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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

A IGREJA DO SENHOR E A JUSTIÇA SECULAR - PR. ANTONIO GILBERTO TEÓLOGO, ESCRITOR E CONSULTOR DOUTRINÁRIO DA CPAD

Neste artigo vamos considerar o cristão principalmente como servo do Senhor e membro da família de Deus, a Igreja; mas também como cidadão. Como fundamento bíblico do assunto vamos tomar o capítulo 6 de 1ª Coríntios na sua primeira parte. No capítulo supracitado, a Bíblia relata com censura que os crentes da igreja em Corinto estavam a levar uns aos outros à justiça secular, em vez de recorrerem à igreja para solução de suas reclamações e pendências. Hoje, o secularismo, pestilento como é, infiltra-se cada vez mais dentro da Igreja, afetando todas as suas áreas, principalmente o culto, o ministério, a administração eclesiástica, educandários teológicos e a página impressa. Isso condiz com as profecias bíblicas sobre o fim dos tempos, que precede a volta do Senhor, como no capítulo 3 de 2ª Timóteo, e ao mesmo tempo move-nos a clamar a Deus por um avivamento divino, real, poderoso, soberano e irresistível. Não que um avivamento neutralize de vez querelas, queixas, alegações, disputas e “oposição” entre os crentes, mas com certeza reduz tudo isso a níveis mínimos. Só na glória celestial a Igreja ficará livre dos “semeadores de contendas entre irmãos” (Provérbios 6.19). Da Igreja de Corinto para Cá A igreja em Corinto sofreu de retardo no seu desenvolvimento espiritual. A Bíblia não esconde o fato que isso deveu-se à carnalidade naquela igreja, como relata 1ª Coríntios 3.14. Esse infortúnio de serem carnais muito os impulsionou a recorrerem à justiça secular, irmão contra irmão, como fazia o povo incrédulo daquela região. Quando um cristão (cristão nominal não é o caso aqui; estamos a falar de cristão mesmo) discorda de outro e chega ao ponto de litígio, nunca deve recorrer à justiça secular em busca de solução. Como povo salvo e servos do Senhor, temos a assistência do Espírito que em nós habita e que nos dá sabedoria do alto; temos a mente de Cristo, que nos esclarece como proceder nesses casos; temos a Palavra de Deus, a verdade divina revelada, que nos ensina em tudo, e temos a congregação do Senhor, cujos dirigentes cuidam do rebanho, inclusive da assistência pastoral em assuntos como o do presente artigo. Leia os exemplos em Êxodo 18 e Mateus 18. Quando um crente leva outro crente, ou a sua própria congregação à justiça temporal para desagravo de ofensas, disputas, prejuízos, e deste modo fazer valer seus direitos humanos, faz com que os descrentes, estranhos à igreja, vejam nela primeiramente seus problemas, e não seu santo propósito primordial que é pregar o Evangelho e ser a luz do mundo e sal da Terra. Quando alguém na igreja acha-se prejudicado por outrem, pode com facilidade ser levado a recorrer ao juízo secular. Nessas ocasiões é fácil esquecer que nossos próprios pecados, defeitos, falhas e erros são tantos que se Deus nos julgasse como nós de fato merecemos, nenhum de nós estaria aqui para contar a história. É que temos um poderoso Salvador e sacerdote eterno – nosso Senhor Jesus Cristo, que nos salva, nos guarda e intercede por nós perante a face do Pai. Leia Esdras 9.15; Salmo 103.10; Isaías 64.6; Mateus 18.23-35, principalmente o versículo 33 e João 8.7. O Assunto Passo a Passo na Bíblia É apenas um caso bíblico que vamos considerar: o de 1 Coríntios 6, em resumo. Versículo 1 – O juízo ou tribunal secular aparece aqui relacionado ao termo “injustos”, visto não conhecer nem reconhecer a justiça de Deus, como revelada na Escritura quando corretamente interpretada. Ante a suprema magnitude do Justo Juiz “de toda a terra”, Deus, com o qual habita a justiça (Jeremias 50.7), qualquer foro humano, terreno, secular, é falho e injusto. O ponto aqui em evidência não é a justiça de Deus em Cristo para salvar o pecador. E a justiça, aretidão absoluta como atributo do caráter de Deus. Uma gritante aberração estava a ocorrer entre os crentes de Corinto, declarados “santos”. Recorriam a tribunais temporais para resolverem pendências religiosas. Uma contradição. Os “santos” do Senhor que logo mais, sob Cristo, julgarão o mundo e mesmo os anjos (versículos 2-3), hoje recorrem ao mundo para dirimirem assuntos da fé. A Bíblia não oculta o fato de que um crente pode vir a ter desavença com outro crente, mas também deixa claro ser isso uma grave falha (“é já realmente uma falha entre vós” v.7). Na versão ARA o versículo 7 está traduzido com mais clareza; onde “realmente” é “completa derrota”. Isto é o fato de recorrerem a tribunais seculares é de início uma derrota; uma perda de