ARÁBIA SAUDITA APLICA LEI RELIGIOSA E DECAPITA MULHER SHARIA NÃO É DEFENDIDA APENAS PELO ESTADO ISLÂMICO
Um acontecimento no último dia 12
de janeiro dá fortes indícios que o Estado Islâmico não é o único movimento
muçulmano que defende a decapitação como forma de punição. Eles estão apenas
levando a cabo o cumprimento da sharia – leis religiosas muçulmanas. Um vídeo
ganhou as redes sociais e causou grande polêmica. A gravação mostra autoridades
da Arábia Saudita decapitando publicamente uma mulher na cidade de Meca, local
mais sagrado da religião islâmica. Laila Abdul Muttalib Basim, nascida em
Myanmar, mas que residia na Arábia Saudita, teve sua cabeça cortada com golpes
de espada após ter sido arrastada por quatro policiais pelas ruas. Ela era
acusada de ter violentado sexualmente e matado sua filha de sete anos. O vídeo
mostra a mulher gritando repetidas vezes “não matei, não matei” e pedindo
clemência. Um homem vestido de branco com uma espada ritual dá três golpes até
dividir a cabeça do restante do corpo. O ministro do Interior da Arábia Saudita
afirmou em comunicado que a sentença levava em conta a gravidade do crime.
Segundo ativistas de direitos humanos, a prática vem crescendo no país. Foram
78 decapitações em 2013; 87 em 2014 e neste ano já chagaram a sete apenas em
janeiro. Um dos principais fornecedores de petróleo do mundo e importante
parceiro comercial dos EUA, a Arábia Saudita geralmente não recebe o mesmo tipo
de acusações de violação de direitos quanto outros países árabes. Segundo a lei
vigente, vários crimes, incluindo homicídio, violação sexual, adultério ou
assalto à mão armada podem ser punidos com pena de morte. Os métodos mais
comuns, são a decapitação e o apedrejamento. Também há casos em que o culpado é
açoitado publicamente, como o caso recente do blogueiro Raif Badawi, sentenciado
a mil chicotadas e 10 anos de prisão por ter criado um site onde defende o
liberalismo, incluindo a diminuição da influencia da religião no país. Ele
receberá chicotadas publicamente todas as sextas-feiras – dia sagrado no Islã –
durante 18 meses, quando sua pena será completa. Na Arábia Saudita não existe
liberdade religiosa, as igrejas são proibidas e até mesmo carregar uma Bíblia é
considerado crime.
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