BUDISTAS PROTESTAM CONTRA MIGRANTES MUÇULMANOS EM MIANMAR CENTENAS DE BUDISTAS NACIONALISTAS PROTESTARAM CONTRA A AJUDA DADA PELAS AUTORIDADES AOS MIGRANTES RESGATADOS NO GOLFO DE BENGALA
Centenas de budistas nacionalistas do estado
de Rakhine, em Mianmar, protestaram neste domingo (14) contra a ajuda dada
pelas autoridades aos migrantes resgatados no Golfo de Bengala. O estado de
Rakhine, um dos mais pobres de Mianmar, reflete as tensões neste país entre a
maioria budista e os muçulmanos rohingyas, uma das minorias mais perseguidas no
mundo, segundo a ONU. Cerca de 120 pessoas morreram em 2012 no conflito
interreligioso entre essas comunidades. A atual crise dos bengaleses e
rohinghyas que se lançam ao mar para escapar da pobreza ou perseguição
exacerbou ainda mais as tensões. Cerca de 500 pessoas – às quais se somaram
dezenas de monges – se reuniram neste domingo na capital regional Sittwe,
indicou por telefone à AFP uma testemunha, cujo relato foi confirmado pelos
organizadores da manifestação. Outras marchas de protesto aconteceram em
dezenas de cidades do estado. “Protestamos contra os bengaleses que foram
enviados para o estado de Rakhine”, disse Htay Aung. A maioria dos birmaneses,
incluindo o governo, usa o termo ‘bengaleses’ para designar os rohingyas, que
consideram como imigrantes da vizinha Bangladesh. Cerca de 4.500 migrantes
rohingyas ou bengaleses chegaram recentemente em países vizinhos mais ricos.
Segundo a ONU, cerca de 2.000 permanecem em barcos à deriva ou são mantidos
como reféns por traficantes de seres humanos. Devido à pressão internacional, a
marinha birmanesa juntou-se às operações de resgate e socorreu cerca de 900
imigrantes famintos, que foram trazidos para o estado de Rakhine. Um panfleto
distribuído entre os manifestantes domingo chama os manifestantes a “proteger o
futuro de Rakhine” contra os “Kalar”, um termo racista para os muçulmanos em
Mianmar.
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