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MINISTÉRIO EM DEFESA DA FÉ APOSTÓLICA


PASTOR SERGIO LOURENÇO JUNIOR - REGISTRO CONSELHO DE PASTORES - CPESP - 2419

CONFIANDO NA DIVINA PROVIDÊNCIA EIS A NOSSA PROFUNDA DIFICULDADE

O Senhor Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua descendência darei esta terra; ele enviará o seu anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho. Gênesis 24:7 Sem dúvida alguma, é mau todo o desígnio do coração do homem, e a raiz disso é o pecado. Sabemos disso, e conhecemos as manifestações do pecado, basta olhar para a situação do homem, para constatar essa realidade; morte, inveja, ganância, lascívia, promiscuidade e inúmeros outros comportamentos que tem como ancoradouro, a falta de conformidade com a lei de Deus. Todavia, sendo o efeito do pecado tão profundo quanto é, as implicações da ação dele na vida do homem vão além das atitudes externalizadas que constantemente fazemos, mas o pecado se alastra a cada momento mais para dentro de nosso coração, provocando diversos sentimentos e pensamentos que nos colocam em inimizade contra Deus, um desses é a desconfiança na providência divina. Durante todo este capítulo, embora muitos personagens apareçam e diversos diálogos se realizem, o personagem principal, está por trás de todo o desenrolar da história. Conhecemos bem essa narrativa, e costumeiramente a usamos para momentos onde as questões matrimoniais estão em vigor, e com isso, deixamos de perceber o significado central de um texto tão rico. Abraão foi libertado por Deus de uma vida de idolatria e paganismo na terra onde nascera. Tendo sido chamado pelo SENHOR para viver numa terra estranha, Abraão teve de usar a única coisa que estava em seu coração para se dispor a isso, a confiança em um Deus até então desconhecido. Isso vai de encontro a tudo que se passa no coração do homem, e com Abraão não era diferente. Por que ele sairia da terra onde fora criado? terra essa que lhe era totalmente familiar; seu povo, sua cultura, a princípio isso não fazia o menor sentido. Abraão tinha tudo para rejeitar o chamado, e confiar em seus braços para seu próprio sustento. Todavia ele prefere ir. Prefere confiar no Deus que o chamou, pois diferentemente dos deuses que seu povo cultuava, o SENHOR falou com ele, se comunicou verdadeiramente com ele, e isso era motivo mais do que suficiente para que Abraão confiasse no chamado, e saísse de sua zona de conforto. Agora já velho, ele quer que seu filho se case, que seja bem sucedido diante do SENHOR, que tenha uma vida longa e feliz. Abraão era de fato um homem de muitas posses, os textos que narram sua história não nos deixam dúvidas quanto a isso, mas o coração de Abraão olha para um outro fator na hora de providenciar que seu filho seja feliz. Ele poderia com facilidade conseguir um casamento para Isaque, com moças da terra onde ele habitava. Por ser um homem rico, se relacionar com outros homens influentes da região não seria dificuldade, e com certeza, candidatas ao seu filho não faltariam. Mulheres belas, com bons dotes, de famílias importantes, Abraão estava humanamente bem assistido quanto às possibilidades. Mas o coração do servo de Deus não se prendera a isso na hora de desenvolver os requisitos necessários para que uma mulher pudesse casar com o filho da promessa. A despeito de toda a regalia que sua riqueza proporcionava, e da oportunidade relacional que dispunha na vizinhança, Abraão olha para o seu coração, e vê que o único que poderia fazer com que seu filho tivesse um casamento que o fizesse verdadeiramente feliz, era Deus, que o livrara da obscuridade do pecado, retirando-o do meio da idolatria. E é exatamente isso que norteia seu pensamento, Isaque deveria ter como mulher, alguém que tanto quanto seu pai, deixasse de lado os pecados de seu coração e seguisse as ordens de Deus, saindo do lugar onde ela se sentia confortável, para uma terra onde ela teria de depender apenas da divina providência. Todo o capítulo 24 de Gênesis, fala sobre como Deus guiou o servo de Abraão à uma moça da casa dos parentes dele de forma tão providente, atendendo não só a oração do servo, como também clarificando todo o processo para que houvesse confiança em ambas as partes de que aquela situação fora guiada diretamente pelas mãos do próprio Criador. Eis a nossa profunda dificuldade. Em tempos como os nossos, confiar tem se tornado uma palavra cada vez mais “tola”. Afinal de contas, confiar, pressupõe que não teremos certeza de que algo que queremos irá de fato acontecer, ou que alguém corresponderá as nossas expectativas. Seja a confiança de que nosso cônjuge nos será fiel, seja a permanência em uma empresa, a administração de recursos, enfim, depender de outro para a realização de qualquer objetivo que tenhamos é uma luta sangrenta contra nosso próprio coração. Simplesmente não queremos depositar nossa confiança em Deus, muito pelo contrário, queremos permanecer em nossa terra natal, cheia de ídolos, cujo o principal deles é o nosso ego. A ideia de sair do convívio de pessoas com as quais já estamos habituados a conviver sabendo que são de confiança para providenciar o necessário para nossa sobrevivência é absurda. Tudo isso porque é mau o intento do nosso coração, pois ele deseja com que sejamos a fonte de nosso próprio sustento. Queremos nós mesmos ser aqueles que providenciarão tudo o que precisamos para nossa vida, para nossa felicidade. No versículo 58 deste capítulo nós lemos, observamos o SENHOR abençoando a vida de Abraão, atendendo-lhe o desejo do coração. Frente ao uma situação de indecisão, Receba, a moça encontrada pelo servo de Abraão, precisa fazer uma escolha que mudaria sua vida. De um lado estavam seus parentes, aqueles que durante toda a sua vida a apararam e cuidaram dela, cercando-a de tudo o que queria e precisava. Do outro lado, o servo da Abraão, o mensageiro de uma proposta completamente desafiadora e arriscada; ir para uma terra desconhecida, e casar-se com um homem que ela não conhecia, tendo como único penhor de confiança a afirmação de que o Deus de seu possível sogro estava guiando todo aquele processo. Em meio a toda a essa circunstância, a resposta da moça é firme; “sim!” ela irá, ela confiará nesse Deus, que a chama para uma terra que ele a mostrará, ela abre mão de poder confiar em seus próprios objetivos, em seu conforto, para se dispor a honrar o chamado que acabara de receber para servir ao SENHOR como esposa do filho de Abraão. Essa é a atitude que o SENHOR requer de nós, confiança nele, de que como nosso Pai, dele virá o nosso sustento. A nossa sobrevivência não vem de nossos empregos, não vem do dinheiro, dos nossos recursos, de nosso parentes, ou de qualquer coisa terrena. Nossa vida é sustentada pela palavra que sai da boca do Criador, e é nEle que devemos confiar. Seguros de que estaremos debaixo da divina providência, devemos simplesmente aquietar nosso coração, combatendo ferozmente esse desejo de autossuficiência, entendendo que dando vazão a ele, estamos dizendo que Deus não é capaz de nos suprir as necessidades, ou que seu zelo por nós é falho, ou ainda, que seu governo sobre todas as coisas é deficiente. Que com a graça de Deus, como fez Abraão e Receba, possamos confiar no SENHOR, ainda que ele nos chame para uma terra estranha, Ele o fará para o nosso bem, e acima de tudo para a glória do seu nome. Cristo triunfa!

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