PODER PARA FALAR DE CRISTO COM INTREPIDEZ - PENTECOSTE O FOGO QUE NÃO SE APAGA – PASTOR HERNANDES DIAS LOPES
No livro de Atos, sempre que os apóstolos e demais crentes eram cheios do Espírito, pregavam o Evangelho com intrepidez. Eles bus¬cavam poder não para impressionar as pessoas com milagres, mas Para pregar a Palavra com unção. Em Atos 1.8, eles receberiam poder para testemunhar. Em Atos 2.4,11, ao serem cheios, começaram a falar e falar das grandezas de Deus. Em Atos 2.14, ao ser cheio do Espírito, Pedro levantou-se para pregar, e seu poderoso sermão cristocêntrico produziu tamanho impacto na multidão que o ouvia, que quase 3 mil pessoas se converteram (At 2.41). Em Atos 4.8, Pedro novamente é cheio do Espírito e abre a boca para falar de Jesus às autoridades religiosas de Jerusalém. Em Atos 4.29-31, a igreja está orando pedindo intrepidez em face da perseguição; o local da reunião tremeu pelo poder de Deus, e todos ficaram cheios do Espírito e, com intrepidez, anunciavam a Palavra do Senhor. Atos 6.8-10 fala de Es¬têvão, o diácono cheio do Espírito (At 6.5), sendo revestido com ta¬manha capacitação de graça e poder, que os seus opositores não podi¬am sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. De im¬proviso ele pregou o sermão com a maior quantidade de citações bíblicas registrado nas Escrituras. Seus inimigos, cheios de ódio, o apedrejaram, mas não puderam emudecer o poder da sua pregação, que até hoje nos inspira e nos motiva. Atos 9.17-22 fala da cura e do batismo de Saulo de Tarso que, tão logo ficou cheio do Espírito, co¬meçou a pregar Jesus Cristo. Antes do Pentecoste, os apóstolos esta¬vam trancados por medo, depois ficaram presos por falta de medo, pois não podiam deixar de falar das coisas que viram e ouviram.
Sem poder não há pregação. Esse é o testemunho do apóstolo Paulo à igreja de Tessalônica: "Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas sobretudo em poder, no Espírito Santo e em plena convicção..." (I Ts 1.5). De igual forma, o apóstolo fala à igreja de Corinto: "A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demons¬tração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus" (I Co 2.4-5). Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, passou 40 dias com os discípulos falando sobre o Reino de Deus, e o Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder (I Co 4.20). Foi esse sentimento que levou Billy Graham, o maior evangelista deste século, a dizer: "Se Deus tirar a sua mão da minha vida, estes lábios se tornarão lábios de barro".
Depois de anos de trabalho missionário, John Wesley era ape¬nas um cristão nominal. Converteu-se em 24 de maio de 1738 num culto dos morávios na Aldersgate Street, em Londres. Nesse mesmo ano, desejou uma experiência mais profunda com Deus. No dia 1° de janeiro de 1738, ele, seu irmão Charles Wesley e George Whitefield, mais 60 irmãos, continuaram em oração até às três horas da madruga¬da. Quando o Espírito Santo foi derramado de forma poderosa, eles foram usados para sacudir a Inglaterra e tirar a igreja das cinzas. John Wesley viveu 52 anos depois desse revestimento de poder. A partir daquele dia, pregou para grandes multidões, nas minas de carvão, nas praças e em todos os lugares onde o povo se ajuntava para ouvi-lo. Morreu em 2 de março de 1791, mas sua vida e seu exemplo inspiram o povo de Deus até hoje.
Antes de sua ordenação, George Whitefield jejuou e orou por dois dias. No seu primeiro sermão, 15 pessoas foram podero-samente convencidas de pecado e convertidas. Este gigante da pre-gação ao ar livre pregou durante 35 anos, de três a cinco vezes por dia para auditórios de 2 mil a 20 mil pessoas. Muitas vezes, caval-gando pelas estradas empoeiradas da Inglaterra, montado em seu cavalo, era tomado por grandes comoções. As torrentes do céu caíam abundantemente sobre ele. O orvalho celestial molhava a sua alma com unção renovada. O poder do Espírito o inundava, e o povo afluía para ouvi-lo com sofreguidão onde quer que ele che-gasse.
Dwight Moody já havia sido usado grandemente em Chicago. Duas mulheres da Igreja Metodista Livre oravam fielmente por ele. No final do culto disseram-lhe: "Estamos orando por você". Intriga-do, ele respondeu: "Por que vocês não oram pelo povo?". Elas então o fitaram e disseram: "Porque o senhor precisa de poder". Dias de-pois, o Espírito Santo desceu sobre Moody com poder em Wall Street, New York. A essas alturas, Moody já estava pedindo a Deus todos os dias para que o enchesse de poder. Depois que Deus derramou seu Espírito e Moody experimentou essa efusão de poder, ele disse: "Eu não voltaria ao lugar em que estava há quatro anos, por todo o dinhei¬ro do mundo".
Mais do que nunca, estamos precisando de um Pentecoste Para revitalizar a pregação nos nossos púlpitos. Há púlpitos que estão dando não o pão do céu ao povo, mas um caldo venenoso e mortífero. Há pastores pregando outro evangelho, ensinando ao povo doutrinas de homens, mercadejando a Palavra e sonegando às almas o santo Evangelho de Cristo. Há outros púlpitos que são verdadeiras cátedras de erudição, mas anunciam ao povo apenas sabedoria humana. Alguns púlpitos têm-se transformado em bal-cões de negócio, onde pregadores inescrupulosos vendem e barga-nham as bênçãos de Deus e escondem do povo o Evangelho da graça. Há também púlpitos que pregam a sã doutrina, a ortodoxia bíblica, mas sem o óleo da unção. São púlpitos secos, cujas men-sagens são áridas. Os pregadores parecem postes doutrinários, ca-rentes da seiva da vida.
Se não houver unção no púlpito, haverá morte nos bancos. Sem pregação ungida, os mortos espirituais não ressuscitarão. Sermões sem unção alimentam a mente, mas não tocam o coração. Lançam luz à cabeça, mas não ateiam fogo ao coração. Não estamos necessitados de grandes homens no púlpito, mas precisamos de homens de Deus. Não estamos necessitados de grandes sermões, mas de mensagens cheias do azeite do Espírito. Não estamos precisando de erudição, mas de unção. Quando o Espírito é derramado, até mesmo homens rudes como os pescadores da Galiléia transtornam o mundo e atraem multidões aos pés de Jesus.
Hoje gastamos mais tempo preocupados em preparar a men-sagem, fazer pesquisas, ler comentários e buscar a exegese para os termos a partir das línguas originais. Tudo isso é muito importante. Mas não pode parar aí. Deus não unge estruturas literárias. Deus não unge simplesmente a mensagem, mas sobretudo o pregador. Jonathan Edwards pregou um tremendo sermão sobre o tema "Pe-cadores nas Mãos de um Deus Irado". Cerca de 500 pessoas sofre-ram tal impacto com a mensagem, que gemiam, choravam e grita-vam, agarradas aos bancos e pilares do templo, tomadas de profun¬da convicção do pecado. Esse mesmo sermão está impresso. Pode¬ríamos pregá-lo literalmente, e os resultados seriam bem outros. A unção não estava na mensagem, mas no mensageiro. O método de Deus é o homem. Deus unge homens, e não métodos. Precisamos, portanto, do poder do Espírito Santo para pregar a Palavra com po¬der e intrepidez.
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