CRIE SEU FILHO PARA GLÓRIA DE DEUS “PORTANTO, QUER COMAIS, QUER BEBAIS, OU FAÇAIS OUTRA COISA QUALQUER, FAZEI TUDO PARA GLÓRIA DE DEUS” - 1CO 10.31
Vivemos em tempos assombrosos. A “família” é constantemente atacada,
constantemente afrontada. Vemos pais matando, humilhando, massacrando seus
filhos, e infelizmente a recíproca é verdadeira. Neste mundo corrompido pelo
pecado, infelizmente nos deparamos com famílias cristãs despreparadas, sem
fundamento sólido, sem base. Já não se reúne mais os filhos ao redor da mesa
para a realização de um culto doméstico, por exemplo. De modo trágico, até os
momentos de refeição já são realizados de forma quase que solitária.
Corroborando com isto, o avanço tecnológico, somado ao seu péssimo uso, serviu
para aproximar os distantes, porém distanciando os que eram próximos. Vemos
pais que não se aproximam de seus filhos, não acompanham seu dia a dia escolar,
não investigam os círculos de amizade, as conversas, os jogos. Os pais, em sua
grande maioria, abriram mão da educação de seus filhos, lançando-os ao vento. Pai,
mãe, você sabe o que seu filho tem aprendido na escola? Sabe se ele sofre ou
pratica o bullying? Conhece os professores dele? Vemos uma geração de pais que
deseja um futuro espetacular e abençoado para seus filhos – mas que não
participa deste processo de aprendizagem! Os genitores, guardiões, detentores
do cuidado e zelo pela vida, educação e alma de suas crianças tornaram-se como
que apáticos, “dando de ombros” para aquilo que estas aprendem nas escolas. Em
um momento tão terrível para a educação brasileira, que enfrenta constantemente
assaltos advindos das mais diversas ideologias e pensamentos, os “guardiões da
moral” calam-se perante o massacre que acontece nas salas de aula. Cada criança
e adolescente de hoje é o pastor, o educador, o “cristão exemplo” de amanhã.
Agora, formamos o caráter de vários de nossos pequenos irmãos, também chamados
por Cristo à obra. Este é um alerta à Igreja, naturalmente, mas de modo
especial aos pais: vocês são os responsáveis diretos pelo futuro de seus
filhos. Se no Ensino Médio seu filho desviar-se dos caminhos do Senhor por
culpa de uma ideologia qualquer, acreditando que ninguém nasce “homem” ou
“mulher”, mas que estes conceitos são definidos e escolhidos pelo indivíduo, é
porque provavelmente você não lutou contra a ideologia de gênero quando sua
criança estava no Ensino Fundamental. Estes ataques são sutis, e devem ser
observados com cautela. Como por exemplo, há de se citar um filme antigo,
chamado no Brasil de “Babe, o porquinho atrapalhado”. Em termos gerais, a longa
metragem conta a história de um porco que sonhava em ser um cão, com o objetivo
de ajudar no pastoreio das ovelhas. Ao final do filme, Babe alcança seu
objetivo, desenvolvendo as atividades deste canino, mesmo sendo um suíno. Em
outras palavras, alguém que “venceu as barreiras da biologia e conseguiu
transformar-se no que queria”. É esse tipo de informação que seu filho
provavelmente recebe diaria e continuamente. Em contrapartida, pela Graça de
Deus, temos também alguns pais mais responsáveis, que participam de forma ativa
na criação de seus filhos. Entretanto, confesso que muito me preocupo com estes
também, pois alguns realizam este tão importante processo de uma maneira
extremamente equivocada. Dizem, de forma constante, que pretendem criar seus
filhos “para o mundo”, “para que sejam bons profissionais” ou “boas pessoas”.
Para que tenham um “com caráter”. É aqui que desejo dar início à explicação do
porquê o versículo trinta e um, do capítulo primeiro e da primeira carta de
Paulo aos de Corinto ser o texto base para este sermão. Paulo escreve este
verso em questão num contexto muito diferente do que vivemos atualmente.
