FENÔMENO MERAMENTE PSICANALÍTICO? POR QUE CAEM OS VALENTES – PASTOR JOSÉ GONÇALVES
Estávamos em um culto no ano de 1983, eu era um novo con¬vertido, mas consigo ainda lembrar com precisão da mensagem pregada naquele domingo. J. Figueroa,1 um pregador pentecostal, era conhecido por sua eloqüência e poderosa voz profética. Ele fora convidado naquele dia para ser o preletor em nossa igreja. O pequeno templo estava superlotado, todos procuravam uma melhor acomodação para ouvir a Palavra de Deus. A fama de ser um grande pregador do evangelho fazia a multidão esperar com expectativa o momento da preleção daquele irmão. Naquela noi¬te, ele inspirara-se na visão do vale de ossos secos para falar do poder restaurador de Deus (Ez 37.1-14). Com uma unção incomum e um carisma contagiante, discorreu sobre o seu tema. Até então, não conhecia ninguém que pregasse com tanta clare¬za, eloqüência e conhecimento bíblico como aquele amado pas¬tor. As lágrimas corriam copiosamente na face dos presentes. Dezenas de pessoas aglomeravam-se em frente ao altar para emendar os seus caminhos, muitas outras entregaram suas vidas ao Senhor Jesus.
Depois daquele dia, tive o privilégio de ouvir aquele irmão outras vezes. Acontecia sempre a mesma coisa: conversões, reconciliações e um forte sentimento da presença de Deus quando ele pregava. O seu nome tornou-se uma celebridade entre os pentecostais de meu estado, todos gostariam de solicitá-lo como preletor de seus congressos e cruzadas. A sua igreja, mais do que as outras, promovia freqüentemente eventos de natureza evan-gélica. Certo dia, no verão de 1984, eu, meu irmão e um primo fomos participar de um evento promovido pela igreja daquele obreiro. Foi ali que conhecemos Madalena, uma jovem simpáti¬ca, mas sem muita beleza física. Ela era membro da igreja de J. Figueroa. Naquele culto, como era costume acontecer, J. Figueroa pregou com uma unção assoberbante.
Os anos passaram e por diversas oportunidades tive o privilé¬gio de ouvir J. Figueroa pregando. Certo dia, ao chegar no templo onde me congregava, observei que um grupo de irmãos conversa¬va reservadamente. Pelo baixo tom de voz deduzi que o assunto era sigiloso. Ao me aproximar mais um pouco, ouvi a frase que gostaria de jamais ter ouvido na minha vida: J. Figueroa caiu em adultério com a Madalena. Fiquei estupefato ouvindo aquele irmão ainda com sua voz embargada continuar o seu relato. Aquele ir¬mão continuou a sua narrativa dizendo que J. Figueroa envolveu-se com Madalena quando a aconselhava em seu gabinete pastoral.
Muitas vezes ouvimos relatos como este, não é novidade para ninguém. Mas o que leva um obreiro tão bem-sucedido em seu ministério a jogar tudo fora para desfrutar de uma aventura se-xual? Por que alguém estaria disposto a destruir não somente a sua vida, mas também a sua família? A última vez que tive notí¬cias de J. Figueroa, ele havia abandonado a sua família para jun¬tar-se a uma outra mulher, que não era a Madalena. Segundo um amigo que o conhece de perto, a vida daquele ex-obreiro tornou-se um verdadeiro inferno. Por quê?
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