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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

QUATRO PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA SE ENTENDER A BATALHA ESPIRITUAL - BATALHA ESPIRITUAL - AUGUSTUS NICODEMUS LOPES

As igrejas históricas do mundo todo têm sido desafiadas nestas últimas três décadas a dar respostas às ênfases de um movimento dentro das suas fileiras que ficou conhecido como "movimento d e ‘batalha espiritual’". O nome em si já sugere do que se trata: é um movimento cuja ênfase maior é na luta da Ig reja de Cristo contra Satanás e seus demônios, conflito este de natureza espiritual, quanto aos métodos, armas, estratégias e objetivos. Esse crescente interesse em círculos evangélicos por Satanás, dem ônios, espíritos malignos, e o misterioso mund o dos anjos, corresponde ao surto de misticismo atual, um interesse crescente no mundo nos dias de hoje pelos anjos maus e bons, e pelo oculto. Mas não somente no mund o, dentro da própria igreja cristã assistimos o crescimento vertiginoso da busca pelo miraculoso e sobrenatural, na esteira do neopentecostalismo. Por neopentecostalismo quero dizer aq ueles movimentos surgidos em décadas recentes, que são desdobramentos do pentecostalismo clássico do início do século, mas que abandonaram algumas de suas ênfases características e adquiriram marcas próprias, como ênfase em revelações diretas, curas, batalha espiritual, e particularmente uma maneira de encarar a realidade espiritual. Esse movimento é caracterizad o por um a leitura das Escrituras e da realidade sempre em termos da ação sobrenatural de Deus. Deus é percebido somente em termos de sua ação extraordinária. Assim, para o neopentecostal típico, Deus o guia na vida diária através de impulsos, sonhos, visões, palavras proféticas, e dá soluções aos seus prob lemas sempre de forma miraculosa, como libertações, livramentos, exorcismos e curas. A doutrina que caracteriza, mais que qualquer outra, as igrejas evangélicas no Brasil hoje, é a crença em milagres. É claro que não estou dizendo que crer em milagres seja errado. O queestou dizendo é que, na hora em que a crença em milagres contemporâneos e diários passa a ser a característica maior da igreja evangélica, algo está errado. A hermenêutica sobrenaturalista do neopentecostalismo representa um providência de Deus. Partindo das Escrituras, os reformados usam o termo providência para se referir à ação de Deus, pelo seu Espírito, ag indo no mundo através de pessoas e circunstâncias da vida para atingir seus propósitos. Esses meios não são intervenções miraculosas ou extraordinárias de Deus na vida humana, mas simplesmente meios naturais secundários. Os calvinistas reconhecem que Deus intervém miraculosamente neste mundo, mas sempre em regime de exceção. Normalmente, ele age através dos meios naturais. O neopentecostalismo, por enfatizar a ação sobrenatural e miraculosa de Deus no mundo (a qual não negamos, diga-se), acaba por negligenciar a importância da operação do Espírito Santo através de meios secundários e naturais. Essa neg ligência torna-se mais séria quando nos conscientizamos que o Espírito normalmente trabalha através de meios secundários e naturais para salvar os pecadores. Acredito não ser difícil de provar que a esmagadora maioria dos cristãos foram salvos através de meios naturais – como o testem unho de alguém, a leitura da Bíblia, a pregação da Palavra – e não através de intervenções miraculosas e extraordinárias, como foi a conversão de Paulo. Como resultado do sobrenaturalismo neopentecostal, as igrejas reformadas por ele afetadas tendem a considerar os meios naturais como sendo espiritualmente inferiores. Um bom exemp lo é a tendência de considerar o tom ar reméd ios como falta de fé por parte do crente adoentado. Um outro resultado é a diminuição d a pregação do Evangelho como meio de salvação dos pecadores, e a ênfase na realização de como meio evangelístico. Assim, a obra do Espírito na Igreja e no mundo através dos meios naturais secundários é negligenciada, com graves e perniciosos efeitos nas vidas dos que abraçam a cosmovisão neopentecostal. As conseqüências desta maneira de ver a realidade espiritual são sérias para a área do conflito da igreja contra as hostes das trevas, pois a concebe apenas em termos do sobrenatural, negligenciando o ensino bíblico de que Satanás procura atingir a Igreja de Cristo através da carne e do mundo – meios que não são necessariamente sobrenaturais. Conquanto devamos dar as boas vindas a todo e qualquer movimento na Igreja que venha nos ajud ar a melhor nos preparar para enfrentar os ataq ues das hostes malignas contra a Igreja, este movimento p olêmico tem trazido alg umas preocupações sérias a pastores, estudiosos e líderes evangélicos no mund o tod o, não somente das ig rejas evangélicas históricas, como até mesmo de ig rejas pentecostais clássicas.(1) Mesmo organizações internacionais, como o Comitê de Lausanne para Evangelização Mundial, têm expressado suas preocupações com os ensinos deste movimento, numa declaração do seu Grupo de Trabalho feita em 1993, em Londres.(2) Existem várias razões para essa preocupação. Uma delas é que o movimento, onde tem ganhado a adesão de pastores e comunidades, tem produzido um tipo de cristianismo em que a atividade satânica se tornou o centro e mesmo a razão de ser da existência destes ministérios e igrejas.Nestes casos, embora geralmente as doutrinas fundamentais da fé cristã não tenham sido negadas (há exceções), elas são, via de regra, relegadas a planosecundário, desaparecendo do ensino e da liturgia. O que resulta é um cristianismo distorcido, deformado, onde doutrinas como a salvação pela fé somente, mediante o sacrifício redentor, único e expiatório de Cristo. A doutrina da pessoa de Cristo, sua mediação e ofícios, e doutrinas como a da queda, da depravação do homem, d a santificação progressiva mediante os meios de graça, são negligenciadas. Não é que estas igrejas e os proponentes do movimento neguem necessariamente estes pontos; mas certamente não lhes dão a ênfase necessária e devidas, que recebem nas próprias Escrituras. O fato é que o movimento de "batalha espiritual" tem produzido o surgimento de novas igrejas (e mesmo denominações) cujo ministério principal é a expulsão de demônios e a "libertação" de crentes e descrentes da opressão demoníaca a todos os níveis (espiritual, moral e física, bem como geográfica, estrutural e social). Mas não som ente isto — as idéias e práticas difund idas pelo movimento tem se infiltrado nas ig rejas históricas, cativando muitos dos seus pastores, oficiais e membros. O objetivo desse capítulo é apresentar alguns princípios bíblicos pelos quais os evangélicos em geral, e presbiterianos em particular, poderão orientar sua com preensão acerca de tema tão atual e polêmico.

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