pelo seu poder midiático
e formador de opinião”, ataca Julio Moreira. A jornalista Rachel Sheherazade,
âncora do SBT, foi indicada pelos ativistas LGBT por suas opiniões contrárias
aos excessos cometidos durante as manifestações dos ativistas gays: “Ela
transforma sua fé em opinião editorial e a leva a um telejornal. O que não
falta é maluco batendo palma pra ela na internet”, disse Rafael Puetter,
militante da agenda LGBT no Rio de Janeiro. “É uma cretina. Protestou na TV
contra o beijo gay das meninas no culto do Feliciano, dizendo que ‘liberdade de
expressão não é um direito ilimitado, não é salvo-conduto para o desrespeito’,
e ‘o beijo delas fere a moral pública’”, esbravejou a blogueira Roberta Salles.
A presidente Dilma Rousseff (PT) foi apontada na lista novamente, e dessa vez,
pelo mesmo motivo de anos anteriores: aos olhos dos ativistas gays, a
mandatária do Palácio do Planalto é omissa. “Indiquei a presidente por seu
silêncio e inércia eloquente em atitudes em prol dos direitos e da segurança da
população LGBT [...] Sem falar na absurda posição de não querer a votação do
PLC 122/06 antes da eleição de 2014, colocando assim sua aliança com
fundamentalistas e conservadores em prol de sua reeleição acima dos direitos
humanos da população LGBT”, afirmou Paulo Iotti, presidente do Grupo de
Advogados pela Diversidade Sexual (GADvS). A cantora Joelma Mendes, vocalista
da banda Calypso, foi inserida na lista negra dos ativistas gays por dizer
publicamente que se tivesse um filho homossexual, se esforçaria para fazê-lo
abandonar a prática. Demonstrando intolerância entre eles mesmos, os ativistas
colocaram o autor de novelas Aguinaldo Silva na lista por ter criado o
personagem Crô, que na novela Fina Estampa, era um homossexual mordomo de uma
madame. O personagem ganhou a afeição do público por seus trejeitos: “Histórico
militante das causas homossexuais do Brasil, ele [Aguinaldo Silva] criou um
personagem caricato, que resultou na ridicularização gratuita das pessoas gays.
Apoiando-se num pretenso bom humor, desconsiderou o papel perverso que piadas
mal intencionadas podem desempenhar num momento em que a luta pelos direitos
sexuais avançam no Brasil”, criticou Dimitri Sales. Por Tiago Chagas, para o
Gospel+
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