Tensionando abordar a questão da “liberdade cristã”, o apóstolo utiliza de
exemplos voltados à alimentação e bebida, concluindo sua linha geral de
pensamento afirmando que tudo deve ser feito para glória de Deus. Quanta
riqueza nesta tão simples expressão! Quando, analisando o texto em sua
linguagem original, o grego, vemos que o significado destas palavras é mais
profundo que em nossa língua materna. Paulo está afirmando que o “foco”, o
“alvo”, o “topo” de todo Cristão deve ser “honrar”, “exaltar”, “adorar” a Deus
em todos os momentos. Com isto, deixo a seguinte pergunta: o que é, então,
criar um filho para a glória de Deus? Pois bem, vamos às respostas. Saiba que a
criança é mais filha de Deus que de você Observando a vida de Abraão, o
patriarca, notamos o quão firme era esta verdade em seu ser. Foi pai de Isaque
quando já em idade avançada, tendo sonhado com esta promessa de Deus por todo o
tempo em que peregrinou na terra. Quando cumprida, o Senhor então requer de
Abraão a criança. O próprio Deus, ao requerer tal sacrifício do patriarca,
afirma o quão apegado Abraão era a seu herdeiro. “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e
disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o
teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o
ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi”. Gn 22.1-2 Os
filhos são herança do Senhor (Sl 127.3), como que presentes do Soberano a quem
tornar-se-á pai ou mãe, mas devem ser criados de modo a glorificar a Deus em
primeiro lugar. Gostamos de citar que o primeiro mandamento com promessa é o de
honrar os pais (Ex 20.12), porém é necessário ter em mente que há outro
mandamento acima deste, que por Cristo foi dito como o maior de todos (Mt
22.36-38), e que os genitores precisam constantemente trazer à mente: amar ao
Senhor de todo o coração, de toda alma e de todo pensamento. Os filhos devem
ser criados para servir a Deus, glorificando ao Santo nome do Senhor, honrando,
então, o nome de seus pais ao fazê-lo. Seja o exemplo de seu filho: Há algum
tempo encontrei um artigo sobre o porquê de o autor não ler mais a bíblia em
casa através de aparelhos eletrônicos, e sim utilizando-se do “livro”.
Naturalmente, não apontou que é pecado fazê-lo, mas um dos argumentos
utilizados – e entenda, foi algo pessoal do autor em questão e que partilho
como linha de pensamento – é que seus filho o veriam lendo as Sagradas
Escrituras. Este ponto, acima de todos os outros elencados, foi o que me saltou
aos olhos: um pai, pastor, escritor e pregador, abrindo mão de um “conforto
tecnológico” para dar exemplo aos filhos. Há um velho ditado que afirma que uma
atitude vale mais que mil sermões. Ao observarmos a Bíblia, vemos que isso é
verdade. Cristo, enquanto aqui caminhou, ensinou a seus discípulos através de
inúmeros sermões, porém deixou também sua Doutrina gravada através de seus
passos. Quando no momento de ensinar a seus seguidores como orar, Jesus lhes dá
um exemplo de oração (Mt 6.9). Quanto a isto, cito até mesmo meu exemplo.
Quando pequeno, após dar início à caminhada na fé cristã, a ideia de ler a
Bíblia ou de orar sequer passavam por minha cabeça. Minha mãe, de forma zelosa
e muito preocupada, tentava a todo custo me estimular para fazê-lo. Quanto mais
ela insistia, menos eu me aproximava da Palavra. Dado momento, notei que ela
parou de insistir, e apenas sentava-se no sofá da sala e por horas debruçava-se
nas Escrituras. Este exemplo dela, esta devoção, foi despertando em mim o
desejo de me parecer com o que ela havia se tornado após este hábito diário:
uma pessoa mais calma, prudente, separada, desenvolvendo o fruto do Espírito. Crie
seu filho nos caminhos do Senhor: Sim, soa muito óbvio isso, mas existe um
número absurdo de pais que não entendem o “chamado discipulador” que recebem
quando no nascimento de uma criança. Criar a criança nos caminhos do Senhor vai
muito além de apenas levá-la aos cultos e entregá-la às “tias dos cultinhos
infantis”. É investir no “crescimento espiritual” de seu filho. É saber
incentivá-lo na busca, procura, anseio pelo Criador e seus estatutos. É pregar,
em seu coração, as Leis de Deus. No passado, disse Moisés ao povo: “E estas
palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus
filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te e levantando-te”. Dt 6.6-7 Crie seu filho para que ele não seja
apenas um “pregador” ou “cantor”, mas sim um verdadeiro cristão em todos os
momentos Pode parecer contraditório ao que exposto no início deste sermão, mas
capacite seu filho através de estudos, aulas e demais meios de ensino – isso,
os dito “seculares” – para que ele tenha uma sólida formação profissional, e
que através de sua futura atividade laboral ele venha a glorificar ao Senhor.
Prestamos a Deus um culto rico quando ele é constante e saudável, sob os termos
bíblicos, e não apenas nos dias de reunião na igreja. Que seu filho não minta
quando fizer algo errado e for repreendido pelo supervisor. Que ele não esconda
a nota baixa de você, por medo de uma severa correção. Ser “cristão” é ser como
Cristo. Por fim, e nesta conclusão é que apresento o quinto ponto, e creio que
seja um dos mais importantes, ame seu filho. Você tem o dever de cuidar dele,
ensiná-lo nos caminhos em que deve andar, então cumpra este dever para com o
Senhor de forma amorosa, como convém a pais verdadeiramente cristãos.
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