causa. Versículo 2 – Aqui o povo do Senhor é mais uma vez chamado “santos”; isto é, separado do mundo para pertencer somente a Deus e também servi-lo. As ações legais movidas na justiça deste mundo entre os servos de Deus, mesmo nos tribunais de maior peso, renome e alcance, por serem coisas deste mundo e desta vida, têm peso nulo quando comparadas às coisas que os santos hão de julgar no mundo futuro. Portanto, enquanto a Igreja do Senhor estiver neste mundo, a congregação local deve ter condições de cuidar de litígios e contendas que neste tempo presente venham surgir entre aqueles dados a isso, o que é muito vergonhoso (versículo 5). Versículo 5 – Aqui, o povo do Senhor é chamado “irmãos”, “irmãos em Cristo”, os “domésticos da fé” (Gálatas 6.10). A Igreja enquanto neste mundo é a nossa casa espiritual (1Pedro 2.5). Uma imensa família sagrada em que deve haver união no sentido mais completo possível, cooperação entre todos os seus membros, tarefas compartilhadas, submissão ao dono da casa, zelo pela casa que os abriga, e também disciplina amorosa, tanto preventiva como corretiva quando necessária. “Toda casa dividida contra si mesma não subsistirá”. Estes primeiros cinco versículos, cada um constitui uma pergunta na devida ordem de importância. A pergunta do versículo 5 consiste de duas partes. “Não há pois, entre vós, sábios?” Os irmãos aí, da igreja em Corinto não falam tanto em sabedoria e ciência? Leia 1.22; 2.1 e 3.18-19. Não são os irmãos daí, os maiores em espiritualidade e nos dons espirituais, inclusive os de sabedoria e ciência ou conhecimento, e não há nessa igreja ninguém capaz de arbitrar, apaziguar os briguentos, e julgar à luz da Palavra de Deus os casos de disputas dessa igreja? Ocorre hoje algo semelhante em nossa igreja. Estamos repletos de obreiros, homens e mulheres praticamente todos diplomados, letrados, aprovados, formados, laureados, graduados e nada de solução da parte deles para as questiúnculas que surgem aqui e acolá na igreja, nas assembleias gerais, nas diretorias, nas comissões, nas assembleias convencionais, e então vamos para o juízo temporal para que os tribunais estatais, alheios aos princípios bíblicos, como se os casos a serem arbitrados fossem seculares ou profanos. A segunda parte da pergunta: “Não há entre vós nem mesmo um que possa julgar entre os irmãos?” Os irmãos aí, da igreja de Corinto, não falam tanto em poder, autoridade, milagres e prodígios, e não há entre vós ninguém que possa liderar em matéria de administração eclesiástica; antes, vão aos tribunais seculares, alheios à igreja de Deus? Sim, casos semelhantes estão a ocorrer entre nós, em nossos dias, atestando o que é carnalidade e homocentrismo, como em Corinto, e segundo as profecias de 2Timóteo 3.1 e versículos seguintes. Versículo 6 – O que vemos aqui neste versículo é irmão contra irmão em tribunais comuns, como se a Igreja de Deus fosse uma empresa secular, um clube, um sindicato, uma outra entida­de humana, e não “a igreja do Deus vivo”. Possivelmente, logo mais, mui­tos estatutos por aí terão trechos assim: “Pareceu bem a nós e ao Tribunal de Justiça que a igreja…”, em vez de: “Pa­receu bem ao Espírito Santo e a nós…”, At 15.28. A Bíblia diz “a lei é boa se alguém usa dela legitimamente”, mas no caso aqui em consideração não há uso legítimo da lei, biblicamente falando, pois emerge em primeiro plano não o ato tido como gerador da ação judicial, mas os motivos no coração do agente. Nessa grandiosa manifestação da multiforme graça manifesta de Deus, pôr exemplo, homicida não é tão-somente que mata o próximo, mas quem o odeia no seu coração, posto que o ódio é a semente da qual brota o ato do homicídio. Leia 1João 3.15 e 1Coríntios 4.5b. Observações finais À luz dos ensinos bíblicos, o inverso da injustiça cometida ou recebida não é justiça feita. Qualquer crente estudioso e amante as Sagradas Letras conhece a pronta resposta, pelo conteúdo da Palavra de Deus e pelos exemplos práticos do testemunho cristão na igreja e também fora dela. Laodicéia, a última das sete igrejas do Apocalipse (capítulos 2 e 3) sem dúvida representa nestes tempos do fim, profeticamente a igreja morna, paralela à despertada Filadélfia. “Laodicéia”, numa tradução livre, à parte dos meandros da gramática original, quer dizer “direitos humanos”, hoje, a palavra da ordem do dia em toda a parte do mundo, e que se alinhou à Igreja. Não são muitos hoje os que realmente se preocupam por amor, com direitos de Cristo sobre a Terra, sobre a Igreja, sobre a criação, sobre o povo, sobre cada um de nós como indivíduos e servos seus, e sobre tudo o que existe. Leia Romanos 11.36.

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