SOFRIMENTO MENTAL - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO - PASTOR BILLY GRAHAM
E. Stanley Jones nos conta a
história de um pastor que estava preparando uma série de dez sermões sobre o
tema "Como evitar um esgotamento nervoso". Antes que o seu trabalho
estivesse completo, ele mesmo teve um esgotamento. A pressão de tentar terminar
o trabalho dentro do prazo foi demais para ele. Todos nós experimentamos alguma forma de
ansiedade mental durante nossas vidas. O espectro do sofrimento mental é amplo.
Vai da preocupação de um jovem que vai conhecer uma pessoa apresentada por um
amigo, até o esgotamento nervoso do executivo de uma grande firma. Todos somos suscetíveis à depressão. Os
cristãos não fogem à regra. Elias, o
dinâmico e dedicado profeta de Deus, defendeu valente e eficazmente a causa de
Deus em confrontos aterradores com o paganismo. Elias subiu aos píncaros da fé
ao resistir às continuadas ameaças do malvado rei Acabe e de sua perversa
mulher, Jezabel (1 Reis 19). Porém, chegou a uma certa altura da vida em que
quis desistir completamente. Até mesmo as tarefas mais simples da vida
tornaram-se grandes demais para serem suportadas. "Já chega", disse
ele. "Agora, Senhor, tira-me a vida." Ele estava assoberbado por uma
combinação de exaustão e depressão. Deus não atendeu ao seu pedido, nem o
repreendeu. Deus sabia que Elias sofria de exaustão e depressão e deu a ele
aquilo de que precisava: sono e comida e a reafirmação de que não estava só.
Deus enxergou a raiz do problema de Elias; ele esgotara as suas reservas
físicas e mentais. Ele ultrapassara o seu ponto crítico. Alguém já disse:
"Muitos problemas são resolvidos por uma boa noite de sono." Porém,
os problemas que ainda permanecem conosco quando acordamos necessitam do toque
especial de Deus. Uma outra figura importante na história do cristianismo
sofreu de modo semelhante. No final de um ministério popular e florescente,
João Batista foi aprisionado por Herodes Ântipas, governador da Galiléia. João,
o homem do deserto com a sua amplidão e liberdade, e um pedaço de céu sem fim,
estava preso numa masmorra escura e úmida. Durante o tempo em que esteve preso, a fé de
João foi abalada até seus alicerces. Este era o mesmo João que dissera:
"Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo?" (João 1:29) O
que o fizera questionar? Ele compreendera quando alguns de seus discípulos o
abandonaram para seguir a Jesus. E então denunciara Herodes por estar vivendo
com a mulher do irmão e foi preso. É Mateus quem nos diz: "Como João no
cárcere tivesse ouvido falar das obras de Cristo, mandou pelos seus discípulos
perguntar-lhe: És tu aquele que há de vir, ou é outro o que devemos
esperar?" (Mateus 11:2,3) O que João ouvira contar? Que obras de Jesus?
Ouvira contar que Ele comera com os publicamos e os pecadores? Que Ele tivera
compaixão de uma mulher adúltera – o mesmo pecado de adultério que João
denunciara e que o levara à prisão? Ou ouvira contar de Seus milagres? Jesus
podia ter salvado João e não o salvou; nenhuma palavra de protesto se erguera
contra a gesto de Herodes; a prisão que não se abria – inexplicado. Talvez
fosse tudo isso combinado que fizera com que a fé de João fraquejasse. A
resposta de Nosso Senhor ao profeta aflito é notável. Depois de tranqüilizar
João quanto à sua identidade, Ele louvou tanto a João quanto ao seu ministério
(Mateus 11:1-11). Vance Havner fez a seguinte observação sobre este episódio:
"Enquanto João falava o pior sobre Jesus, Jesus falava o melhor sobre
João." As pessoas deprimidas precisam de reafirmação e encorajamento.
Jesus sabia disso e agia nesse sentido. Podemos aprender muito com o modo como
Deus tratou Elias e como Jesus tratou João Batista. Eles podem servir como
modelos para cuidarmos daqueles que sofrem de ansiedades mentais. As pessoas
aflitas precisam de uma mão suave e prestativa e de palavras de encorajamento.
Os cristãos são particularmente suscetíveis à exaustão que leva à depressão.
Com um sentido de dedicação a Deus que os inspira a trabalhar diligentemente
para o Seu reino, eles com freqüência empreendem tarefas imensas e ignoram os
sinais de advertência. Sem ninguém para ajudá-los e vendo que o serviço tem que
ser feito, eles se excedem no trabalho e acabam nas garras da depressão. Os que
desempenham os papéis de liderança cristã precisam estar alertas para tais
casos. Cada um de nós tem o seu conjunto
de capacidades e talentos único e dado por Deus – o seu potencial pessoal de
realização. Nem todos trabalhamos à mesma velocidade ou atingimos as mesmas
alturas. Deus não quer as pessoas competindo entre si. Ele quer que compitamos
contra nós mesmos – para aprender a trabalhar dentro de nossas capacidades
individuais. Jesus narrou uma parábola em que ensinou que chegará o dia em que
os feitos de cada cristão serão avaliados por Ele pessoalmente. Jesus explicou
que não julgaria um homem pelo que ele faz em comparação com os outros, mas sim
pelo que faz com as aptidões que Deus lhe deu. Deus nos deu a todos capacidades e potenciais
especiais e certas limitações. Que desenvolvamos as nossas capacidades e
lutemos para trabalhar em direção a nossos potenciais. Mas que aprendamos onde
fica o nosso ponto crítico. Às vezes é simplesmente uma questão de seguir em
frente, parar para um descanso e depois continuar. Uma máquina bem ajustada é que tem o seu
melhor desempenho. Uma vida cristã bem ajustada e equilibrada é que será a mais
produtiva para o reino de Deus.
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