A REFORMA PROTESTANTE E EU! – PARTE FINAL
Como anunciamos ontem, a postagem de hoje, é a continuação da anterior. Referente às 5 principais doutrinas da Reforma Protestante Vimos na última postagem, quatro delas; Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia, e Sola Fides. Hoje falaremos sobre a última delas, a Soli Deo Glória, e após algumas observações, finalizaremos o assunto desta semana – A Reforma Protestante.
1. Soli Deo Gloria – “A Deus somente, a glória” – Uma vez que a Igreja conferia à si mesma o poder de perdoar pecados e de decidir tudo o que seria santo ou não, o lugar de Deus, era roubado. Lutero não se conformava em ver, nem a Igreja, nem os santos, os anjos, ou que fosse, tomando o lugar de supremacia pertencente a Deus. A glória da Igreja Romana era expressa também no luxo dos templos, das vestes e em toda luxúria desfrutada pelo clero. Em sua visita a Roma, Lutero foi tristemente surpreendido ao enxergar esta realidade.
Soli Deo Glória, hoje?
Se analisarmos todas as conclusões citadas acima com relação à atualidade, perceberemos que pouco precisamos comentar aqui. A autoridade extra-bíblica, o abandono da importância devida ao ato expiatório de Cristo, a venda das “indulgências gospel”, e a ânsia pelo glamour, vão exatamente contra o Soli Deo Gloria. Pois uma vez que Cristo deixa de ser o centro, o glorioso nome de Deus deixa de ser exaltado, e a glória, é transferida ao próprio homem!
O que vemos hoje são pessoas correndo atrás dos grandes nomes buscando desesperadamente por suas bênçãos. Homens se apresentando como o “bom pastor que dá a vida por suas ovelhas” (propaganda de um programa de TV evangélico). Homens que se consideram poderosos e exclusivos eu seu poder. A Glória à Deus, na prática, não faz parte de muitas igrejas cristãs protestantes hoje.
Clamor aos Protestantes
Graças à Deus, que sempre preserva a sua Verdade, mesmo em meio às distorções que acabamos de ler, podemos encontrar muitas pessoas e igrejas, sinceras, que assim como Lutero e os outros reformadores, não se conformam com o que foi feito do “evangelho”.
Mediante ao clamor de nosso coração pelo retorno da verdade, cabe a cada um de nós, sondarmos nossas vidas, analisarmos se temos hoje, condições para nos colocarmos contra determinadas situações. Infelizmente, o fato de não se conformar com a realidade apenas, não gera mudanças.
Decisões certas que provocam reações positivas à sociedade, em nosso contexto, só podem obter o sucesso quando buscadas por pessoas que tem uma vida de comprometimento com Deus, e para isso, precisamos colocar em prática, e de forma pessoal, nossas raízes protestantes.
Não apenas conhecer de forma teórica as 5 principais doutrinas da mesma, como acabamos de fazer, mas tornar a Sola Escriptura, uma verdade em nossa vida, aceitando a autoridade máxima da Palavra e nos submetendo a ela. Para isto é preciso gastar tempo com ela, se rendendo à seus princípios. Encarar a Sola Gratia e a Sola Fides como a única verdade a respeito da forma em que se obtém a salvação, deixando de lado todo esforço próprio, toda busca por merecimento da mesma. Crer que tudo “já foi consumado”, e isto só foi possível unicamente através de Cristo (Solus Christus), e que nada, em absoluto pode ser somado a Seu ato, nem simples costumes ou bem intencionadas tradições. Nada pode mudá-lo. Nada pode melhorar, pois ele já está completo, e o foi feito de forma PERFEITA!
Quando analisamos estes princípios (doutrinas), percebemos que eles se completam, e que todos juntos, dão destaque principal a um deles: A Deus Somente a Glória (Soli Deo Gloria). E este, deve ser o desejo que nos motiva a viver. Fomos feitos para glorificar o nome santo de Deus, e por isto devemos honrá-lo e odiar tudo que o desonra e tenta tomar seu lugar em nossa vida.
Quando colocamos em prática os princípios citados acima, estamos preparados e fortalecidos contra as falsas doutrinas de nosso meio e contra o nosso próprio e enganoso coração.
Protestante, Eu?
“Protestantes”, “crentes”, “evangélicos”. No princípio da primeira matéria, foi questionado se realmente somos ou podemos ser chamados “protestantes”. Teologicamente, se aprofundarmos nosso estudo sobre as doutrinas e história da Reforma, veremos que depois da manifestação protestante, outras vertentes foram se formando a partir do novo conceito. Rumos diferentes foram sendo tomados pelos “novos cristãos”, e a doutrina Reformada passou por alterações, umas boas, outras não. Enfim, a maioria das igrejas “evangélicas” hoje, são frutos destas ramificações e sem dúvida alguma, passaram por muitas outras mudanças até os dias de hoje (e continuam passando). O próprio Martinho Lutero, quando mais amadurecido na Fé Protestante, mudou alguns detalhes de seus conceitos (sobre isto, vale lembrar que quando ele começou seu papel na Reforma, ele era um monge, então, mesmo que com as doutrinas bíblicas principais ele tenha sido radical, algumas outras, que talvez até possam ser entendidas como secundárias, ainda recebiam influência teológica do contexto Católico). Ainda com todas as alterações doutrinárias ocorridas, existem igrejas em nossos dias, que se mantém firmes às antigas doutrinas, são estas, também conhecidas como “reformadas”.
Mesmo que teologicamente seja incorreto afirmar que todos os “crentes” e “evangélicos” são protestantes, a verdade é que o princípio de nossas igrejas, teve sua atividade e liberdade de expressão a partir da mudança histórica que chamamos de “Reforma Protestante”. Assim sendo, que esteja em nosso coração os grandes ideais do “protesto” de Martinho Lutero. O de pregar a graça de Deus de forma completa, verdadeira (bíblica), e, a todos os povos. O de lutarmos pela conservação da mesma e vivermos de forma em que a Glória de Deus seja vista em nós. E o de nunca aceitarmos que homem algum tente tomar para si, a glória que só é devida a Ele!
Todas as coisas, e isso inclui a salvação, visam a glória de Deus, não o bem estar dos homens!
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”(Rm 11.36)
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