FALSIDADE - SATANISMO NA IGREJA – PASTOR JORGE LINHARES
"Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde esta¬va Lázaro, a quem ele ressusci¬tara dentre os mortos.
"Deram-lhe, pois, ali, uma ceia;
"Marta servia, sendo Lázaro um dos que estavam com ele à mesa.
"Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Je¬sus e os enxugou com os seus ca¬belos;
"e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo.
"Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, o que estava para traí-lo, disse:
"Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?
"Isto disse ele, não porque ti¬vesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bol¬sa, tirava o que nela se lançava.
"Jesus, entretanto, disse:
"Deixa-a! Que ela guarde isto para o dia em que me embalsamarem;
"porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes." (João 12.1-8.)
Uma das características do satanista é a falsidade. Ele abraça as pes¬soas, demonstra interesse por elas, fala palavras doces e amáveis, con¬quistando, assim, a confiança delas. Ele aparenta ser extremamente amo¬roso, preocupado com os irmãos; e assim engana a igreja.
"Só pensam em derribá-lo da sua dignidade; na mentira se comprazem; de boca bendizem, porém no interior maldizem." (Sal¬mos 62.4.)
"A sua boca era mais macia que a manteiga, porém no coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas." (Salmos 55.21.)
Judas andava com Jesus. Partici¬pava de tudo que os outros apósto¬los faziam. Ele se preocupava com as necessidades dos outros, aparen¬tando um cuidado com os pobres e necessitados.
Mas era tudo falsidade. Uma falsa aparência de amor.
Certa vez, uma mulher quis dar ura presente para Jesus. Era algo muito caro. Ela o ungiu com bálsamo de nardo puro, muito precio¬so. Judas, então, faz um comentá¬rio:
"Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres?" (Jo 12.5.)
Eu imagino como Jesus deve ter se sentido quando, ao receber o pre¬sente daquela mulher, ouviu essa ob¬servação de Judas.
Guardando as devidas propor¬ções, seria como se a igreja, na oca¬sião do meu aniversário, me presen¬teasse com um terno, ou até mesmo um carro.
Muitas igrejas fazem isso: presen¬teiam o pastor com um carro. Afinal de contas, esse carro vai acabar sen¬do utilizado na obra mesmo. Nós, os pastores, não pensamos em outra coisa, a não ser na igreja e na obra que temos a realizar. Acabamos usando o nosso carro a serviço da igreja.
Quando estávamos construindo a igreja, eu tinha uma Panorama. Che¬guei a carregar dezesseis pessoas nela. A ardósia para a construção da igreja foi toda carregada num Fiat 147 que eu possuía na época.
Sempre que eu vou fazer alguma negociação para a igreja, ofereço meus bens pessoais: o carro, algum terreno ou lote. Tudo o que é meu, considero como propriedade da igreja.
Então, imaginemos que a igreja resolve dar-me um carro de presen¬te. Promovem uma festa no meu ani¬versário e me entregam as chaves do carro. Então, na hora que estou recebendo as chaves, um irmão pede a palavra, vai até ao microfone e diz:
"Foi muito bom dar esse presente para o pastor, mas seria melhor usar esse dinheiro para dar aos pobres. Esse dinheiro daria para comprar milhares de cestas básicas."
Imaginem como eu me sentiria. A alegria proporcionada pela festa e pela gratidão e reconhecimento da igreja daria lugar à tristeza.
Jesus sabia que o interesse de Judas pelos pobres era fingido. Era falsidade. Por isso ele disse:
“Judas, o que esta mulher está fa¬zendo hoje é muito importante. Nes¬te mundo os pobres sempre existi¬rão. Quanto a mim... Deixe-a fazer isso."
Judas era um satanista, infiltrado entre os apóstolos. Ela abraçava Je¬sus, mas tramava traí-lo.
"Falava ele ainda, quando che¬gou uma multidão;
"e um dos doze, o chamado Judas, que vinha à frente deles, aproximou-se de Jesus para o beijar.
"Jesus, porém, lhe disse:
"Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?" (Lucas 22.47, 48.)
Judas traiu a Jesus, usando de falsidade.
"Porque as nossas transgressões se multiplicam perante ti, e os nossos pecados testificam con¬tra nós;
"porque as nossas transgres¬sões estão conosco, e conhecemos as nossas iniqüidades,
"como o prevaricar, o mentir contra o Senhor, o retirarmo-nos do nosso Deus, o pregar opressão e rebeldia, o conceber e profe¬rir do coração palavras de fal¬sidade." (Isaías 59.12,13 - grifo do autor.)
"Mas nos profetas de Jerusa¬lém vejo coisa horrenda;
"cometem adultérios, andam com falsidade e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam cada um da sua maldade;
"todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os mora¬dores de Jerusalém, como Gomorra." (Jeremias 23.14 - grifo do autor.)
Para o Senhor, a falsidade é abominação.
"Tu destróis os que proferem mentira; o Senhor abomina ao sanguinário e ao fraudulento." (Salmos 5.6.)
As palavras mentirosas causam destruição. Por isso, o satanista usa tanto essa arma. Com ela, ele causa divisões na igreja e arruína ministé¬rios.
Por isso, temos de estar vigilantes e não aceitar o "jogo" do satanista. Se alguém chegar perto de você, fa¬lando mal da igreja, colocando defei¬tos nos irmãos e criticando o pastor, oriente-o a procurar o pastor. É qua¬se certo que ele responderá:
"Ele não tem tempo para ouvir os membros da igreja, pois é muito ocu¬pado."
Temos de pedir ao Senhor sabe¬doria para discernirmos o homem que usa de falsidade, pois a intenção dele é a destruição da igreja.
"Livra-me e salva-me do poder de estranhos, cuja boca pro-fere mentiras, e cuja direita é direita de falsidade." (Salmos 144.11.)
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